apenas livre, ele
é liberdade. É uma rebelião viva. Mas ainda
assim eu vou
tentar dar algumas pistas, não exatamente
definições,
mas
umas poucas indicações, dedos apontando para a Lua.
Não se
prenda aos dedos. Os dedos não definem a Lua, eles apenas
indicam.
Os dedos nada têm a ver com a Lua...... Esqueça os
dedos e
olhe para a Lua.
O que eu
vou lhe dar não é uma definição. Neste caso,
não é
possível definição. Na verdade, definição nunca é
possível
a respeito
de qualquer coisa viva. Definição só é
possível a respeito de
alguma
coisa morta, que não vai mais
crescer, que não vai mais
desabrochar,
que
não tem mais
possibilidades, potencialidades, que está
exaurida
e
gasta. Nesse caso a definição é possível. Você consegue
definir
um homem morto, você não consegue definir um homem
vivo.
Vida
basicamente significa que o novo é ainda
possível.
Assim,
essas não são definições. O sannyas antigo
tem
uma
definição, muito clara, por isso ele está morto.
Eu chamo o
meu sannyas de "neo-sannyas" por essa particular
razão:
o meu
sannyas é uma abertura, uma jornada, uma dança,
um
caso
amoroso
com o desconhecido, um romance com a
própria existência,
uma
busca de relacionamento orgástico com
o todo. Tudo
mais
fracassou no mundo.
Tudo que estava definido,
que estava claro, que era lógico,
tudo
fracassou.
As religiões
fracassaram, as políticas fracassaram, as
ideologias
fracassaram.
E elas eram muito claras e continham planos para o
futuro
do
homem.
Todas elas fracassaram. Todos os programas
fracassaram.
O sannyas
não é mais um programa. Ele é uma
exploração,
não um
programa. Quando você se torna um sannyasin,
eu inicio
você na
liberdade e em nada mais. Ser livre é uma grande
responsabilidade
porque
então você não tem mais aonde se
apoiar. A não ser o seu
próprio ser interior,
a sua própria
consciência, você nada mais tem como
apoio ou
como escora.
Eu
tiro de você todos os apoios e escoras. Eu deixo
você só,
eu
o deixo completamente só. E nessa solidão... a flor
do sannyas.
Essa solidão desabrocha espontaneamente na flor do
sannyas.
No
sannyas não há caráter. Ele não tem qualquer
moralidade.
Ele
não é imoral, ele é amoral. Ou, pode-se dizer que
ele tem uma
moralidade maior a qual vem do interior e nunca de fora.
Ele
não permite qualquer imposição vinda de fora, porque
todas as
imposições vindas de fora convertem vocês em
servos,
em
escravos.
E o meu esforço é para dar a vocês dignidade e
glória.
O meu esforço aqui é para dar esplendor
a vocês.
Todos os
outros esforços fracassaram. Era
inevitável
porque o fracasso
estava embutido. Todos eles
estavam
orientados para
estruturar e
todo tipo de estrutura, mais cedo ou mais
tarde se torna pesado
sobre o coração do homem. Toda estrutura
se torna uma
prisão,
e um dia você terá que se rebelar contra ela.
Você não tem
observado ao longo da história? Cada revolução
em seu
próprio desdobramento se torna repressora. Na Rússia isso
aconteceu, na
China aconteceu. Depois de toda revolução, o
revolucionário
se torna anti-revolucionário. Uma vez que ele
chega
ao poder, ele traz a sua própria estrutura para impor à
sociedade.
E uma vez que ele começa a impor a sua estrutura, a
escravidão
se transforma num novo tipo de escravidão, e nunca
em uma
liberdade.
Todas as revoluções
fracassaram.
Isso aqui
não é uma revolução, isso é uma rebelião.
A revolução é
social, coletiva, enquanto a rebelião é individual.
Chega de
estruturas! Deixe que todas as estruturas se vão.
Nós queremos
indivíduos no
mundo, movendo-se livremente, movendo-se
conscientemente,
é claro. E a responsabilidade deles surge
através de sua própria consciência.
Eles se comportam
corretamente não porque eles estão
tentando seguir
certos
mandamentos; eles se comportam corretamente,
eles se
comportam
de maneira precisa, porque eles são cuidadosos. ....
Um
sannyasin é alguém cuidadoso consigo mesmo e,
naturalmente,
cuidadoso com todo mundo, porque ele não
consegue ser feliz
sozinho.
Você só consegue ser feliz num mundo feliz, num
ambiente
feliz.
