A Tomada De Posse Da Terra Prometida
Ao longo deste capítulo, serão abordadas questões extremamente
importantes e, infelizmente, pouco conhecidas. Antes de mais nada, é
preciso esclarecer que o Brasil não foi "descoberto" em 22 de abril de
1500, conforme regularmente se ensina (e se comemora) e que a missa aqui
celebrada em 26 de abril também não foi a primeira.
Em seguida, convém registrar que o "descobrimento" não se deu por acaso,
como se costuma (ou se costumava) ensinar nos livros escolares; foi, ao
contrário, cuidadosamente planejado pelos reis templários portugueses,
que tinham conhecimento da existência destas terras do outro lado do
Atlântico e sabiam das correntes marítimas para a elas chegar muito
antes das primeiras navegações lusitanas.
Em terceiro lugar, é preciso retificar que o principal motivo para as
grandes navegações não foi de ordem econômica, como costumeiramente se
acre-dita; ao contrário, o projeto dos descobrimentos obedeceu, antes de
tudo, a uma motivação espiritual - dentro do plano dos cavaleiros da
Ordem do Templo ou de Cristo de chegar à Terra da Promissão, à Grande
Ilha Sagrada ou Ilha Imperecível, onde seria feito, de acordo com as
profecias , o Reino de Deus na Terra.
Em quarto, o nome Brasil não veio de pau-brasil (cor de brasa) como se
ensina e, sim, é uma denominação que já existia antes da oficialização
da descoberta, significando "terra abençoada".
Finalmente, quem nos colonizou não foram só bandidos degredados e gente
da pior espécie, conforme se afirma injusta e inveridicamente; ao
contrário, o Brasil foi povoado principalmente por uma elite constituída
por cristãos-novos, cavaleiros templários e pessoas perseguidas (
degredadas) por questões ideológicas ou religiosas, como os festeiros do
Divino.Vamos ver esses cinco aspectos um por um.
1343: Portugal Anuncia ao Papa a "Descoberta" da Ilha do Brasil
Oficialmente, sabe-se que os portugueses já no ano de 1343 ou antes dele
aqui estiveram, enviados pelo rei de Portugal Afonso IV, filho de D.
Dinis.
Afirma-nos Roberto Costa Pinho que "o primeiro registro da Ilha Brasil
encontra-se na Carta Náutica do cartógrafo genovês Angel Dalorto,
elaborada em 1325, onde ela figura a oeste da costa sul da Irlanda, 175
anos antes do Brasil ser oficialmente descoberto."
Como podia um cartógrafo genovês saber da existência desta terra, que os
irlandeses da época passaram depois a chamar de Ilha de São Brandão? De
duas maneiras: ou porque teve acesso a mapas existentes (como os dos
templários) – assunto de que falaremos mais à frente - ou porque, já
nessa época, navegadores portugueses, orientados por genoveses, cruzavam
os mares e aportavam no Novo Mundo.
Esta última hipótese sem dúvida é plausível, pois convém lembrar que o
rei D. Dinis, de Portugal, nascido em 1260 e considerado o pai do
projeto dos descobrimentos, contratou navegadores genoveses para
construção da primeira armada portuguesa, com vistas às navegações
marítimas futuras. Foi este monarca que plantou pinhais pelo reino, para
fornecer a madeira necessária ao feitio das embarcações.
O ano de 1325, em que apareceu a Carta Náutica de Ângelo Dalorto, foi
também o ano em que morreu D. Dinis, subindo ao trono seu filho Afonso
IV. Dezoito anos após a morte de D. Dinis, em 1343, foi oficiada ao papa
a descoberta da Ínsula Brasil, conforme registra Felipe Cocuzza:
"Sancho Brandão foi o navegador português que, a mando de D. Afonso IV
chegou ao Brasil na Idade Média, conforme atesta Assis Cintra, em seu
livro "Revelações Históricas para o Centenário", em 1923. Essa navegação
foi informada por D. Afonso IV ao papa Clemente VI em carta de 12 de
fevereiro de 1343, acompanhada de um mapa com a inscrição de "Ínsula do
Brasil ou de Brandam". O nome Sancho, de Sanctius, o mais santo, ajudou a
convergência para São Brandão".
Segundo este mesmo autor, mapas e textos europeus da Idade Média, entre
eles o célebre "The Canterbury Tales", de Geolfroy Chaucer (1380) ligam
sempre o nome do Brasil ao de Portugal, às vezes dando idéia inequívoca
de posse: Brasil de Portugal.
Esta "descoberta" de 1500 foi, portanto, uma "tomada de posse", uma vez
que os reis templários de Portugal já sabiam da existência destas terras
muito antes dessa navegação ordenada pelo rei Afonso IV, aliás
preparada pelo seu pai, D. Dinis, chamado por Fernando Pessoa de
"plantador de naus".
