A Páscoa e muitas das manifestações da
religiosidade popular e do folclore a ela relacionadas foram
introduzidas no Brasil pelo colonizador português. Entre nós, esses
elementos da cultura do branco europeu interagiram com outras heranças
culturais de negros e índios, resultando uma rica variedade de ritos,
usos, crendices e folguedos, muitos deles correndo paralela ou
independentemente às normas religiosas oficiais.
Desse complexo de tradições, patrimônio do nosso povo, vale salientar as diversas procissões, vias sacras, cerimônias de autoflagelação, cantorias de Incelenças do Senhor Morto e dramatizações da Paixão e Morte de cristo, que à época do ciclo quaresmal enchem as igrejas e tomam as ruas, os sítios e os sertões, criando entre os mais humildes uma atmosfera respeitosa baseada na identificação com o Cristo sofredor.
Há uma suspensão temporária dos costumes do cotidiano, causada por uma compreensão mágico-ritualística do fenômeno religioso, alterando normas de conduta usuais: maquiar-se, dançar, divertir-se, ter relações sexuais, falar obcenidades, etc.
Outra prática, contrastando paradoxalmente com as recomendações de jejuns e moderação alimentar, diz respeito à rica e variada culinária da Semana Santa, quando peixes, crustáceos, feijão, arroz, temperos verdes, redo, cuscuz e outras iguarias preparadas ao leite de coco são fartamente consuidas, fazendo-se acompanhar de vinhos, hábito recentemente incorporado aos nossos costumes.
Dentre os folguedos, fora o micarene (carnaval que acontece após a missa da Aleluia ou da Ressureição), de origem francesa, há os tradicionais "Judas" e "Serra velho", que subsistem apesar da coibição policial.
Desse complexo de tradições, patrimônio do nosso povo, vale salientar as diversas procissões, vias sacras, cerimônias de autoflagelação, cantorias de Incelenças do Senhor Morto e dramatizações da Paixão e Morte de cristo, que à época do ciclo quaresmal enchem as igrejas e tomam as ruas, os sítios e os sertões, criando entre os mais humildes uma atmosfera respeitosa baseada na identificação com o Cristo sofredor.
Há uma suspensão temporária dos costumes do cotidiano, causada por uma compreensão mágico-ritualística do fenômeno religioso, alterando normas de conduta usuais: maquiar-se, dançar, divertir-se, ter relações sexuais, falar obcenidades, etc.
Outra prática, contrastando paradoxalmente com as recomendações de jejuns e moderação alimentar, diz respeito à rica e variada culinária da Semana Santa, quando peixes, crustáceos, feijão, arroz, temperos verdes, redo, cuscuz e outras iguarias preparadas ao leite de coco são fartamente consuidas, fazendo-se acompanhar de vinhos, hábito recentemente incorporado aos nossos costumes.
Dentre os folguedos, fora o micarene (carnaval que acontece após a missa da Aleluia ou da Ressureição), de origem francesa, há os tradicionais "Judas" e "Serra velho", que subsistem apesar da coibição policial.
a) Judas -
costume pouco cristão, oriundo da Penísula Ibérica, consiste na
confecção de um boneco de trapos, caracterizando alguém da comunidade -
um comerciante avaento, um inimigo-, o qual é depositado à porta da
pessoa caracterizada, na noite do Sábado Santo. Sua origem remonta ao
tempo da Inquisição e, provavelmente, está relacionada à discriminação e
ao preconceito contra os judeus, a quem era atribuída a morte de Cristo
e, consequentemente, a causa de todos os males do mundo.
No
Nordeste do brasil, além desse uso, ainda conservam-se a " Malhação do
Judas" e a "Queima do Judas". Após o julgamento de "Judas" e sua
condenação, faz-se a leitura do seu Testamento, tudo em clima de
gozação, muitas vezes de maneira desabonadora para os moradores da
vizinhança. Depois o "Judas" é enforcado em um poste e malhado (surado)
até decompor-se completamente. Ou, então, recheado de bombas de
artifício, nele é colocado fogo, resultando em grandes explosões, para
delírio dos participantes.
b) Serra- Velho- originado da serração da "Maria Quaresma"
dos portugueses, esse folguedo acontece na "quarta-feira de trevas" da
Semana santa. Um grupo de jovens, alta hora da noite, chega-se a casa de
um idoso da comunidade e, entre lamentos e choros fictícios, serra um
pedaço de madeira, enquanto anuncia a morte do velho. Há também, a
leitura do seu Testamento, distribuindo-se os seus bens para os
presentes.
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