
O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte
Porque a vida só tem graça e sentido — para quem a define por aquisições cumulativas domínios expandidos e decisões inquestionáveis — se for cercada de possibilidades de enriquecimento contínuo, lascivo e abençoado por leis obscuras e pagãs.
Ninguém se dá conta, porém, de que quanto mais nos rendemos ao fascínio daquilo que consideramos como poder, mais nos afastamos da nossa tão sonhada e pouco tangenciada liberdade.
Inúmeros pensadores, filósofos e escritores ocuparam-se em estudar a aparente onipotência do poder, também frente ao contágio social. Marx, Nietzsche, Foucault são alguns dos que se debruçaram sobre o assunto.
Uma busca alucinada pelos simbolismos do termo, suas acepções à boca corrente e sinônimos mais banais atravessa gerações, curiosidades e demandas.
Ganhar muito dinheiro, submeter à servidão os mais próximos, os parentes, pseudo amigos em profusão, fascinados pelo gigantismo de uma palavra que parece a mais gulosa dentre as destacadas nos dicionários da política e das megalomanias.
Aliás, quem almeja vorazmente consumir doses cada vez mais expressivas de poder, como um maltrapilho viciado perambulando nas ruas da amargura, pretende na verdade acorrentar-se aos grilhões de suas próprias intenções.
Nas brincadeiras infantis, muitos de nós construíamos realidades de mentirinha, nas quais todo o domínio era nosso. Os teatros de marionetes manejavam abúlicos bonecos, movidos por um diretor feroz em apresentações dominicais na praça para saltitantes crianças.
Por outro lado, observando a publicidade, constatamos que ela confere um poder aurático, quase deificado, às suas marcas e serviços. Os detentores de determinado carro, grife de vestuário, as mulheres envoltas por inacessíveis perfumes franceses, relógios cravejados de pedras preciosas, sapatos de salto altíssimo absolutamente customizados e artesanais.
O poder tenciona se distinguir definitivamente das massas. Ser singular, a qualquer preço, ter um caso alucinante com aquele diretor artístico, o gestor da empresa aonde você trabalha. Posar nua para famosa revista masculina é certeza de ascender às escadas do sucesso fácil. Dinheiro multiplicado, que venha de ações fraudulentas, não importa, porque a alma é pobre e esvaziada de caráter, carrosséis e fantasias.
Festas, holofotes, convites Vips para shows caríssimos e eventos de moda. Isso é que faz a vida valer a pena para muita gente, inclusive os frequentadores das colunas sociais.
Degustar garrafas mágicas do mais caro champanhe francês do universo, cujo dourado líquido espumante é vertido generosamente pelo corpo dos amantes de ocasião, naquela ilha prive, instalada na costa verde brasileira.
Possuir iates, helicópteros, jatinhos com assinatura exclusiva, despontam como novas prisões de luxo e cordões umbilicais da vil matéria, da qual não se consegue nem se deseja desvencilhar jamais.
A filha mais velha que se aufere o direito de espancar os irmãos menores, dada a hierarquia cronológica. A mulher, garota de programa de alto nível, que se torna acessível à truculência cega de estranhos, mediante um cache bem polpudo.
Ter poder mesmo é chegar perto de silenciosos abismos sem temê-los. Descartar-se do fascínio de inúmeros cartões de crédito, do cabelereiro semanal, também frequentado por atrizes de nossa rede televisiva, para fazer uma simples e milionária escova em seus cacheados e cheirosos cabelos.
Abandonar preceitos, preconceitos, certezas irrefutáveis, lançar-se em tarefas quase impossíveis de olhos fechados e sorriso aberto. Deslindar-se das teias venenosas de aranhas capciosas e quase invisíveis, loucas por apossar-se de uma nova presa.
Deixar partir quem chega, sem perguntar o destino. Desapegar-se de tudo à volta: sonhos, tentações, idealizações e pessoas, pois somente assim conseguiremos compreender o nascer e o entardecer dos dias. Além das mensagens secas, lançadas por noites sem estrelas e sem brisa.
Vaidade, orgulho, empáfia, ganância perfilam-se como habituais acompanhantes do poder caricato, que se compraz deste séquito.
