Moisés foi discípulo de um grande Mestre dos paraísos Jinas.
Moisés soube achar seu Guru na confluência dos dois oceanos. Esse Guru,
depois de instruir Moisés, submergiu-se dentro do plano astral.
Entretanto, esse Guru tinha corpo de carne e osso. Era um imortal das
terras do Jinas.
Desde os tempos muito antigos, vemos na Bíblia o esoterismo, a
alquimia, a magia, a astrologia, a filosofia, a matemática, etc. Se
estudarmos cuidadosamente o Êxodo de Moisés, descobriremos no
antigo testamento maravilhas esotéricas: exorcismos, ressurreição de
mortos, sortilégios, embruxamentos, desembruxamentos, transfigurações,
levitação, curas etc., seja com a concentração do campo magnético da
raiz do nariz, seja com passes magnéticos, com azeite consagrado, com
águas, seja com pequenas porções de saliva mágica colocadas sobre a
parte inferior…
Estudando-se cuidadosamente o Êxodo de Moisés, descobrem-se nele os
tempos antigos da magia prática dos egípcios. O próprio Moisés era um
grande mago. Obviamente, Moisés nasceu para cumprir uma gigantesca
missão. Ninguém ignora que ele era primo do faraó e que descendia de um
grande mago antigo, de um grande mago caldeu; refiro-me a Abrahão.
Também descendia de Isaac, da região dos Iniciados do velho Egito dos
faraós, do país ensolarado de Khem.
Ele era julgado diretamente pelos grandes sacerdotes do país
ensolarado de Khem. O hierofante o julgava e isso era o mais grave
porque eles representavam a justiça celestial, a justiça objetiva que
por certo é bem diferente, bem distinta, da justiça subjetiva terrena.
Esta justiça subjetiva se compra e se vende, mas a justiça objetiva é
justiça cósmica que não se pode vender ou comprar.
Moisés fugiu antes de ser julgado e se foi para Midian, à terra do
sacerdote de Midian, o qual veio a se tornar mais tarde seu sogro.
Foi-lhe dada hospitalidade em um grande templo. Moisés ali esteve em uma
cripta subterrânea. Estando lá, saiu conscientemente de seu corpo
físico. No mundo astral, encontrou-se com o defunto.
Durou bastante tempo o seu sofrimento no astral enquanto seus
fundamentos positivos permaneciam dentro de um sepulcro de pedra numa
cripta subterrânea. No astral, tratava de convencer o defunto para que o
perdoasse, o que com esforço conseguiu. Depois, é claro, conseguiu que
também nos tribunais da justiça cármica o perdoassem. Assim perdoado,
Moisés regressou ao seu corpo físico.
Antes, tinha outro nome, porém após ter regressado ao seu corpo, tomou o nome de Moisés, o qual significa: Salvo das Águas.
Muitos Iniciados não conseguiam sair do seu corpo físico e havia os
que não conseguiam voltar ao seu corpo. Os sacerdotes residiam em casas
próximas das criptas e nelas achavam seus corpos já mortos. Mas com
Moisés não foi assim. Depois, ele casou-se com uma grande sacerdotisa de
Midian e dedicou-se à Grande Obra. A chave da Grande Obra vocês já
conhecem, é o Sahaja Maithuna, o Arcano AZF. Portanto, ele tornou-se
alquimista e cabalista.
Que Moisés se autorrealizou é certo, que conseguiu a ressurreição
também é verdade e a conseguiu precisamente na caverna de Horeb. Ele viu
uma chama que floresceu por entre as sarças da caverna e aquela chama
lhe disse: Descansa, Moisés, Eu Sou o Deus de Abrahão, o Deus de Isaac e
o Deus de Jacó. E Moisés, meus queridos irmãos, naqueles precisos
instantes, conseguiu a Ressurreição Iniciática.
Ele já havia voltado a si quando um raio de Aelohim penetrou nele,
isto é, seu Pai que está em segredo. Ressuscitou para cumprir uma
gigantesca missão; está escrito no Êxodo.