O Plano da "Descoberta"
Se quem conseguiu primeiramente sucesso nas navegações portuguesas foram
os reis D. Dinis e Afonso IV, o monarca que ficou com a fama dos
descobrimentos foi D. Manuel, o Venturoso, pois foi ele quem tratou da
oficialização perante o mundo da descoberta do Brasil. O alegado
"descobrimento casual" foi, na verdade, resultado de um plano
cuidadosamente preparado durante séculos pelos reis templários
lusitanos.
Foi esse plano que levou o rei D. Dinis a reflorestar Portugal,
plantando os pinhais para fornecer madeira para as embarcações, duzentos
anos antes do "descobrimento" oficial, e a criar a primeira armada
portuguesa, com auxílio de navegadores genoveses. Depois disso, os reis
dele descendentes continuaram o projeto de chegada à "terra prometida".
Os mapas e registros dessa terra e das correntes marítimas para a ela
chegar (oriundos dos navegadores fenícios e hebreus), juntamente com
profecias detalhadas sobre esse longínquo mundo, teriam passado ao poder
dos cavaleiros templários quando, no século XII, fundaram a Ordem do
Templo em Jerusalém, no mesmo local onde antes se situara o templo de
Salomão, conforme vimos nos capítulos 5, 6 e 7 deste livro.
A Origem Templário (Espiritual ) dos Descobrimentos
É do conhecimento das pessoas mais evoluídas que existem aspectos, ou
mesmo fatos na História, ou ainda até a própria História que são
deliberadamente omitidos ou ocultados por razões de quem tem o poder ou
de quem quer se proteger dele.
Acreditar, como é ensinado por exemplo no Brasil, que seu descobrimento
se deve a uma chegada fortuita e, mais, que o interesse pelo monopólio
das especiarias motivou a expansão marítima portuguesa e os
descobrimentos é ter, como diz Antônio Quadros, a visão limitada das
pessoas que só enxergam até onde a miopia do dinheiro lhes permite.
Assim como o Império Romano se deveu ao estoicismo, Portugal do século
XV ao XVI foi dono da metade do planeta e ainda invencível em terra e
nos mares porque tinha um alvo muito além do mero interesse pelas
riquezas, que certamente houve.
O Porto do Cálice ou Porto do Graal (Portugal), país templário por
excelência, era naquele período um conjunto de forças e aspirações
superiores condensados num só sentido: a expansão da fé de Cristo e a
formação do Reino do Espírito Santo, baseado na tradição templária, com
sua visão joanina, fundamentada na doutrina de Gioachino di Fiori sobre o
advento da Terceira Idade - impelia-os a fé no destino de uma pátria
messiânica portuguesa.
O principal móvel secreto dos descobrimentos, como bem assinalam Antônio
Quadros e outros autores, foi de ordem espiritual: o desejo de
construir o Quinto Império ou reino do Espírito Santo no mundo. Para
tanto, conforme mostramos em nosso livro, ambicionavam chegar à Grande
Ilha que, segundo as profecias, estaria destinada para tal propósito.
Rainer Daenhardt, historiador alemão, afirma que não é por acaso que os
grandes navegadores portugueses dos séculos XV e XVI eram membros das
ordens de Cristo e de Avis, nem é por motivos fortuitos que levavam em
suas embarcações a cruz da Ordem de Cristo nas velas.
"A expansão do mundo português não foi o resultado ocasional de
aventureiros que se lançaram à procura de conquistas de novas rotas
marítimas para enriquecerem rapidamente e de qualquer maneira. Na
História escrita por mãos portuguesas não houve a aniquilação
sistemática de povos, religiões ou culturas, ao primeiro contato, como a
extinção dos astecas, no México, dos Incas no Peru e dos Guanches nas
Canários, por exemplo. Com a Ordem de Cristo foi tudo diferente. "
Para esse escritor, a expansão portuguesa não foi sempre pacífica, mas
de qualquer modo, uma pequena nação pôde escrever páginas significativas
na História da Humanidade, sem impor extermínio de populações. Foram
cavaleiros iniciados que navegaram por todos os mares e levantaram
padrões com símbolos da Ordem de Cristo, da Cruz de Avis e da Cruz das
Quinas, circundada pelo escudo dos castelos.
Afirma Daenhardt que a orientação da Ordem de Cristo, que supervisionava
toda a expansão marítima, imprimiu uma vontade férrea à atuação
portuguesa, liderada por cavaleiros iniciados, vivos exemplos de uma
interpretação da fé, bem diferente da missão que lhes estava destinada.
Essa já era a força da "Fé de Portugal".
