Contrariamente ao que sustenta a ciência acadêmica de nossa época, todos os livros sagrados das diferentes culturas existentes em todas as idades concordam em afirmar que a vida humana tem sua origem em uma civilização de seres superiores que possuíam um nível de consciência elevado e que viviam em plena harmonia com a natureza. Indicam ainda que os seres daquela Idade de Ouro estavam criados à imagem e semelhança das Divindades e que por tanto deveriam respeitar e obedecer às leis que lhes permitia manter tal estado de consciência paradisíaco.
Contam as antigas tradições que aqueles humanos ousaram utilizar-se da liberdade que tinham para desobedecer às leis que lhes haviam sido ensinadas, assumindo assim as conseqüências de tais atos. Caíram em desgraça, no desamparo de todas as forças que os mantinham Senhores do Mundo, Reis da Natureza. Eis aí a saída do Paraíso.
A humanidade havia se lançado rumo à sua própria decadência e degeneração.A desobediência das leis divinas por parte do homem desencadeou um processo de afastamento da espiritualidade e, portanto, de todos os valores superiores que possuía. A aliança estava desfeita por decisão do homem, e esse divórcio o aprisionou à ilusão e fascinação do mundo material.
A consciência do homem, como a lira de Orfeu, caiu e se despedaçou, deixando-o na mais completa escuridão da inconsciência.
Havia, então, surgido um motivo para que os seres sagrados da Grande Fraternidade Branca criassem um plano de resgate para retirar das trevas da ignorância a pobre humanidade. Foi dada a ordem para

Como resultado de todos esses esforços surgiriam então as Escolas de Mistérios e consigo, a Tradição Iniciática, que ensinariam aos buscadores da verdade, amantes da sabedoria, as respostas para as, desde sempre, clássicas indagações:
Quem sou? De onde venho? O que faço aqui? Para onde vou?
Iniciava-se a história da Gnosis no mundo. Conta o esoterismo gnóstico que as Escolas de Mistérios se localizavam em áreas distantes das grandes cidades. Os aspirantes à sabedoria tinham que empreender grandes peregrinações para chegar a esses lugares sagrados, e ali estando deveriam ter infinita paciência para chamar até que as portas fossem abertas e alguém os atendessem, se é que lograssem serem atendidos.
Após a entrevista inicial, seriam submetidos a uma serie de provas
físicas, emocionais e mentais, das quais teriam que sair
satisfatoriamente vitoriosos se quisessem ser admitidos no seio da
fraternidade e receber o conhecimento dos primeiros passos para a sua
regeneração. Naqueles tempos, nenhuma fase do aprendizado espiritual era
pública. Os ensinamentos eram transmitidos de forma velada, de lábios a
ouvidos aos novos estudantes aprovados e aceitos nas escolas. O
processo de Iniciação o permitia avançar gradualmente.
A Iniciação Gnóstica jamais foi conferida como resultado de meros
acúmulos de aprendizados intelectuais ou pelo tempo de ingresso dos
estudantes às escolas, nem tampouco jamais significou uma forma de
autoridade, destaque ou status de nenhum tipo.
Os níveis do conhecimento aprofundavam-se ao passo que o indivíduo
praticava e vivenciava os ensinamentos, tornando-os sua própria vida e,
por tanto lhe conferindo um grau iniciático superior, indicando com isso
que se havia se superado, e não assim a alguém.
O aspirante a Gnosis se transformava pouco a pouco nela mesma, a encarnava e se convertia em um Gnóstico.
A partir do conhecimento transmitido nessas escolas deram-se origem a
todas as formas de filosofia, de artes, de ciências e de religiões
conhecidas no mundo. Muitíssimo mais tarde no tempo, vamos ver aparecer
as primeiras referências históricas do que já se caracterizava como
Gnosticismo.
Realizando uma verificação na antiguidade para buscar as características
gnósticas nos diferentes povos do mundo, as encontraremos claramente
presentes nos elementos helenísticos orientais, incluindo as Escolas de
Mistérios da Pérsia, Mesopotâmia, Síria, Índia, Palestina, Egito,etc., e
nunca deveríamos ignorar os princípios gnósticos perceptíveis nas
culturas serpentinas dos Nahuas, Toltecas, Astecas, Zapotecas, Maias,
Chibchas, Incas, Quéchuas, etc, da Indo América.