Aelohim é o Eterno Pai Cósmico Comum. Todo o Exército da Voz, todos
os Elohim, não são senão raios de Aelohim, a Divindade Imanifestada, o
Onimisericordioso, o Uniexistente, o Eterno Pai Cósmico Comum. Nosso Pai
que está em segredo não é mais do que um raio de Aelohim. Diante do
Eterno Pai Cósmico Comum, diante do Uniexistente, diante do sentido
relevante, todos os Grandes Mestres da Fraternidade Universal Branca,
todos os deuses, se ajoelham. Todos se ajoelham diante de Aelohim, o
Uniexistente, o Onimisericordioso, a Infinitude que a todos sustenta, a
Divindade ou o Divinal Imanifestado. Assim, pois, meus caros irmãos,
Moisés cumpriu uma valiosa missão.
A Arca da Aliança é indubitavelmente um instrumento da alta magia e
está carregada de força elétrica. Todo o profano que se atrever a se
aproximar da Arca morrerá instantaneamente. Na Arca da Aliança estão a
Vara de Aarão, as tábuas da lei e a taça; não há dúvida de que a vara é
fálica. Assim, pois, a Arca era poderosa. Moisés mesmo em sua
peregrinação levava sempre a vara do poder real. Diz-se que ele
transformou essa vara em uma serpente. Usava também o báculo, a maça de
Hércules etc.
Quando alguém lê o Êxodo, não pode menos do que se admirar de seus
formidáveis poderes. Moisés quando quis libertar o povo hebreu teve a
oposição do faraó. Dizem as sagradas escrituras que manifestou seu poder
diante do faraó, que só em levantar a sua vara, as águas se converteram
em sangue. As águas não serviram mais e os peixes morreram.
Outro movimento suave e as águas se acabaram. Porém, o faraó insistia
em não deixar aquele povo sair do Egito. Levantou novamente seu cetro e
todas as casas ficaram cheias de enormes e gigantescas rãs, porém ainda
assim o faraó não se deixou convencer; Moisés fez uma rã desaparecer.
Continua o amargo Êxodo dizendo que após desatou uma chuva de granizo
sobre a terra do Egito. Ao chegar a este ponto, lembro-me que além de
desa-tar tempestades de granizo, fez aparecer sobre a terra do Egito
milhares de mosquitos e pestes. E o faraó não queria deixar aquele povo
sair, claro que necessitava dele. Afirma-se que Moisés fez com que todos
os primogênitos de todas as famílias morressem. Assim está no livro
Êxodo do antigo testamento. Não sou eu que o está afirmando, é o Êxodo.
Claro, o faraó se convenceu quando os primogênitos das famí-lias
começaram a morrer e deixou aquele povo sair.
Quando Moisés estendendo sua vara separou as águas das águas para que
o povo passasse, seus perseguidores tentaram fazer o mesmo. O faraó se
arrependera e fora em seu encalço com um exército de homens. Porém, a
uma ordem de Moisés aquelas águas juntaram-se de novo. Assim, pois,
todas essas passagens de Moisés com seus poderes – com sua vara toca a
penha para que dela brote água – têm muito de simbolismo místico e
cabalístico.
Moisés terrivelmente divino desce do Monte Sinai, sua face
resplandecia e as multidões se espantaram. Em sua ausência, haviam
estabelecido o culto ao Bezerro de Ouro. Quando Moisés se deu conta
disso, tomou aos seus e passou o fio da espada em todos os demais. Como
lhes disse, não se pode tomar tudo em sua forma literal. Tudo isso é
completamente simbólico.
Quando desceu do Sinai com as Tábuas da Lei, em sua cabeça luziam
dois cornos, quais gigantescos raios de luz. Por este motivo é que foi
esculpido com esses dois cornos. Que quer dizer esses cornos de bode em
Moisés? Por que Michelangelo o cinzelou dessa forma? Pois tem um sentido
simbólico, certo! Por que tinha esses cornos de bode? Vou lhes dizer
porque. O bode representa o diabo. Por isso, Moisés tinha os cornos. Por
acaso, Moisés era o diabo? Temos que analisar esta questão.
Bem vale a pena refletir. Se pensarmos no bode, poderemos descobrir a
potência sexual. Nas cavernas dos Iluminados da Idade Média, ele
represen-tava precisamente a esse Lúcifer, a estrela da manhã, o reflexo
do Logos dentro de nós mesmos aqui e agora! Assim como o sol físico tem
em seu fundo a sombra de si mesmo, assim o Mestre Interior de cada um
de nós projeta em nosso universo interior particular sua sombra; isto é o
inusitado. No princípio, Lúcifer resplandecia no fundo de nossa
consciência e era um arcanjo. Quando foi precipitado para o fundo do
abismo, desde então converteu-se em bode.