Se todo
mundo estiver chorando em prantos na
miséria, será muito
difícil
para você
estar feliz. Assim, se
alguém é cuidadoso a respeito da
felicidade, a respeito de sua
própria felicidade, tornar-se-á
cuidadoso a respeito
da
felicidade de todos, porque a felicidade somente acontece
num
ambiente feliz. Mas esse cuidado não é por causa de algum
dogma. Ele existe
porque você ama e o primeiro amor,
naturalmente, é o amor
para
consigo mesmo. Em seguida vem o
amor aos outros.
Outros
esforços fracassaram porque eles eram orientados
pela mente.
Eles foram baseados no processo do pensar, eles
eram
conclusões
da mente. Sannyas não é uma conclusão da mente.
Sannyas não
é orientado por pensamentos. Ele não tem qualquer
raiz no
pensar.
Sannyas é insight, é meditação, não mente. Suas
raízes
estão
na alegria, não no pensamento. Suas raízes
estão na
celebração,
não no pensar. Suas raízes estão
naquela consciência onde os pensamentos não são encontrados.
Ele não é uma escolha entre dois pensamentos, ele é o
abandono de
todos os pensamentos. Ele é viver a partir do
nada........
Cada
sannyasin será uma pessoa totalmente única.
Eu
não estou
interessado na sociedade. Eu não estou interessado
na
coletividade.
Meu interesse está absolutamente nos indivíduos
- em
você!.
E a
meditação pode ser bem sucedida onde a mente
fracassou, porque
a meditação é uma revolução radical
no seu
ser.
Não é a
revolução que muda o governo, não é a revolução que
muda a
economia,
mas a revolução que muda a sua consciência, que
transforma
você da
noosfera à cristosfera, que transforma
você de uma pessoa
dormindo
numa alma acordada. E quando você
está acordado, tudo
o que
você fizer será bom.
Essa é a
minha definição de 'bom' e de 'virtude': a ação
de uma
pessoa acordada é virtude, e a ação de uma pessoa não
acordada é
pecado. Não existe outra definição de pecado e
virtude.
Depende da pessoa, de sua consciência, da qualidade
que
ela traz
ao ato. Assim, algumas vezes pode acontecer de que
o mesmo
ato possa ser virtuoso
e ser pecaminoso. Os atos podem
aparentemente ser os
mesmos,
mas as pessoas que estão por trás
dos atos podem ser diferentes. .........
O ato
pode ser o mesmo, mas se a pessoa está
acordada,
a qualidade do
ato muda.
Um
sannyasin é uma pessoa que vive mais e mais
em
estado de
alerta. E quanto mais pessoas houver vivendo
através da
consciência, melhor o mundo que será criado.
A civilização
não
aconteceu
ainda. .....
Sannyas
é apenas um começo, a semente de
uma
qualidade totalmente
diferente de mundo, onde as pessoas
são
livres
para
serem elas
mesmas, onde as pessoas não são restringidas,
aleijadas,
paralisadas, onde as pessoas não são reprimidas, não são
feitas
para se sentir culpadas, onde o prazer é aceito, onde a
alegria
é a regra,
onde
a seriedade desaparece, onde entra a
sinceridade não séria
e a
brincadeira.
Essas podem ser as
indicações, os dedos apontando para
a Lua.
A primeira qualidade de um sannyasin é uma
abertura à
experiência. Normalmente as pessoas são fechadas,
elas
não
são abertas à
experiência. Antes que elas experienciem
alguma coisa elas
já têm prejulgamentos a respeito. Elas não
querem experimentar,
elas
não querem explorar.
Isso é pura
estupidez. ........
Assim, a
primeira qualidade de um sannyasin é uma
abertura à
experiência. Ele não decidirá antes de ter experienciado.
Ele
nunca
decidirá antes de ter experienciado. Ele não terá
qualquer sistema
de crenças.
Ele não dirá, 'isso tem que ser
desse jeito porque Buda disse assim'.
Ele não dirá, 'isso tem
que ser assim porque está escrito nos Vedas'.
Ele dirá,
'eu
estou pronto para entrar nisso e ver se é assim ou não'. .....
Um
sannyasin não carregará muitas crenças, na verdade,
não
carregará nenhuma. Ele carregará apenas as suas próprias
experiências.
E a beleza da experiência é que a experiência
está sempre aberta,
porque sempre é possível mais
exploração. E a crença é sempre
fechada, ela
está completa.