Como referência dessa Gnosis antiga podemos citar alguns exemplos:
− Tales de Mileto (séc VII a.C.) – autor da máxima “nosce te ipsum”, inscrita no Templo de Delfos, Grécia.
− Sólon (séc VII a.C.) – quem teve acesso às tradições iniciáticas por meio de um sacerdote egípcio.
− Pitágoras (séc VI a.C.) – considerado uma figura legendária, pois
pouco se sabe sobre ele. Um Mestre de Mistérios Maiores que segundo
contam as tradições só foi conhecido pelos altos iniciados.
Ensinou sobre a imortalidade da alma e as reencarnações (metempsicose).
Pitágoras fundou a Escola Pitagórica que possuía iniciação secreta. Eles
floresceram em uma colônia grega na Itália. Foi Pitágoras que inventou a
palavra filosofia (amizade ao saber).
− Sócrates (séc V a.C.) – o maior referencial filosófico acadêmico de
todos os tempos. Um marco gigante na história da humanidade capaz de ter
produzido o que os historiadores chamam de “Pré-socráticos” e
“Pós-socráticos”, um equivalente ao “antes de Cristo” e “depois de
Cristo”. Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos com
seus interlocutores (dialética). Esses diálogos podem ser divididos em
dois momentos básicos: interrogação e a maiêutica (concepção de idéias).
Os principais representantes gnósticos do período pós-socrático são:
Platão e Aristóteles.
Podemos citar também as correntes gnósticas que influenciaram o
surgimento do Cristianismo, sendo contemporâneos a ele, como são: os
essênios, os batistas (do qual participava João), os nazarenos e os
barbelo-gnósticos (dos Mistérios de Barbelos).
A partir daí vamos encontrar os gnósticos históricos, assim denominados
pela cultura geral na atualidade, que viveram em sua maior parte durante
os quatro primeiros séculos da Era Cristã.
Desses podemos destacar os seguintes:
− Basílides de Alexandria (Egito) – século II.
− Valentin (Itália) – século II. Fundador da Escola dos Valentinianos.
− Aparecem as escolas dos Setianos e dos Ofitas.
Por aquela época também vamos ver correntes involutivas do Gnosticismo.
Duas delas são bem conhecidas por historiadores, as quais são
denominadas: Marcionismo, de Marcion, e Cerdonistas, de Cérdon. Essas
duas correntes gnósticas trilharam pela linha oposta dos
gnósticos levando a mensagem totalmente distorcida e permitindo assim
que se criassem falsas idéias a respeito da verdadeira Gnosis, idéias
essas que atravessaram os séculos como tudo que é ruim.
Após esse período, diz o Mestre Samael, que a Gnosis se ocultou até os
dias de hoje, porém ele mesmo nos demonstra que a sabedoria dos mestres
se deixou perceber também durante a Idade Média, por meio de sociedades e
ordens secretas como foram:
− Os Templários (França) – século XII.
− Os Cátaros (França) – século XII.
− Os celebres Alquimistas imortalizados nas pessoas de Aureolo
Paracelso, Alberto Magno, Nicolas Flamel, Raimundo Lulio, Saint German,
Cagliostro, Fulcanelli, etc.
Convém destacar que muitas destas correntes até aqui citadas possuem na
atualidade pretensos representantes que em nada se assemelham, já que
perderam seus princípios originais e servem a fins meramente
caprichosos, às vezes políticos, outras vezes comerciais.
Continuando nossa investigação no tempo ainda encontraremos
personalidades ilustres que documentaram a Gnosis para o mundo como
foram:
William Shakespeare; Goethe, com seu Fausto; Richard Wagner, com suas
“Walkírias”, “Tristão e Isolda” e “Parsifal”; e Carl Gustav Jung, com
seus textos gnósticos de psicologia.
Como resumo de toda essa viagem no tempo destacamos como testemunho que
os escritos gnósticos de maior valor histórico são: a Pistis Sophia, o
livro sagrado dos gnósticos, que foi escrito em Copta e traduzido para o
grego; os textos apócrifos descobertos em Qumran (no Mar Morto,
Palestina) e em Nagh-Hammadi (Alto Egito). Entre os textos achados em
Qumran destacase a obra “O Livro Secreto do Gnósticos Egípcios”, como o
nomearam os pesquisadores.
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