Lúcifer representa a potência sexual. Quem pode negar que o bode não
possui uma grande potência sexual? A qualquer impotente sexual, já que
há várias classes de impotência: impotência por algum dano no sistema
nervoso, impotência devido a debilidade, etc., se pode curar com os
hormônios sexuais dessa animal, depositados em seus testículos. Os
hormônios do bode têm poder para acabar com a impotência.
Assim, pois, o bode representa por si mesmo o poder criador. Por
isso, ele é o representativo de Lúcifer. Isto deve saber entender. Como
quer que Moisés soube aproveitar sua potência sexual, como quer que ele
soube transmutar o esperma sagrado em energia criadora, apareceram em
sua cabeça os cornos simbolizando a Lúcifer. De onde tirou Moisés seus
poderes? Com que força conseguiu desatar as dez pragas do Egito, segundo
declara o Êxodo? Pois, foi aquele agente maravilhoso que lhe permitiu
demonstrar sua sabedoria diante do faraó – a potência sexual. Aí está o
poder dos poderes!
Agora ficará explicado para vocês por que a Arca da Aliança tinha
quatro cornos de bode. Esses quatro cornos serviam para representar os
quatro homens que puderam levá-la de um lugar para outro. Essa arca em
si mesma está representando o Lingam-Yoni da Lei. Aqui, pois, é onde
está o poder e a força. Sem ela, para nada serviria o TAO dos profetas,
de nada serviria o bastão dos Grandes Iniciados… o mercúrio já fecundado
pelo enxofre, isto é, pelo fogo.
Assim, pois, devemos compreender a necessidade de se elaborar o
Mercúrio. Os alquimistas da Idade Média guardaram silêncio sobre o
segredo do Bode de Mendes. Quando na Idade Média, os iniciados neófitos
eram levados à meia-noite às cavernas da Iniciação, nos santuários
secretos, se lhes vendavam os olhos. Tirada a venda, encontrava-se o
neófito diante do Bode de Mendes, o diabo, porém na testa dele
resplandecia o pentagrama, a estrela flamígera, não à inversa, como a
usam os tântricos negros, mas com o ângulo superior para cima e os dois
ângulos inferiores para baixo. Então, se ordenava ao neófito que
beijasse o traseiro do diabo. Se se negasse, punham-lhe novamente a
venda nos olhos e o tiravam por uma porta escondida por onde jamais
poderia entrar.
Lá, os irmãos o advertiam sobre os perigos da Santa Inquisição e
sobre aquela pedra cúbica, onde estava sentado o diabo. De uma porta,
saía uma Ísis do templo… Precisa-se ser suficientemente inteligente para
dar-se conta do profundo significado da cerimônia. De fato,
entregava-se ao trabalho na Grande Obra. O fundamental, meus queridos
irmãos, é fazer a Grande Obra. Para que serviria se nos tornássemos
eruditos, se não fizéssemos a Grande Obra?
É óbvio que no começo devemos fabricar o mercúrio. O segredo da
elaboração do mercúrio nunca foi revelado por ninguém e vocês sabem
disso. No Arcano AZF está a chave. Com que objetivo pre-paramos o
mercúrio? Para que? Para fazer a Grande Obra, é claro. Devemos
transmutar na Sahaja Maithuna.
Porém, essa energia em si mesma já é um mercúrio, a alma metálica do
azougue em bruto do esperma. Depois essa energia sobe pelos canais Ida e
Pingala. Da união de átomos solares e lunares nasce o fogo. É verdade,
esse fogo torna fecunda todas suas manifestações. Esse fogo é o enxofre,
o mercúrio fecundado pelo enxofre.
Devemos fazer todo o trabalho, porém qual é o trabalho? Necessitamos
compreender qual é o tra-balho que vamos fazer, temos de acabar com
muitos conceitos equivocados. Dizem as diferentes organi-zações de tipo
pseudoesoterista e pseudo-ocultista que o homem tem sete corpos:
Físico – Etérico – Astral – Mental – Causal – Búdico – Átmico
Citam estes corpos também com outros nomes:
1. O físico.
2. O vital chamam-no de lingam sarira.
3. O astral dizem que é kamas ou princípio de desejo.
4. O mental dizem que é manas inferior.
5. O causal chamam de manas superior.
6. O intuicional dizem que é o corpo búdico.
7. Átmico.