A crença está sempre acabada. A experiência
nunca
está
acabada, ela permanece inacabada. Enquanto você estiver
vivendo,
como pode a sua experiência ter acabado? Sua
experiência está
crescendo,
está mudando, está se movendo.
Ela está continuamente se
movendo
do conhecido para o
desconhecido e do desconhecido para o
incognoscível.
E
lembre-se de que a experiência tem uma beleza porque ela é
inacabada. Algumas das maiores canções são aquelas que
estão
inacabadas.
Alguns dos maiores livros são aqueles que estão
inacabados.
Algumas das
maiores músicas são aquelas que estão
inacabadas. O inacabado
tem uma
beleza. ....
Nenhuma
história pode ser bela se ela estiver
completamente acabada.
Ela estará completamente morta. A
experiência
sempre
permanece
aberta, o que significa inacabada. A crença está
sempre
completa e acabada. Assim, a primeira qualidade é uma
abertura
à experiência.
A mente
é a reunião de todas as suas crenças juntas.
Abertura
significa não-mente. Abertura significa você colocar a
sua
mente
de
lado e estar pronto para olhar para a vida mais e mais
vezes de
uma maneira nova, não com os velhos olhos. A mente dá
a você os
velhos olhos,
ela lhe dá novamente idéias: 'olhe
através disso'. Mas então a
coisa se torna colorida, mas você
não olha para ela, você projeta
uma
idéia em
cima da coisa.
Então a verdade se torna uma tela na qual
você
continua
projetando.
Olhe
através da não-mente, através do nada - shunyata.
Quando você olha através da não-mente, a sua percepção é
eficiente, porque
então você vê aquilo que é. E a verdade
liberta. Tudo mais
cria
escravidão, somente a verdade
liberta.
Naqueles
momentos de não-mente, a verdade
começa a
filtrar
em você
como luz. Quanto mais você desfrutar dessa luz,
dessa
verdade,
mais você se tornará capaz e corajoso para abandonar a sua
mente.
Mais
cedo ou mais tarde, um dia chegará em que você
olhará mas
não terá qualquer mente. Você não estará
olhando para alguma
coisa,
você
estará simplesmente olhando. O
seu olhar será puro. Em tal
momento
você terá se tornado avalokita,
aquele que olha com olhos
puros.
Esse é um dos nomes de Buda: Avalokita.
Ele olha sem
quaisquer
idéias, ele simplesmente
olha. ........
A segunda
qualidade é viver existencial. O sannyasin
não
vive a partir
das idéias de que deve ser desse jeito, de que
deve ser
daquele
jeito, de que deve comportar-se dessa maneira, de
que não
deve
comportar-se daquela maneira. Ele não vive a partir das
idéias.
Ele é responsivo à existência. Ele responde com seu
coração
total,
qualquer
que seja o caso. Seu ser está aqui e
agora. Espontaneidade,
simplicidade
e naturalidade. Essas são
as suas qualidades.
Ele não
vive uma vida pré-fabricada. Ele não carrega
mapas -
como
viver, como não viver. Ele permite a vida levá-lo para
onde
quer
que seja. Um sannyasin não é um nadador, ele não tenta
nadar
contra a correnteza. Ele vai com o todo, ele flui com a
correnteza.
Ele flui
tão totalmente com a correnteza que pouco
a pouco
ele não
está
mais
separado da correnteza. Ele se torna
a correnteza. É a
isso que
Buda chama srotapanna:
aquele
que entrou na correnteza. Esse é também o início
do
sannyas
de Buda:
aquele que entrou na correnteza, aquele que relaxa na
existência.
Ele não carrega avaliações, ele não faz
julgamentos.
Viver
existencial significa que cada momento tem
que
decidir
por si. A
vida é atômica. Você não decide de antemão, você
não
ensaia,
você não prepara como viver. Cada momento chega e traz
a
situação. E você
está ali para responder àquilo. Você
responde. Geralmente as
pessoas
vivem uma maneira muito estranha
de vida. Se você for dar
uma
entrevista, você se prepara,
você pensa naquilo que lhe
será
perguntado e como
você irá
responder, como você irá se sentar e como você
ficará
de
pé.
Tudo se torna falso porque tudo foi ensaiado. E então o
que
acontece? Quando
você vai assim ensaiado, você nunca está
totalmente
presente.
Alguma
coisa está sendo perguntada e você
está pesquisando
em sua
memória,
porque
você está carregando
uma resposta preparada, quer ela
se ajuste
ou não,
quer ela
funcione ou não. Você segue perdendo o ponto.
