1. Ordem dos Templários:
Fundada em 1118, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do
Templo de Salomão foi a sociedade secreta mais pop e poderosa da Idade
Média. O objetivo da ordem era proteger peregrinos que faziam viagem até
a Terra Santa, garantindo a segurança no trajeto entre Jerusalém e
Europa. A tropa de elite, subordinada à Igreja Católica, era formada por
homens de Deus: além de votos de pobreza, castidade e obediência, os
frades que integravam a ordem juraram também defender os lugares
sagrados da cristandade e, se necessário, liquidar os infiéis.
A causa aparentemente “nobre” não demorou a desandar: em 1139 uma bula papal isentou os templários da obediência às leis
locais e o poder logo subiu à cabeça. A série de abusos foi relevada
até o grupo cometer uma mancada imperdoável: a perda da Terra Santa,
reconquistada pelos muçulmanos. Com a expulsão dos cristãos do solo
sagrado em 1303, os templários entraram na mira do papa Clemente V que,
junto do rei da França, Filipe, o Belo, conspirou para a destruição da
Ordem do Tempo Ordem do Templo. Em 13 de outubro de1307, a maioria dos
templários foi presa. Em 1312 foi extinta definitivamente – ou, pelo
menos, supõe-se que assim tenha sido: há quem defenda que alguns frades
teriam reconstruído secretamente a ordem. Será?
2. Maçonaria:
Quando o assunto é a mais famosa das sociedades secretas, não
faltam criativas teorias da conspiração que situem seus membros entre
guerreiros das cruzadas, arquitetos do templo do Rei Salomão e até entre
egípcios responsáveis pelas pirâmides – sim, Dan Brown, estamos falando
de você. A versão oficial diz que os maçons surgiram, na realidade, no
fim da Idade Média, em canteiros de obras. Conhecimentos sobre o então
prestigiado ofício passaram a ser compartilhados com um grupo seleto e
confiável de aprendizes dentro das chamadas “lojas”. Foi em 1717 que a
unificação de quatro destas unidades deu origem à Grande Loja de
Londres, marco oficial da criação da maçonaria.
Entre o final do século 18 e começo do século 19, não havia nada
mais cool do que pertencer a este seleto clube do bolinha (só homens
acima de 21 anos indicados por um irmão maçom podem participar), famoso
por reunir mentes inquietas, brilhantes e, principalmente, influentes.
Para além de teorias mirabolantes, os maçons estiveram por muito tempo
envolvidos em grandes marcos mundiais. Acredita-se que os maiores
acontecimentos da independência dos EUA, país onde a instituição maior
exerceu influência, foram decididos em lojas maçônicas. Entre os mais
ilustres membros da turminha das antigas estadunidense estão ninguém
menos que Benjamin Franklin e George Washington. No Brasil, o time de
notáveis também não fica atrás: José Bonifácio, Patriarca da
Independência, foi o primeiro grão-mestre da instituição no país; D.
Pedro I, Rui Barbosa, marechal Deodoro da Fonseca e Joaquim Nabuco
também compartilharam o título.
Mesmo sem exercer hoje a força e influência que marcou a
instituição no passado, por trás das quatros paredes sem janelas
(característica das lojas maçônicas) continuam se reunindo empresários,
advogados, formadores de opinião que seguem os princípios da liberdade,
democracia, igualdade, fraternidade e buscam a dominação mundial o
aperfeiçoamento intelectual.
Bônus: Outras organizações misteriosas ligadas aos
maçons povoam o imaginário popular. O ex-presidente americano Bill
Clinton foi dirigente da Ordem DeMolay, sociedade fundada em 1919 nos
Estados Unidos patrocinada pela maçonaria – um grupo formado por jovens
do sexo masculino de 12 a 21 anos. As mulheres, deixadas de fora destes
dois grupos, fazem parte daOrdem da Estrela do Oriente, organização
paramaçônica, fundada em 1850, que aceita membros acima dos 18 anos com
parentesco maçônico. A organização dá suporte à Ordem Internacional do
Arco-Íris para Meninas, clube de serviço criado pela maçonaria em 1922
que tem como membros mulheres entre os 11 e 20 anos e se assemelha à
Ordem Internacional das Filhas de Jó – organização também patrocinada
pela maçonaria, criada em 1920, da qual participam mulheres entre 10 e
20 anos.
3. Illuminati:
A pirâmide com o olho que tudo vê, presente no Grande Selo dos Estados Unidos, é considerado um símbolo dos Illuminati
Contra a Igreja e a monarquia, a Ordem dos Iluminados, ou
simplesmente Illuminati, já surgiu ~causando~. Fundada em 1776 pelo
alemão Adam Weishaupt, sua missão era libertar o mundo do que ele
chamava de “dominação jesuíta da Igreja em Roma”. Weishaupt formou um
grupo de conspiradores que deveria trazer de volta a pura fé dos
mártires cristãos. Os cinco iniciados passaram a espalhar a doutrina
pela Alemanha, o que não agradou nadinha o governo. Os Illuminati
passaram a sofrer repressão e Weinshaupt acabou fugindo do país em 1784,
colocando um ponto final na trajetória da polêmica organização. Ou não.