2. O vital chamam-no de lingam sarira.
3. O astral dizem que é kamas ou princípio de desejo.
4. O mental dizem que é manas inferior.
5. O causal chamam de manas superior.
6. O intuicional dizem que é o corpo búdico.
7. Átmico.
O curioso de tudo isso é que os pseudo-esoteristas e
pseudo-ocultistas crêem que todos os humanos, melhor diríamos, os
humanos que cobrem a superfície da terra, já possuem os sete corpos…
Naturalmente, isto é completamente falso. O animal intelectual
equivocadamente chamado homem somente temo corpo físico e seu assento
vital orgânico. Não tem nada mais. Não tem astral nem mental e causal
muito menos, O que tem depois do corpo físico e do vital é o Ego, o eu, o
mim mesmo, o si mesmo, que faz as vezes de astral, que faz as vezes de
mental, mas que não é corpo astral nem corpo mental. Pude viven-ciar
isto facilmente nos mundos internos.
Em nome da verdade e com grande ênfase digo-lhes que quando me movo
no mundo astral com inteira claridade meridiana vejo quem tem astral e
quem não tem tal corpo. As multidões encarnam, vão e vêm e não sabem
porque; não têm corpo astral. São míseras sombras, fantasmas
inconscientes, parecem verdadeiros sonâmbulos na região do Averno. Se
ti-vessem corpo astral seriam diferentes, seriam vistas como homens,
seriam distintas. Qualquer um pode fazer ali a diferenciação entre
alguém que tem astral e alguém que não tem.
Um exemplo bem duro que podemos pôr aqui é o de uma pessoa vestida e
outra sem roupas. A simples vista se vê quem usa roupa e quem está
despido. Assim, aqueles que não têm corpo astral são vistos ali como
pobres fantasmas. Assim, pois, vamos fabricar o mercúrio como propósito
de criar os corpos existenciais superiores do Ser e depois vamos
aperfeiçoá-los etc.
Irmãos, quero que entendam o que vão fazer, qual é o trabalho que
vamos realizar com o Mercúrio. Em primeiro lugar, o mercúrio fecundado
pelo enxofre toma forma no corpo astral. Quando alguém já possui o corpo
astral, sabe que o tem porque pode usá-lo. Assim, pois, irmãos, no
mundo da mente, quem possui um corpo astral sabe seu nome. Depois de
morto, continua ali com sua personalidade astral viva e já não é uma
criatura mortal.
Mas, se alguém fabricasse o corpo astral e após parasse, não
continuasse trabalhando com o mercúrio, em novas existências degenerará.
Depois ainda teria de se submeter a reincorporação em organismos.
Em primeiro lugar, o mercúrio fecundado pelo enxofre toma forma no
corpo astral. Quando alguém já possui o corpo astral, sabe que o tem
porque pode usá-lo. Sabemos que temos pés porque podemos caminhar com
eles. Sabemos que temos mãos porque podemos usá-las. Sabemos que temos
olhos porque podemos ver. Assim também sabemos que temos um corpo astral
porque o usamos, movemo-nos consciente e positivamente com ele através
dos mundos suprassensíveis.
De que está feito o corpo astral? De mercúrio. Por que o mercúrio
toma a forma do corpo astral? Graças a que foi fe-cundado pelo enxofre. O
mercúrio fecundado pelo enxofre toma a forma de um corpo astral e se
converte em corpo astral.
Uma vez que tenhamos criado o corpo astral mediante o mercúrio, já
não seremos míseros fantasmas no mundo dos mortos ou sombras abismais.
Chega a minha memória nestes instantes a lembrança de Homero que disse:
Mais vale ser um mendigo sobre a terra do que um rei no império das
sombras. Quem tem corpo astral já não é um fantasma. Destaca-se como
deus da terra e como deus da mente e aqui figura com nome sagrado. Cada
um de nós tem o seu nome.
O nome que eu uso é Samael Aun Weor. Não é um nome caprichoso
que eu tenha escolhido ao acaso, não. Eu não pus este nome em mim. Eu
tenho me chamado assim através de toda a eternidade.
De idade em idade, de mahavântara em mahavântara, sempre fui Samael
Aun Weor. Este é o nome d’Ele, de minha Mônada Divina. É o nome que
identifica o Rei do Fogo e dos vulcões indubitavelmente.
Como disse Maomé: Alá é Alá e Maomé é seu homem. Ele é perfeito e eu
não sou. Não entendo que seu filho seja perfeito porque perfeito só há
um, o Pai que está em segredo. Nenhum de nós é perfeito.