O poder ainda nos remete ao falo. O pênis robusto cercado de veias, que se ergue duro e decidido a mais um espetacular e memorável gozo. Vale uma pergunta, neste momento. Serão os impotentes, também amantes do poder? Chefetes de quinta categoria, criaturas desamadas, lixo humano, indivíduos muito magros ou muito gordos estarão eventualmente aficionados pelos troféus do comando ostensivo?
Poder rima com felicidade? Esperança, metas, tranquilidade, aconchego? Reflita um pouco. No pequeno livro “laços”, o antipsiquiatra inglês Ronald Laing, estudioso das psicoses, começa o obra com um poema-título, decorrente de uma particular sessão de terapia.
“Eles estão jogando o jogo deles/Eles estão jogando de não jogar um jogo/ Se eu lhes mostrar que os vejo tal qual eles estão/quebrarei as regras do jogo e receberei sua punição/O que devo, pois, é jogar o jogo deles/ o jogo de não ver o jogo que eles jogam.”
Maquiavel, filósofo absolutista e autor de “O Príncipe” assevera que o monarca deverá se portar como um lobo em pele de carneiro. Segundo o pensador, em qualquer situação a mentira e a traição deveriam ser minimizadas porque os fins sempre justificam os meios.
Ao auscultar-se por instantes os bastidores da consciência, será o poder filho dileto do medo, da insegurança e de serializados sentimentos de inferioridade? De imediato, encontram-se ressonâncias com manifestações no autoritarismo de governos despóticos, sanguinários e devastadores, como o de Hitler.
Ânsia incontida de possuir as chaves do céu e do inferno. Busca pelo comando absoluto de tudo e todos. Da juventude infinita, da vida eterna. Porque a morte, afinal, para os ditames da ganância que atravessam os séculos, sempre esteve, claro, fora de cogitação.
PORQUE SÃO CRISTÃOS OS
MAIS PERSEGUIDOS EM TODO O MUNDO?
Publicado em 4 de Janeiro de 2011 por António da Cunha Duarte Justo
PERSEGUIDOS POR PALAVRAS E OBRAS
Atentados Suicidas em Igrejas mataram inúmeros Cristãos na Época do
Natal
António Justo
A perseguição aos cristãos matou mais pessoas nos últimos cem anos do
que em toda a sua História anterior. O anti-cristianismo raramente é
tematizado nos Meios de Comunicação Social pelo facto de os cristãos não
se defenderem e assim não se tornarem públicos. Na linguagem corrente o
conceito “anti-cristianismo” não é usado. O que não existe nos
conceitos não existe na consciência do povo!…
Os cristãos são o grupo mais perseguido do mundo. São alvo de racistas e
de pretensos anti-racistas. No mundo árabe e asiático são vítimas de
assassinos, perseguição e racismo. Entre nós são vítimas da arma da
palavra ou do esquecimento. Tornou-se chique, na opinião publicada e em
conversas privadas, ser-se anticristão, anti-papa ou até justificar-se
os ataques à bomba de hoje com o passado, como cruzadas, etc. Uma luta
cultural insidiosa de militantes do secularismo contra o
catolicismo/cristianismo procura atribuir, tudo o que houve de
abominável na história política e económica, aos cristãos e não ao
cidadão ou ao governo secular de então. Sem se diferenciar, reduz-se o
Cristianismo a um bidé onde se lavam as próprias impurezas.
Tornou-se chique falar de anti-semitismo, de anti-arabismo,
anticomunismo, de racismo contra ciganos mas não é chique falar-se de
anti-cristianismo ou de anti-catolicismo. Vê-se o argueiro no olho dos
outros mas não se nota a tranca que se tem nos próprios olhos. Atacam-se
os outros para se defender os seus. O anti-cristianismo é descurado nos
Media porque os cristãos não se defendem e porque os extremistas do
secularismo iluminado precisam do catolicismo como área de projecção,
como terreno inimigo a combater. Quem não tem o Islão e outros como
inimigo precisa do cristianismo como adversário. O racismo cultural
solidariza-se contra os preconceitos contra minorias de outras culturas e
aninha-se na própria cultura numa opinião publicada enegrecedora do
Cristianismo e falsificadora dos factos. Vive-se bem da mentira das
meias verdades. Facto é que o Homem tem em si partes divinas e partes
diabólicas independentemente de seu ser de cristão, maçónico, comunista
ou capitalista, etc.