Você não
está
totalmente ali, você está envolvido na memória. ....
A
terceira qualidade de um sannyasin é uma
confiança
em seu
próprio organismo. As pessoas confiam nos
outros.
O sannyasin
confia
em seu próprio organismo. Corpo, mente, alma, tudo está
incluído.
Se ele sente que está amando, ele flui no amor. Se
ele
não
sentir
que está amando,
ele diz: 'sinto muito', mas
ele nunca finge.
Um
não-sannyasin segue fingindo. Sua vida é vivida
através de
máscaras. Ele chega em casa, abraça sua esposa,
mas
ele não
quer
abraçar a mulher. E ele diz 'eu te amo', e tais palavras
soam
tão
falsas porque
elas não estão vindo do coração.
Elas estão vindo do Dale
Carnegie.
Ele
esteve lendo o seu livro
'Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas'
e esses
tipos de
tolices. Ele está cheio dessas tolices. Ele as carrega e as
pratica.
Toda a sua vida se torna uma vida falsa, uma paródia.
E, naturalmente,
ele
nunca está satisfeito. Ele não pode estar
porque a satisfação vem
apenas
com uma vida autêntica. Se
você não está sentindo amor, você
tem que
dizer isso, não
há necessidade de fingir. Se você está sentindo
raiva,
você
tem que dizer isso. Você tem que ser verdadeiro para com
seu
organismo, você tem que confiar em seu organismo. E você
ficará
surpreso: quanto mais você confiar, mais a sabedoria
de
seu
organismo se tornará muito
clara para você.
O seu
corpo tem sua própria sabedoria. Ele carrega a
sabedoria de
séculos em suas células. O seu corpo está faminto e
você
está
jejuando, porque a sua religião lhe diz que neste dia
você tem
que jejuar.
Mas
seu corpo está faminto. Você não
confia no seu organismo e
sim numa
escritura morta, porque em
algum livro alguém escreveu
que neste
dia você
tem que jejuar.
Aí você faz jejum. Escute o seu corpo! Sim,
existe dia em que
seu corpo diz: 'faça jejum!'. Então faça. Mas não há
qualquer
necessidade
de ouvir às escrituras. O homem que
escreveu aquelas
escrituras
não as escreveu pensando em
você..... Isso é como se você
ficasse
doente
e fosse à casa
de um médico falecido e lá encontrasse uma
receita e
começasse a segui-la. Aquela receita havia sido prescrita
para
uma outra pessoa,
para uma outra doença, em uma outra
situação.
Lembre-se
de confiar em seu próprio organismo.
Quando
você sentir que o
corpo está lhe dizendo 'não coma', pare
imediatamente.
Quando
o corpo estiver dizendo 'coma', então não se
preocupe se as
escrituras
estão dizendo para jejuar ou não. Se o seu corpo
disser
coma
três vezes
ao dia, está perfeitamente bom. Se ele
disser para comer
uma
vez ao dia,
também está perfeitamente
bom. Comece a aprender a ouvir
seu corpo,
porque ele é o seu
corpo. Você está nele; você tem que
respeitá-lo
e você tem
que confiar nele. Ele é o seu templo. É um sacrilégio impor
coisas ao
seu corpo. .... E você não vai apenas aprender a
confiar
em seu
corpo, você
vai aprender, pouco a pouco, a
confiar na existência também,
porque
o seu corpo é parte da
existência. Então a sua confiança irá
crescer e
você irá
confiar nas árvores e nas estrelas, na lua, no sol e
nos
oceanos.
Você confiará nas pessoas. Mas o começo da
confiança tem
que ser
a confiança em seu organismo; a
confiança em seu
coração. ...........
Um
sannyasin é aquele que confia no seu próprio
organismo,
e essa
confiança ajuda-o a relaxar em seu ser, ajuda-o a
relaxar na
totalidade da existência. Isso traz uma aceitação geral de si
mesmo e dos outros.
Isso dá uma qualidade de enraizamento e
centramento. Surge
então
uma grande força e um grande poder,
porque você está
centrado
em seu próprio
corpo, em seu
próprio ser. Você tem raízes no solo.
Por outro lado
você
vê pessoas sem raízes, como árvores arrancadas do solo.
Elas
estão simplesmente morrendo. Elas não estão vivendo.
É por
isso
que
não existe muita
alegria na vida. Você não vê a
qualidade da gargalhada;
está
faltando
celebração. E mesmo
quando as pessoas celebram, isso
também
é falso.
.........
A quarta
é um senso de liberdade.