Assim, pois, irmãos, no mundo da mente, quem possui um corpo astral
sabe seu Nome. Depois e morto, continua ali com sua personalidade astral
viva e já não é uma criatura mortal.
Mas, se alguém fabricasse o corpo astral e após parasse, não
continuasse trabalhando com o mercúrio, em novas existências degenerará.
Depois ainda teria de se submeter a reincorporação em organismos
inferiores de animais até eliminar o que tiver de Hanasmussen.
Meus queridos irmãos, há diversos reinos e, assim como aqui, tais
remos são governados por devas ou hierarquias. Uma vez que se conseguiu a
fabricação do corpo astral mediante o fogo e o mercúrio da filosofia
secreta, devemos nos dedicar a trabalhar na fabricação do corpo mental.
Todo mundo pensa que tem um corpo mental próprio e isso é falso. As
pessoas não têm mente própria, as pessoas têm muitas mentes. Pensem no
seguinte: o eu é múltiplo. O eu é um conjunto de pessoas que cada um
leva dentro. O corpo é uma máquina e através dessa máquina de repente
expressa-se um eu, isto é, uma pessoa, porém essa pessoa sai e se mete
outra. Depois, essa outra sai e se mete uma outra e assim
sucessivamente. Total: o animal intelectual não tem individualidade
definida. É uma máquina controlada por muitas pessoas, porém cada uma
dessas pessoas chamadas eus têm uma mente diferente.
Como quer que são tantos os eus, as mentes são muitas. Cada eu tem a
sua mente, suas idéias, seus critérios próprios etc. Então, meus
queridos irmãos, onde está a mente individual do pobre animal
intelectual equivocadamente chamado homem? Onde está a mente desse pobre
mamífero racional? Qual deles se é?
Infelizmente, devemos nos dar conta do que somos, se é que queremos uma transformação radical.
Depois que se conseguiu a fabricação do astral, temos de fabricar um
corpo mental. E o faremos com o que? Com o mercúrio! Esse mercúrio se
cristalizará no corpo da mente. Quando saberemos que temos uma mente
individual? Quando pudermos usá-la. Quando formos capazes de viajar com o
corpo mental através de todo o universo, de planeta em planeta. Só
então saberemos que temos um corpo mental de carne e osso.
Quando já possuirmos verdadeiramente um corpo mental, partiremos para
um trabalho mais avan-çado, começaremos a criar o corpo da vontade
consciente, o corpo causal, usando sempre o mercúrio fecundado pelo
enxofre. Portanto, o trabalho é ordenado. Primeiro se fabrica o corpo
astral, em seguida o corpo da razão objetiva ou corpo mental e depois o
corpo da vontade consciente ou corpo causal. Cada um destes corpos tem
suas leis. O corpo físico está governado por 48 leis, o astral por 24, o
mental por 12 e o causal por 6.
Vejam vocês as maravilhas dos corpos já fabricados. Esses corpos
astral, mental e causal têm de fato seu princípio, sua alma humana.
Assim nos convertemos em um homem real, verdadeiro, graças ao mercúrio
da filosofia secreta fecundado pelo enxofre; um homem real no sentido
mais completo da palavra.
Julgarmo-nos homens nestes momentos atuais é uma falsidade. Se
colocarmos um homem e um animal intelectual juntos, veremos que os dois
se parecem, há uma semelhança, porém, se observarmos seus cos-tumes,
veremos que são diferentes. Os costumes de um homem verdadeiro são tão
diferentes dos do animal intelectual como os de um cidadão culto são
comple-tamente diferentes dos de um canibal da selva.
Observem em detalhe um homem um animal intelectual, observem seus
comportamentos e formas e verão que são radicalmente distintos,
diferentes, intimamente não se parecem em nada, ainda que a apa-rência
física de ambos seja igual. Que nos animais intelectuais estão as
possibilidades de se converter em homem isso é coisa bem diferente!
Neles estão os germes dos corpos existenciais superiores do Ser! Tais
germes são emanações do Sagrado Sol Absoluto que podem ser vivificados
através do trabalho com a alquimia sexual e isto é importantíssimo!
Muito bem, uma vez recebido o princípio anímico, o qual chamaríamos
na gnose de pneuma ou espírito, vem a segunda parte do trabalho que é
bem mais profunda: trata-se de refinar mais o mercúrio e de se
intensificar a eliminação do mercúrio seco e do sal vermelho.