Mede-se com duas medidas. O que acontece de mau nos países muçulmanos é
visto como obra de extremistas, porém o que aconteceu de mal na História
passada é visto como obra dos cristãos. Na nossa sociedade, a difamação
de minorias é vista como preconceito, enquanto a difamação de maiorias é
legitimada ou aceite. Falta o conhecimento e humanidade. O preconceito
contra o Islão deixa de o ser quando se expressa contra os cristãos.
Os Media nos seus títulos falam de “violência depois do atentado na
Igreja”; as pessoas assassinadas na Igreja escrevem-se em letras
pequenas e à margem da notícia.
PORQUE SÃO OS CRISTÃOS O GRUPO MAIS PERSEGUIDO NO MUNDO?
O Cristianismo é um factor desmancha-prazeres para detentores do poder e
carreiristas. Ele coloca o interesse da pessoa no centro e em segundo
plano os interesses de economias, ideologias, culturas e estruturas
sociais. Todas as estruturas do poder não se sentem bem ao verificarem
que uma estrutura global, como o Catolicismo, se erga, globalmente, como
voz das pessoas sem voz. Muitos poderosos, especialmente na África e na
Ásia, constatam que onde os cristãos estiveram, a democracia, a
liberdade política e religiosa, os direitos humanos começaram, por
primeiro, a germinar, apesar da corrupção inerente à pessoa. Isto
complica-lhes o domínio.
O cristianismo não pertence a nenhuma cultura, raça, sistema ou
ideologia; o seu lugar é o Homem e o seu Deus encontra-se no interior de
cada pessoa independentemente de confissões religiosas e da crença em
Deus. Isto perturba e torna-se numa “ameaça” para quem quer fazer o seu
negócio, sem problemas de consciência, à custa da pessoa. O cristianismo
é perseguido em toda a parte porque é mais que uma crença, é mais que
uma religião. Ele é a religião, a filosofia, do Homem individual
integrado na comunidade universal sempre a caminho e sempre em
revelação! Consequentemente a dignidade humana encontra-se no Homem e
não fora dele; ela não se encontra na cultura, na Constituição, na
religião nem na nação. O lugar de Deus é o Homem e isto perturba todas
as estruturas e ideologias. Por isso estruturas e sistemas de poder da
humanidade passarão mas o cristianismo não passará. Tudo o que
verdadeiramente serve o Homem no seu ser humano, permanecerá, o resto
passará. Assim, as estruturas e as formas do poder serão sempre
relativas e passageiras e os poderosos encontrarão a barreira do Homem,
com a sua dignidade, ao seu poder. As culturas, os partidos, as formas
de governo passarão, o cristianismo, no que tem de matriz humana e
cósmica não passará. Naturalmente que muitos cristãos e não cristãos só
conhecem e se interessam pelo folclore cristão. Esta é também uma
realidade humana.
No Natal foram assassinados 86 cristãos na Nigéria; nas Filipinas,
devido a um atentado à bomba, foram feridas 11 pessoas numa missa de
Natal; no Iraque no Natal houve atentados a casas de cristãos e foram
impedidas as missas devido a ameaças de islamistas; na passagem de ano,
no Egipto, com um atentado a uma Igreja foram mortos 21 cristãos e 97
feridos; no Paquistão donzelas e mulheres cristãs são violadas por
muçulmanos para assim ficarem estigmatizadas como “impuras” na sua
cultura. Meninas cristãs de 12-13 anos são violadas por muçulmanos,
ficando assim impedidas de casar. Por estes e outros meios se impede a
proliferação dos cristãos. O maior problema está no facto de tudo isto
acontecer no meio do povo sem uma palavra que se levante em defesa dos
inocentes. Segundo o Corão todos os meios que sirvam o Islão são
legítimos.
O atentado assassino do Egipto é atribuído a uma rede de terror de fora
do país e o governo egípcio fala como se os cristãos coptas do Egipto
não fossem discriminados. Por um lado são discriminados e por outro
lado, procura-se através de ofertas de dinheiro e de ofertas de
perspectivas profissionais levá-los à conversão, como me testemunhava um
estudante egípcio na Alemanha. No momento em que os muçulmanos atingem
50% da população duma região ou país, passam à ofensiva, exigindo a
independência e discriminando os outros com as suas leis de maneira a
torná-los minoria. No sentido islâmico, a História da perseguição
muçulmana nos países onde dominam é uma História de “sucesso”, como
mostra a perseguição da Turquia aos cristãos com o holocausto aos
cristãos arménios. Nos últimos 100 anos, a Turquia conseguiu reduzir os
cristãos de 25% da população para 0,1% actualmente. A discriminação no
Sudão, no Egipto e muitos outros países segue a mesma lógica. No Iraque a
perseguição em curso contra os cristãos conseguiu reduzi-los de 1,5
milhões para menos de meio milhão.