O
sannyasin não é apenas livre. Ele é liberdade.
Ele
sempre
vive de uma maneira livre. Liberdade não quer
dizer
licenciosidade.
Licenciosidade não é liberdade, é apenas uma
reação
contra a
escravidão; daí
você se move para o outro
extremo. Liberdade não
é o outro
extremo, não
é uma
reação. Liberdade é um insight: 'Eu tenho que
ser livre,
se
é que
eu quero ser algo. Não há outra maneira de ser. Se eu
for muito
possuído
pela igreja, pelo hinduismo, pelo
cristianismo, pelo
islamismo,
então eu não
conseguirei ser.
Então eles irão criar limites ao
redor de mim.
Eles seguirão
forçando a mim mesmo como um ser aleijado. Eu tenho
que ser
livre. Eu tenho
que assumir esse risco de ser livre. Eu tenho
que
encarar esse
perigo.'
A
liberdade não é muito conveniente,
ela não é
muito
confortável. Ela é arriscada. Um sannyasin assume
tal risco.
Isso não que dizer
que ele vai sair brigando com todo mundo.
Isso não
significa
que
quando
a lei disser mantenha-se à
direita, ou à esquerda,
ele fará o
contrário.
Não. Ele não
se preocupa com questões triviais.
Se a lei
disser mantenha-se
à esquerda, ele se manterá à esquerda, porque não é
isso
que é
escravidão. Mas a respeito de coisas importantes e
essenciais... ........
A
respeito de coisas essenciais, o sannyasin
sempre
manterá
a sua
liberdade intacta. E porque ele respeita a
liberdade,
ele
respeitará a liberdade dos outros também.
Ele nunca irá
interferir na liberdade dos outros, seja lá quem for.
Se a sua
esposa se
apaixonar por um outro,
você se sentirá ferido,
você irá chorar de tristeza,
mas esse
é um
problema
seu.
Você não irá interferir nela. Você não dirá: 'pare
com
isso,
porque eu
estou sofrendo!' Você dirá: 'Essa é a
sua liberdade.
Se eu
estou
sofrendo,
isso é problema meu. Eu
terei que lidar com isso,
eu terei que
encarar isso.
Se eu sinto
ciúme, eu terei que me livrar desse ciúme,
mas
você
segue o
seu caminho. Embora isso me tenha
machucado,
embora
eu tenha
querido
que você não se fosse com um outro alguém, isso é um
problema
meu.
Eu não posso me intrometer em sua
liberdade.'
O amor
respeita tanto que ele dá liberdade.
E se o
amor
não estiver
dando liberdade, ele não é amor, ele é
alguma outra
coisa.
Um
sannyasin é tremendamente respeitoso
quanto à
sua
própria
liberdade, muito cuidadoso para com a sua
própria
liberdade,
e
da
mesma maneira ele também é em relação à liberdade
dos
outros.
Esse senso de liberdade lhe dá uma individualidade.
Ele
não é uma
simples parte
da massa. Ele tem um certo jeito
único: a sua maneira de viver,
o seu
estilo, a sua atmosfera, a
sua individualidade.
Ele existe do
seu próprio jeito,
ele ama a
sua própria música. Ele tem um senso de
identidade:
ele sabe
quem ele é; ele segue aprofundando esse sentimento
de quem
ele
é; e ele
nunca faz concessões quanto a isso....
(.....) A
quinta é criatividade. (........) Meu
conceito de
sannyasin
é
que a sua energia será criativa, é que ele trará um pouco
mais de
beleza a este mundo, ele trará um pouco mais de
alegria
a este
mundo, ele encontrará novas maneiras de dançar e
cantar;
ele trará belos
poemas e músicas. Ele criará alguma
coisa, ele será
criativo. .....
Ele deve
contribuir com alguma coisa.
Permanecer não
criativo
é quase
um pecado, porque você está existindo
e não está
contribuindo.
Você come, você ocupa um espaço, e você não
está
contribuindo com
coisa alguma. Os meus sannyasins têm que
ser criadores.
E quando
você
está em profunda criatividade,
você está próximo de
Deus. Isso é
o que a prece realmente
é. Isso é meditação. Deus
é o criador e
se você
não é
criador, você está longe de Deus. Deus conhece
apenas uma
linguagem, a linguagem da criatividade. É por isso
que quando
você compõe
música, quando você está completamente perdido
nela, alguma
coisa de
divino começa a se filtrar a partir de
seu ser.