Que é o mercúrio seco? Já dissemos que está formado ou representado
pelos eus que carregamos dentro. Que é o sal vermelho ou enxofre
arsenicado? e o fogo infra-sexual, o fogo que emana do abominável órgão
kundartiguador. Para a criação dos corpos exis-tenciais do Ser é
necessária também a eliminação e a eliminação se intensifica na segunda
parte do tra-balho: a eliminação dos elementos indesejáveis, do mercúrio
seco e do sal vermelho ou enxofre arsenicado.
No terceiro trabalho, meus estimados irmãos, na terceira cocção,
porque são três cocções ou três purificações pelo ferro e pelo fogo,
temos de converter os corpos existenciais superiores do Ser em veículos
de ouro puro. De onde vai sair o ouro puro? Transporta-o o mercúrio…
Assim como São Cristóvão leva o menino, assim também o mercúrio leva em
si o ouro. Porém, necessita-se de um artífice que seja capaz de unir os
átomos do ouro com o mercúrio.
Este artífice o temos todos dentro de nós mesmos, é uma das partes de
nosso Ser: o alquimista particular de cada um de nós e que é conhecido
como Antimônio. Que poderíamos fazer nós sem essa parte, sem esse
alquimista? Felizmente, ele conhece a arte e é um grande artista. Ele
sabe como irá conseguir a união dos átomos do ouro com o mercúrio.
Assim, pois, na terceira parte do trabalho é necessário que o corpo
astral converta-se em ouro puro, em um veículo de ouro. Somente assim
poderá ser recoberto pelas partes superiores do Ser ou pelas diferentes
partes do Ser. O corpo mental deve ser convertido em um veículo de ouro.
Somente assim ele poderá ser recoberto pelas distintas partes do Ser. O
corpo causal também terá de se converter em ouro puro para que possa
ser recoberto pelas diferentes partes do Ser.
Em seguida, a alma-espírito deverá se transformar em alma de ouro e
por último, o mais valioso que temos, o Atman do qual falam os hindus,
terá de se converter em ouro puro. Quando se conseguiu isto, quando
todos os veículos foram recobertos pelas diferentes partes do Ser,
quando todo o mercúrio seco e todo o sal vermelho foi eliminado, chega o
nosso Pai. Ele levanta-se de seu sepulcro, entra em seu envoltório e
ressuscita em nós e nós n’Ele.
Chegou-se ao mestrado. Quem chega a estas alturas ganha o Elixir da
Longa Vida e assim poderá conservar seu corpo físico durante milhões de
anos. Quem chega a estas alturas recebe a medicina universal e de seu
organismo ficam erradicadas as enfermidades. Quem chega a estas alturas
poderá transmutar o chumbo físico em ouro puro como o fizeram o Conde de
Saint Germain, Cagliostro, Raimundo Lullo, Nicolas Flamel e outros.
Porém, tacitamente Lúcifer entrou. Que tem que ver Lúcifer com o Bode
de Mendes nesta questão? Por que Moisés tinha cornos de bode em sua
testa com raios de luz? Meus irmãos, esse Lúcifer, diríamos, é a mina de
onde vamos extrair o mercúrio. Muitas vezes dissemos que o cavaleiro
tem de enfrentar o dragão. Muitas vezes dissemos aqui que Miguel luta
contra o dragão, São Jorge também luta contra o dragão. Muitas vezes
dissemos que o cavaleiro toma algo do dragão e o dragão algo do
cavaleiro para fazer disso uma estranha criatura. Muitas vezes afirmamos
que essa estranha criatura por sua vez, por desdobramento, que resulta
como síntese, é o mercúrio, o qual é simbolizado pelo peixe que o
pescador tira do lago com suas redes.
Assim, pois, desse Lúcifer extraímos todo o mercúrio e à medida que o
tempo for passando, Lúcifer vai se convertendo todo em mercúrio até que
no fim a única coisa que resta em nós é o Mercúrio.
Que é um Mestre Ressurrecto? Mercúrio já purificado e convertido em
ouro. Por isso se o representa com a Taça de Alabastro, com o alabastro
vivo, com a rosa elétrica que se espera. Há alguns Cavaleiros da Ordem
Superior dos Ressurrectos, mas eles não têm organização física visível
em nenhuma parte.
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