Países islâmicos tornaram-se no Inferno ou pelo menos no Purgatório dos
Cristãos embora esses países sejam a sua terra natal. Os nossos
políticos não acreditam no “Inferno”, por isso não há uma perspectiva de
paraíso para eles, nos países em que são perseguidos.
O filósofo judeu Bernard Henry Levy constata que “os cristãos formam
hoje, à escala planetária, a comunidade perseguida da forma mais
violenta e na maior impunidade.” Esta realidade é calada e até
justificada, como se todo o mal do mundo fosse culpa dos cristãos. Esta
realidade tem de ser calada para se ter uma “boa consciência”!
António da Cunha Duarte Justo
Read more at: http://antonio-justo.eu/?p=1644 | Pegadas do Tempo
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PORQUE SÃO CRISTÃOS OS
MAIS PERSEGUIDOS EM TODO O MUNDO?
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PERSEGUIDOS POR PALAVRAS E OBRAS
Atentados Suicidas em Igrejas mataram inúmeros Cristãos na Época do
Natal
António Justo
A perseguição aos cristãos matou mais pessoas nos últimos cem anos do
que em toda a sua História anterior. O anti-cristianismo raramente é
tematizado nos Meios de Comunicação Social pelo facto de os cristãos não
se defenderem e assim não se tornarem públicos. Na linguagem corrente o
conceito “anti-cristianismo” não é usado. O que não existe nos
conceitos não existe na consciência do povo!…
Os cristãos são o grupo mais perseguido do mundo. São alvo de racistas e
de pretensos anti-racistas. No mundo árabe e asiático são vítimas de
assassinos, perseguição e racismo. Entre nós são vítimas da arma da
palavra ou do esquecimento. Tornou-se chique, na opinião publicada e em
conversas privadas, ser-se anticristão, anti-papa ou até justificar-se
os ataques à bomba de hoje com o passado, como cruzadas, etc. Uma luta
cultural insidiosa de militantes do secularismo contra o
catolicismo/cristianismo procura atribuir, tudo o que houve de
abominável na história política e económica, aos cristãos e não ao
cidadão ou ao governo secular de então. Sem se diferenciar, reduz-se o
Cristianismo a um bidé onde se lavam as próprias impurezas.
Tornou-se chique falar de anti-semitismo, de anti-arabismo,
anticomunismo, de racismo contra ciganos mas não é chique falar-se de
anti-cristianismo ou de anti-catolicismo. Vê-se o argueiro no olho dos
outros mas não se nota a tranca que se tem nos próprios olhos. Atacam-se
os outros para se defender os seus. O anti-cristianismo é descurado nos
Media porque os cristãos não se defendem e porque os extremistas do
secularismo iluminado precisam do catolicismo como área de projecção,
como terreno inimigo a combater. Quem não tem o Islão e outros como
inimigo precisa do cristianismo como adversário. O racismo cultural
solidariza-se contra os preconceitos contra minorias de outras culturas e
aninha-se na própria cultura numa opinião publicada enegrecedora do
Cristianismo e falsificadora dos factos. Vive-se bem da mentira das
meias verdades. Facto é que o Homem tem em si partes divinas e partes
diabólicas independentemente de seu ser de cristão, maçónico, comunista
ou capitalista, etc.
Mede-se com duas medidas. O que acontece de mau nos países muçulmanos é
visto como obra de extremistas, porém o que aconteceu de mal na História
passada é visto como obra dos cristãos. Na nossa sociedade, a difamação
de minorias é vista como preconceito, enquanto a difamação de maiorias é
legitimada ou aceite. Falta o conhecimento e humanidade. O preconceito
contra o Islão deixa de o ser quando se expressa contra os cristãos.
Os Media nos seus títulos falam de “violência depois do atentado na
Igreja”; as pessoas assassinadas na Igreja escrevem-se em letras
pequenas e à margem da notícia.