Há quem acredite que os Illuminati estão por aí, ainda atuantes, e
trabalhando por debaixo dos panos para instituir um governo global
chamado de Nova Ordem Mundial.
4. opus Dei:
Sua diminuta área de 0,44 km2 contribui para isso, é verdade, mas o
Vaticano tem tudo para ser o país com mais segredos por metro quadrado
do planeta. Um dos grandes mistérios é o Opus Dei, organização
espiritual católica vinculada ao Vaticano criada em 1928 na Espanha. Os
boatos que cercam a sociedade – da qual só pode fazer parte quem
manifestar vocação antes do pedido de filiação – alimentam a mística em
torno de suas atividades. As ações ultraconservadoras e totalitárias da
organização (e o incentivo à autoflagelação) ganham a mídia e geram
polêmicas, mas é sua influência política que levanta mais suspeita: há
quem acredite que o Opus Dei é tão poderoso que pode decidir grandes
questões da Igreja.
Como se não bastasse, além de ter como missão santificar o mundo,
uma das funções secretas dos membros do Opus Dei seria ocupar posições
de liderança na sociedade – e daí viria todo o poder e dinheiro da
instituição. Isso pode muito bem ser verdade: a legião de 85 mil adeptos
anônimos se espalha por todas as partes do mundo. A organização chegou
ao Brasil na década de 1950 e estima-se que a organização conte com
cerca de 1.700 membros no país.
5. Skull and Bones:
Esqueça o que você aprendeu ao assistir aquele besteirol americano:
apesar de ter surgido dentro dos dormitórios de uma faculdade, esta
sociedade secreta e ultra-exclusiva é bem diferente das fraternidades
comuns. A Skull and Bones (“Caveira e Ossos’, em português), foi fundada
na Universidade de Yale em 1832. Reza a lenda que tudo começou por
causa de uma dor de cotovelo: depois de ser rejeitado pela Phi Beta
Kappa, uma das mais antigas e prestigiadas irmandades universitárias dos
Estados Unidos, William Huntington Russell teria fundado a sociedade
ultra-exclusiva – a cada ano, apenas 15 pessoas são escolhidas para
fazer parte do grupo que atualmente conta com cerca de 800 membros.
Poderia ser só mais um clubinho, não fossem as polêmicas que envolvem a
organização que, acredita-se, tem ligação com os Illuminati. Para além
das teorias da conspiração, fato é que, entre os membros da sociedade,
estão alguns dos mais importantes políticos e homens de negócios do EUA –
a teoria é que eles trabalham juntos para ocupar as mais importantes
posições de destaque no cenário estadunidense. Entre os membros da
organização misteriosa, estão George Bush pai e George Bush filho, ambos
ex-presidentes dos Estados Unidos. Até Henry Luce, fundador da
corporação Time-Life, um dos mais importantes conglomerados de
comunicação dos Estados Unidos e responsável pela influente revista
Time, fez parte da Skull and Bones.
6. Rosacruz:
Na Idade Média, a Inquisição não perdia a chance de jogar na
fogueira quem ousasse questionar os dogmas católicos. Para evitar esse
destino, os integrantes da Rosacruz preferiram não arriscar e fizeram
valer o titulo de “sociedade secreta”. Interessados em descobrir mais
sobre os profundos mistérios religiosos, os membros da Rosacruz
recorriam às mais diversas fontes – gnosticismo (buscando o conhecimento
à margem do que dizia a Igreja), a cabala (misticismo judaico), o
esoterismo islâmico e também na filosofia, mitologia egípcia, astrologia
e alquimia. Envolta por mistérios, as origens da organização permanecem
incertas até os dias de hoje. Enquanto alguns afirmam que sua criação
data do ano 46, na Alexandria, a teoria mais famosa liga o surgimento da
sociedade ao monge Christian Rosenkreuz, nascido em 1378, na Alemanha.
Ao que tudo indica, aos 16 anos, ele viajou ao Oriente Médio e estudou
diferentes artes ocultas. Para celebrar seus rituais secretos, ao voltar
para a Alemanha, Rosenkreuz construiu a Spiritus Sanctum, a “Casa do
Espírito Santo”. Quando a sua tumba foi encontrada, 120 anos depois de
sua morte, o pastor luterano Johann Andrae retomou as atividades da
Rosacruz. Apesar de muitos acreditarem que tudo não passa de uma lenda,
muitas sociedades atuais se baseiam no valor simbólico da história: as
andanças pelo mundo e a incorporação de elementos de várias tradições
aludem à chamada Religião Universal da Sabedoria – que prega a
tolerância religiosa, a harmonia e a paz.
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