O triunfo
da morte, de Pieter Brueghel o Velho, (1562).
Historicamente, tentativas de definir
o momento exato da morte foram problemáticas. A identificação do momento exato
da morte é importante, entre outros casos, no transplante de órgãos, porque tais órgãos
precisam de ser transplantados, cirurgicamente, o mais rápido possível.
Morte já foi anteriormente definida
como parada cardíaca e respiratória mas,
com o desenvolvimento da ressuscitação cardiopulmonar e
da desfibrilação, surgiu um
dilema: ou a definição de morte estava errada, ou técnicas que realmente
ressuscitavam uma pessoa foram descobertas: em vários e vários casos,
respiração e pulso cardíaco são realmente restabelecidos após cessarem. Em
vista da nova tecnologia, atualmente a definição médica de morte é conhecida como morte
clínica, morte cerebral ou parada cardíaca
irreversível.
A morte cerebral é definida pela
cessão de atividade elétrica no cérebro, mas mesmo aqui há correntes
divergentes. Há aqueles que mantêm que apenas a atividade elétrica do
neo-córtex deve ser considerada a fim de se definir a morte. Por padrão, é
usada contudo uma definição mais conservadora de morte: a interrupção da
atividade elétrica no cérebro como um todo, incluso e sobretudo no tronco
encefálico - responsável entre outros pelo controle de atividades vitais
essenciais como batimentos cardíacos e respiração - e não apenas no neo-córtex,
diretamente associado à consciência [11] . Essa definição - a de morte
cerebral - é a adotada, por exemplo, na "Definição Uniforme de Morte"
nos Estados Unidos.
Lápides em
um cemitério.
Mesmo frente a uma definição precisa
de morte, a determinação da mesma ainda traz suas peculiaridades, e pode ser
difícil. A exemplo, EEGs podem detectar pequenos
impulsos elétricos onde nenhum existe, enquanto houve casos onde atividade
cerebral em um dado cérebro mostrou-se baixa demais para que EEGs os
detectassem. Por causa disso, vários hospitais possuem elaborados protocolos
determinando morte envolvendo EEGs em intervalos separados, e não raro mediante
os pareceres autônomos de no mínimo dois médicos.
A história médica contém
muitas referências a pessoas que foram declaradas mortas por médicos, e durante
os procedimentos para embalsamento eram encontradas vivas. Histórias de pessoas
enterradas vivas levaram um inventor no começo do século XX a desenhar um sistema de alarme
que poderia ser ativado dentro do caixão.
Por causa das dificuldades na
definição de morte, na maioria dos protocolos de emergência, mais de uma
confirmação de morte, tipicamente fornecida por médicos diferentes, é
necessária. Alguns protocolos de treinamento, por exemplo, afirmam que uma
pessoa não deve ser considerada morta a não ser que indicações óbvias que a
morte ocorreu existam, como decapitação ou dano extremo ao corpo. Face a
qualquer possibilidade de vida, e na ausência de uma ordem de
não-ressuscitação, equipes de emergência devem proceder ao transporte o mais
imediato possível até ao hospital, para que o paciente possa ser examinado por
um médico. Isso leva à situação comum de um paciente ser dado como morto à
chegada do hospital.
Pós-morte
"Tudo
é vaidade". Uma ilusão de óptica criada por Charles Allan Gilbert,
criticando o apego material da vida mundana.
A questão de o que acontece,
especialmente com os humanos, durante e após a morte, ou o que acontece
"uma vez morto", se pensarmos na morte como um estado permanente, é
uma interrogação freqüente, literalmente uma questão latente na psique humana.
Tais questões vêm de longa data, e a crença numa vida após a morte com
uma posterior reencarnação ou mesmo a passagem para outros
mundos embora muito antigas, são ainda muito difundidas socialmente (veja submundo). Para muitos, a crença e
informações sobre a vida após a morte resultam de uma mera busca por consolação
ou mesmo de uma covardia em relação à morte de um ser amado ou à prospecção da
inevitabilidade de sua própria morte. A crença em vida após a morte pode para
esses trazer algum consolo, contudo crenças como o medo do Inferno ou de outras conseqüências negativas podem tornar a morte algo
muito mais temido. A contemplação humana da morte é uma motivação importante
para o desenvolvimento de sistemas de crenças e religiões organizadas. Por essa razão,
palavra passamento quando dita por um espírita, significa a morte do corpo. A
passagem da vida corpórea para a vida espiritual.
Apesar desse ser conceito comum a
muitas crenças, ela normalmente segue padrões
diferentes de definição de acordo com cada filosofia. Várias religiões crêem que após a
morte o ser vivo ficaria junto do seu criador,
para os cristãos, Deus.
Muitos antropólogos sentem que os enterros fúnebres
atribuídos ao Homem de Neanderthal / Homo neanderthalensis, onde
corpos ornamentados estão em covas cuidadosamente escavadas, decoradas com
flores e outros motivos simbólicos, é evidência de antiga crença na vida após a
morte.
Do ponto de vista científico, não se
confirma a idéia de uma vida após a morte. Embora grande parte da comunidade
científica sustente que isso não é um assunto que caiba à ciência resolver, e
que cientificamente não há evidências que corroborem a existência de espíritos
ou algo com função similar que sobreviva após a morte, muitos pesquisadores
tentaram e ainda tentam entrar nesse campo estudando por exemplo as chamadas "experiências de quase-morte". Para eles,
o conceito de "vida" se associa ao de "consciência", contudo consciência não se atrela à
matéria conhecida.
Ao fim, consideram-se em essência
três hipóteses:
·
A consciência existe unicamente como resultado de correlações materiais Essa
hipótese é a que encontra corroboração científica atualmente, e se for
verdadeira, a vida cessa de existir no momento da morte.
·
A consciência não tem origem física e sim transcendente à
matéria usando o corpo físico apenas como instrumento para se expressar.
Se esta hipótese for verdadeira, certamente há uma existência de consciência
após a morte e não obstante também antes da vida física, o que leva diretamente
às tentativas de validação da reencarnação. É a adotada na Doutrina Espírita; sendo
igualmente utilizada por várias outras doutrinas espiritualistas para validar os acontecimentos
por eles presenciados e assumidos como transcendentais; bem como para
explicarem-se os êxtases em cultos de neopaganismo.
·
A consciência tem uma origem física e encontra-se atrelada ao cérebro,
mas há uma distinção entre os estados físicos da matéria (da massa encefálica)
e os pensamentos que deles derivam .Nessa linha de pensamento
há alguns que vão adiante e alegam que a consciência atrela-se a algum tipo de
matéria imponderável que,
embora relacionada a matéria ordinária, não se
decompõe como a primeira quando da morte. A hipótese também é, neste caso,
compatível com a reencarnação e com a filosofia das doutrinas espiritualistas
(ver perispírito).
fonte-diskipédia
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