PORQUE SÃO OS CRISTÃOS O GRUPO MAIS PERSEGUIDO NO MUNDO?
O Cristianismo é um factor desmancha-prazeres para detentores do poder e
carreiristas. Ele coloca o interesse da pessoa no centro e em segundo
plano os interesses de economias, ideologias, culturas e estruturas
sociais. Todas as estruturas do poder não se sentem bem ao verificarem
que uma estrutura global, como o Catolicismo, se erga, globalmente, como
voz das pessoas sem voz. Muitos poderosos, especialmente na África e na
Ásia, constatam que onde os cristãos estiveram, a democracia, a
liberdade política e religiosa, os direitos humanos começaram, por
primeiro, a germinar, apesar da corrupção inerente à pessoa. Isto
complica-lhes o domínio.
O cristianismo não pertence a nenhuma cultura, raça, sistema ou
ideologia; o seu lugar é o Homem e o seu Deus encontra-se no interior de
cada pessoa independentemente de confissões religiosas e da crença em
Deus. Isto perturba e torna-se numa “ameaça” para quem quer fazer o seu
negócio, sem problemas de consciência, à custa da pessoa. O cristianismo
é perseguido em toda a parte porque é mais que uma crença, é mais que
uma religião. Ele é a religião, a filosofia, do Homem individual
integrado na comunidade universal sempre a caminho e sempre em
revelação! Consequentemente a dignidade humana encontra-se no Homem e
não fora dele; ela não se encontra na cultura, na Constituição, na
religião nem na nação. O lugar de Deus é o Homem e isto perturba todas
as estruturas e ideologias. Por isso estruturas e sistemas de poder da
humanidade passarão mas o cristianismo não passará. Tudo o que
verdadeiramente serve o Homem no seu ser humano, permanecerá, o resto
passará. Assim, as estruturas e as formas do poder serão sempre
relativas e passageiras e os poderosos encontrarão a barreira do Homem,
com a sua dignidade, ao seu poder. As culturas, os partidos, as formas
de governo passarão, o cristianismo, no que tem de matriz humana e
cósmica não passará. Naturalmente que muitos cristãos e não cristãos só
conhecem e se interessam pelo folclore cristão. Esta é também uma
realidade humana.
No Natal foram assassinados 86 cristãos na Nigéria; nas Filipinas,
devido a um atentado à bomba, foram feridas 11 pessoas numa missa de
Natal; no Iraque no Natal houve atentados a casas de cristãos e foram
impedidas as missas devido a ameaças de islamistas; na passagem de ano,
no Egipto, com um atentado a uma Igreja foram mortos 21 cristãos e 97
feridos; no Paquistão donzelas e mulheres cristãs são violadas por
muçulmanos para assim ficarem estigmatizadas como “impuras” na sua
cultura. Meninas cristãs de 12-13 anos são violadas por muçulmanos,
ficando assim impedidas de casar. Por estes e outros meios se impede a
proliferação dos cristãos. O maior problema está no facto de tudo isto
acontecer no meio do povo sem uma palavra que se levante em defesa dos
inocentes. Segundo o Corão todos os meios que sirvam o Islão são
legítimos.
O atentado assassino do Egipto é atribuído a uma rede de terror de fora
do país e o governo egípcio fala como se os cristãos coptas do Egipto
não fossem discriminados. Por um lado são discriminados e por outro
lado, procura-se através de ofertas de dinheiro e de ofertas de
perspectivas profissionais levá-los à conversão, como me testemunhava um
estudante egípcio na Alemanha. No momento em que os muçulmanos atingem
50% da população duma região ou país, passam à ofensiva, exigindo a
independência e discriminando os outros com as suas leis de maneira a
torná-los minoria. No sentido islâmico, a História da perseguição
muçulmana nos países onde dominam é uma História de “sucesso”, como
mostra a perseguição da Turquia aos cristãos com o holocausto aos
cristãos arménios. Nos últimos 100 anos, a Turquia conseguiu reduzir os
cristãos de 25% da população para 0,1% actualmente. A discriminação no
Sudão, no Egipto e muitos outros países segue a mesma lógica. No Iraque a
perseguição em curso contra os cristãos conseguiu reduzi-los de 1,5
milhões para menos de meio milhão.