Brasil Não Veio de "Pau-Brasil"
Conforme foi afirmado anteriormente, o nome Ilha Brasil já existia antes
do descobrimento oficial do Brasil por Pedro Álvares Cabral – quando,
em 1343 o navegador Sancho Brandão representou o continente com o nome
de Ínsula Brasil ou Brandam.
O pesquisador Felipe Cocuzza explica que "durante a Idade Média, a
lendária Ilha Brasil povoou a poesia, os mapas, as tradições, as
profecias e o folclore. A palavra Brasil tem duas etimologias
convergentes: o germânico brasa, que passou ao Latim e ao Português, de
onde veio a designação pau-brasil, devido à cor vermelha e o celta BRAS
ou BRES, paralelo ao inglês BLESS que significa benção; prende-se ainda
ao hebraico BRACHA (ch aspirado como em alemão) também com o sentido de
benção e ao sânscrito BRHAMA da raiz BRITH, expandir, irradiar; brilhar,
com o sentido de Deus, benção, suma ventura. Portanto, Ilha Brasil quer
dizer Ilha Abençoada."
Livres-Pensadores, não Degredados
Diversos autores apontam que uma das maiores injustiças feitas ao Brasil
é dizer que foi povoado por degredados, gente da pior espécie. Ao mesmo
tempo, a história ensinada nos bancos escolares salienta, é claro, que
os Estados Unidos foram colonizados por pessoas da melhor espécie.
Autores como Cocuzza, Varnhagen, João Francisco Lisboa, entre outros,
desmentiram essas duas falsidades infelizmente arraigadas na mente do
povo por força de um ensino errôneo.
Na verdade, a maior parte dos degredados não eram prisioneiros de crime
comum, mas livres-pensadores perseguidos por motivos ideológicos
(Inquisição) como cristãos novos e humanistas. Não nos podemos esquecer,
em honra dos portugueses, do belo trabalho efetuado pelos jesuítas
(Nóbrega. Anchieta) com suas missões, e pelos franciscanos da Ordem
Terceira. As duas ordens religiosas trouxeram ao Brasil a tolerância
racial, o culto ao Espírito Santo, a Festa do Divino e o sonho de
realizar o Reino de Deus na Terra.
Saliente-se o povoamento feito por levas de famílias açorianas que se
fixaram no Rio Grande do Sul - ou que fundaram, entre outros Estados, o
do Espírito Santo, cuja capital, significativamente, chama-se Vitória.
Entre os degredados vindos ao Brasil, para felicidade de nossa terra,
estavam os festeiros do Divino, que na Europa estavam sendo perseguidos
pela Inquisição por anunciarem o futuro Império do Espírito Santo. Neste
país, eles organizaram as festas que existem com pujança até os dias de
hoje.
Constitui portanto uma insensatez dizer que foi má sorte para o Brasil
ter sido colonizado pelos portugueses; que seria melhor termos sido
colonizados pelos ingleses, franceses, holandeses, etc. É só ver o
racismo, a intolerância e o clima insuportável existente nas terras
colonizadas por tais países, para suspirarmos aliviados por termos sido
um país descoberto e povoado por lusitanos.
Vespúcio descobre o Paraíso Terrestre
Américo Vespúcio (1452 a 1512), cosmógrafo e navegador, é um dos nomes
mais importantes da história da descoberta do Novo Mundo. Graças às suas
cartas, que se difundiram em forma de folhetins de sucesso e encantaram
a Europa renascentista, as terras descobertas receberam o nome de
América. Das quatro viagens que Vespúcio realizou, esteve no Brasil em
três delas, comparando nosso país ao "paraíso terrestre":
"(...) fomos à terra e descobrimo-la tão cheia de árvores que era
coisa maravilhosa, não somente a grandeza delas, mas seu verdor e cheiro
suave, que delas saía e dava tanto conforto ao olfato que grande
recreio tiramos disso. E o que vi aqui foi uma feíssima coisa de
pássaros de diversas formas, e cores, e tantos papagaios que era
deslumbrante; alguns coroados como carmim, outros verdes, e cor limão, e
outros negros, e encarnados, e o canto dos pássaros que estava nas
árvores era coisa tão suave, e de tanta melodia, que nos acontece muitas
vezes estarmos parados pela doçura deles. E a mata é de tanta beleza e
suavidade que pensávamos estar no paraíso terrestre. (...) Naquele país
tal multidão de gente encontramos que ninguém enumerar poderia, como se
lê no Apocalipse: gente digo mansa e tratável."
Foi baseado nos relatos de Américo Vespúcio que Thomas Morus escreveu
Utopia, que depois influenciou Jean Jacques Rousseau com a sua teoria do
bom selvagem.
Trecho extraído do livro:
História Secreta do Brasil
Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco
Editora Proton
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