Países islâmicos tornaram-se no Inferno ou pelo menos no Purgatório dos
Cristãos embora esses países sejam a sua terra natal. Os nossos
políticos não acreditam no “Inferno”, por isso não há uma perspectiva de
paraíso para eles, nos países em que são perseguidos.
O filósofo judeu Bernard Henry Levy constata que “os cristãos formam
hoje, à escala planetária, a comunidade perseguida da forma mais
violenta e na maior impunidade.” Esta realidade é calada e até
justificada, como se todo o mal do mundo fosse culpa dos cristãos. Esta
realidade tem de ser calada para se ter uma “boa consciência”!
António da Cunha Duarte Justo
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As pessoas não sabem que perderam
suas asas desde que colocaram os pés nesta terra. Elas perseguem o
definitivo, o concreto, o seguro e o assentado, logo que aterrissaram
neste planeta. As únicas mudanças aceitas, durante sua trôpega, minguada
e inexpressiva existência, residem no meticuloso planejamento
financeiro do seu cotidiano mesquinho.
Porque a vida só tem graça e sentido — para quem a define por aquisições cumulativas domínios expandidos e decisões inquestionáveis — se for cercada de possibilidades de enriquecimento contínuo, lascivo e abençoado por leis obscuras e pagãs.
Ninguém se dá conta, porém, de que quanto mais nos rendemos ao fascínio daquilo que consideramos como poder, mais nos afastamos da nossa tão sonhada e pouco tangenciada liberdade.
Inúmeros pensadores, filósofos e escritores ocuparam-se em estudar a aparente onipotência do poder, também frente ao contágio social. Marx, Nietzsche, Foucault são alguns dos que se debruçaram sobre o assunto.
Uma busca alucinada pelos simbolismos do termo, suas acepções à boca corrente e sinônimos mais banais atravessa gerações, curiosidades e demandas.
Ganhar muito dinheiro, submeter à servidão os mais próximos, os parentes, pseudo amigos em profusão, fascinados pelo gigantismo de uma palavra que parece a mais gulosa dentre as destacadas nos dicionários da política e das megalomanias.
Aliás, quem almeja vorazmente consumir doses cada vez mais expressivas de poder, como um maltrapilho viciado perambulando nas ruas da amargura, pretende na verdade acorrentar-se aos grilhões de suas próprias intenções.
Nas brincadeiras infantis, muitos de nós construíamos realidades de mentirinha, nas quais todo o domínio era nosso. Os teatros de marionetes manejavam abúlicos bonecos, movidos por um diretor feroz em apresentações dominicais na praça para saltitantes crianças.
Por outro lado, observando a publicidade, constatamos que ela confere um poder aurático, quase deificado, às suas marcas e serviços. Os detentores de determinado carro, grife de vestuário, as mulheres envoltas por inacessíveis perfumes franceses, relógios cravejados de pedras preciosas, sapatos de salto altíssimo absolutamente customizados e artesanais.
O poder tenciona se distinguir definitivamente das massas. Ser singular, a qualquer preço, ter um caso alucinante com aquele diretor artístico, o gestor da empresa aonde você trabalha. Posar nua para famosa revista masculina é certeza de ascender às escadas do sucesso fácil. Dinheiro multiplicado, que venha de ações fraudulentas, não importa, porque a alma é pobre e esvaziada de caráter, carrosséis e fantasias.
Festas, holofotes, convites Vips para shows caríssimos e eventos de moda. Isso é que faz a vida valer a pena para muita gente, inclusive os frequentadores das colunas sociais.
Degustar garrafas mágicas do mais caro champanhe francês do universo, cujo dourado líquido espumante é vertido generosamente pelo corpo dos amantes de ocasião, naquela ilha prive, instalada na costa verde brasileira.
Possuir iates, helicópteros, jatinhos com assinatura exclusiva, despontam como novas prisões de luxo e cordões umbilicais da vil matéria, da qual não se consegue nem se deseja desvencilhar jamais.
A filha mais velha que se aufere o direito de espancar os irmãos menores, dada a hierarquia cronológica. A mulher, garota de programa de alto nível, que se torna acessível à truculência cega de estranhos, mediante um cache bem polpudo.
Ter poder mesmo é chegar perto de silenciosos abismos sem temê-los. Descartar-se do fascínio de inúmeros cartões de crédito, do cabelereiro semanal, também frequentado por atrizes de nossa rede televisiva, para fazer uma simples e milionária escova em seus cacheados e cheirosos cabelos.
Abandonar preceitos, preconceitos, certezas irrefutáveis, lançar-se em tarefas quase impossíveis de olhos fechados e sorriso aberto. Deslindar-se das teias venenosas de aranhas capciosas e quase invisíveis, loucas por apossar-se de uma nova presa.
Deixar partir quem chega, sem perguntar o destino. Desapegar-se de tudo à volta: sonhos, tentações, idealizações e pessoas, pois somente assim conseguiremos compreender o nascer e o entardecer dos dias. Além das mensagens secas, lançadas por noites sem estrelas e sem brisa.
Vaidade, orgulho, empáfia, ganância perfilam-se como habituais acompanhantes do poder caricato, que se compraz deste séquito.
O poder ainda nos remete ao falo. O pênis robusto cercado de veias, que se ergue duro e decidido a mais um espetacular e memorável gozo. Vale uma pergunta, neste momento. Serão os impotentes, também amantes do poder? Chefetes de quinta categoria, criaturas desamadas, lixo humano, indivíduos muito magros ou muito gordos estarão eventualmente aficionados pelos troféus do comando ostensivo?
Poder rima com felicidade? Esperança, metas, tranquilidade, aconchego? Reflita um pouco. No pequeno livro “laços”, o antipsiquiatra inglês Ronald Laing, estudioso das psicoses, começa o obra com um poema-título, decorrente de uma particular sessão de terapia.
“Eles estão jogando o jogo deles/Eles estão jogando de não jogar um jogo/ Se eu lhes mostrar que os vejo tal qual eles estão/quebrarei as regras do jogo e receberei sua punição/O que devo, pois, é jogar o jogo deles/ o jogo de não ver o jogo que eles jogam.”
Maquiavel, filósofo absolutista e autor de “O Príncipe” assevera que o monarca deverá se portar como um lobo em pele de carneiro. Segundo o pensador, em qualquer situação a mentira e a traição deveriam ser minimizadas porque os fins sempre justificam os meios.
Ao auscultar-se por instantes os bastidores da consciência, será o poder filho dileto do medo, da insegurança e de serializados sentimentos de inferioridade? De imediato, encontram-se ressonâncias com manifestações no autoritarismo de governos despóticos, sanguinários e devastadores, como o de Hitler.
Ânsia incontida de possuir as chaves do céu e do inferno. Busca pelo comando absoluto de tudo e todos. Da juventude infinita, da vida eterna. Porque a morte, afinal, para os ditames da ganância que atravessam os séculos, sempre esteve, claro, fora de cogitação.
Read more at: http://antonio-justo.eu/?p=1644 | Pegadas do Tempo

O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte
Porque a vida só tem graça e sentido — para quem a define por aquisições cumulativas domínios expandidos e decisões inquestionáveis — se for cercada de possibilidades de enriquecimento contínuo, lascivo e abençoado por leis obscuras e pagãs.
Ninguém se dá conta, porém, de que quanto mais nos rendemos ao fascínio daquilo que consideramos como poder, mais nos afastamos da nossa tão sonhada e pouco tangenciada liberdade.
Inúmeros pensadores, filósofos e escritores ocuparam-se em estudar a aparente onipotência do poder, também frente ao contágio social. Marx, Nietzsche, Foucault são alguns dos que se debruçaram sobre o assunto.
Uma busca alucinada pelos simbolismos do termo, suas acepções à boca corrente e sinônimos mais banais atravessa gerações, curiosidades e demandas.
Ganhar muito dinheiro, submeter à servidão os mais próximos, os parentes, pseudo amigos em profusão, fascinados pelo gigantismo de uma palavra que parece a mais gulosa dentre as destacadas nos dicionários da política e das megalomanias.
Aliás, quem almeja vorazmente consumir doses cada vez mais expressivas de poder, como um maltrapilho viciado perambulando nas ruas da amargura, pretende na verdade acorrentar-se aos grilhões de suas próprias intenções.
Nas brincadeiras infantis, muitos de nós construíamos realidades de mentirinha, nas quais todo o domínio era nosso. Os teatros de marionetes manejavam abúlicos bonecos, movidos por um diretor feroz em apresentações dominicais na praça para saltitantes crianças.
Por outro lado, observando a publicidade, constatamos que ela confere um poder aurático, quase deificado, às suas marcas e serviços. Os detentores de determinado carro, grife de vestuário, as mulheres envoltas por inacessíveis perfumes franceses, relógios cravejados de pedras preciosas, sapatos de salto altíssimo absolutamente customizados e artesanais.
O poder tenciona se distinguir definitivamente das massas. Ser singular, a qualquer preço, ter um caso alucinante com aquele diretor artístico, o gestor da empresa aonde você trabalha. Posar nua para famosa revista masculina é certeza de ascender às escadas do sucesso fácil. Dinheiro multiplicado, que venha de ações fraudulentas, não importa, porque a alma é pobre e esvaziada de caráter, carrosséis e fantasias.
Festas, holofotes, convites Vips para shows caríssimos e eventos de moda. Isso é que faz a vida valer a pena para muita gente, inclusive os frequentadores das colunas sociais.
Degustar garrafas mágicas do mais caro champanhe francês do universo, cujo dourado líquido espumante é vertido generosamente pelo corpo dos amantes de ocasião, naquela ilha prive, instalada na costa verde brasileira.
Possuir iates, helicópteros, jatinhos com assinatura exclusiva, despontam como novas prisões de luxo e cordões umbilicais da vil matéria, da qual não se consegue nem se deseja desvencilhar jamais.
A filha mais velha que se aufere o direito de espancar os irmãos menores, dada a hierarquia cronológica. A mulher, garota de programa de alto nível, que se torna acessível à truculência cega de estranhos, mediante um cache bem polpudo.
Ter poder mesmo é chegar perto de silenciosos abismos sem temê-los. Descartar-se do fascínio de inúmeros cartões de crédito, do cabelereiro semanal, também frequentado por atrizes de nossa rede televisiva, para fazer uma simples e milionária escova em seus cacheados e cheirosos cabelos.
Abandonar preceitos, preconceitos, certezas irrefutáveis, lançar-se em tarefas quase impossíveis de olhos fechados e sorriso aberto. Deslindar-se das teias venenosas de aranhas capciosas e quase invisíveis, loucas por apossar-se de uma nova presa.
Deixar partir quem chega, sem perguntar o destino. Desapegar-se de tudo à volta: sonhos, tentações, idealizações e pessoas, pois somente assim conseguiremos compreender o nascer e o entardecer dos dias. Além das mensagens secas, lançadas por noites sem estrelas e sem brisa.
Vaidade, orgulho, empáfia, ganância perfilam-se como habituais acompanhantes do poder caricato, que se compraz deste séquito.
O poder ainda nos remete ao falo. O pênis robusto cercado de veias, que se ergue duro e decidido a mais um espetacular e memorável gozo. Vale uma pergunta, neste momento. Serão os impotentes, também amantes do poder? Chefetes de quinta categoria, criaturas desamadas, lixo humano, indivíduos muito magros ou muito gordos estarão eventualmente aficionados pelos troféus do comando ostensivo?
Poder rima com felicidade? Esperança, metas, tranquilidade, aconchego? Reflita um pouco. No pequeno livro “laços”, o antipsiquiatra inglês Ronald Laing, estudioso das psicoses, começa o obra com um poema-título, decorrente de uma particular sessão de terapia.
“Eles estão jogando o jogo deles/Eles estão jogando de não jogar um jogo/ Se eu lhes mostrar que os vejo tal qual eles estão/quebrarei as regras do jogo e receberei sua punição/O que devo, pois, é jogar o jogo deles/ o jogo de não ver o jogo que eles jogam.”
Maquiavel, filósofo absolutista e autor de “O Príncipe” assevera que o monarca deverá se portar como um lobo em pele de carneiro. Segundo o pensador, em qualquer situação a mentira e a traição deveriam ser minimizadas porque os fins sempre justificam os meios.
Ao auscultar-se por instantes os bastidores da consciência, será o poder filho dileto do medo, da insegurança e de serializados sentimentos de inferioridade? De imediato, encontram-se ressonâncias com manifestações no autoritarismo de governos despóticos, sanguinários e devastadores, como o de Hitler.
Ânsia incontida de possuir as chaves do céu e do inferno. Busca pelo comando absoluto de tudo e todos. Da juventude infinita, da vida eterna. Porque a morte, afinal, para os ditames da ganância que atravessam os séculos, sempre esteve, claro, fora de cogitação.
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