Essa é a alegria
da criatividade,
esse é o êxtase -
svaha!
A sexta
é um senso de humor, gargalhada,
brincadeira,
sinceridade não
séria. Os antigos sannyasins não riam,
eram mortos e
chatos.
O novo sannyasin tem que trazer cada vez mais risos
para
o seu ser.
Ele
tem que ser um sannyasin risonho, e o seu riso
pode
criar situações
para que
os outros também relaxem. O
templo deve ser
cheio de alegria,
risos e
dança. Ele não deve
ser como uma igreja cristã.
As igrejas parecem cemitérios.
E
com a cruz ali parece ser quase uma adoração à morte...
um
pouco
mórbido. Você não pode dar gargalhadas numa
igreja. Uma
gargalhada
daquelas que sacudem a barriga não seria permitida.
As pessoas pensariam
que você está louco ou algo parecido.
Quando
as pessoas entram
numa igreja, elas se tornam sérias,
duras... fecham
a cara...
Para mim
o riso é uma qualidade religiosa
muito essencial. Um senso de
humor tem que fazer parte
do mundo interior de um
sannyasin.
A sétima
é a qualidade meditativa, o estar só,
o pico
da
experiência mística que acontece quando você está só,
quando
você está absolutamente só dentro de si
mesmo.
O sannyas
torna você só, não isolado,
mas só. Não
solitário,
mas ele
dá a você uma solitude. Você pode ser feliz
estando só,
você
não é mais dependente dos outros. Você pode
sentar-se
só
em seu
quarto e
sentir-se completamente feliz. Não há
qualquer
necessidade
de ir a um clube,
não há qualquer
necessidade de estar rodeado de amigos,
não há
qualquer
necessidade de ir a um cinema. Você pode
fechar os
olhos e
entrar
na mais interna felicidade. Qualidade meditativa
é isso.
E a
oitava é o amor, a qualidade do
relacionar-se, o
relacionamento. Lembre-se de que você só pode
se relacionar
quando você tiver
aprendido como estar só, nunca antes disso.
Somente dois
indivíduos podem se relacionar.Somente duas
liberdades
podem se
aproximar e se abraçar. Somente dois nada
podem penetrar
um no outro e se
desmanchar um
no outro. Se você
não é capaz de estar só, o seu
relacionamento
é falso.
Ele
é apenas um artifício para evitar que você esteja
só, nada
mais.
E isso é o que
milhões de pessoas estão fazendo.
O amor
delas nada mais é do
que a incapacidade de estar só.
Assim,
elas andam com
alguém.
ficam de mãos dadas, elas fingem que amam,
mas no fundo o
único problema é que elas não conseguem estar sós. Por isso,
elas precisam
de alguém com quem andar, elas precisam de
alguém
para se agarrar,
elas precisam de alguém para se
apoiar. E o outro
também está
usando-as
da mesma maneira,
porque o outro também não consegue
estar só, é
incapaz. ...
Assim,
duas pessoas que você diz que estão
amando,
estão de certa
forma odiando a si mesmas. E por causa
desse ódio,
elas estão
tentando escapar. O outro ajuda-a a escapar,
assim
elas se
tornam dependentes
do outro, elas se tornam viciadas no outro.
Você não
consegue viver
sem a sua esposa, você não consegue
viver sem o
seu marido,
porque vocês
estão viciados. Mas um
sannyasin é aquele ..........
É por isso que eu
digo que a
sétima qualidade é estar só e a oitava é
amor-relacionamento.
E existem
duas possibilidades: você pode ser feliz
estando
só e você
também pode ser feliz estando junto. Esses são
dois tipos
de
êxtase possíveis para a humanidade. Você pode
entrar em
samadhi
quando
está só e você pode entrar em samadhi quando
está
junto com
alguém em
profundo amor. E há dois tipos de
pessoas: os
extrovertidos que
acharão mais fácil atingir seu
pico através dos outros;
e os
introvertidos acharão mais
fácil alcançar seu pico maior enquanto estão sós.
,,,,,,,,,,,,
O caminho de
Buda é o caminho do introvertido; ele
fala apenas a
respeito da
meditação. O caminho de Cristo é
extrovertido; ele fala
a respeito
do amor.
O meu
sanyasin tem que ser uma síntese
de ambos.
Uma ênfase haverá:
alguém estará mais enfaticamente
afinado
consigo mesmo
do que
com os outros; e alguém será exatamente
o oposto, mais
afinado
com um outro alguém. Mas não há qualquer necessidade
de se
estar
enganchado a um só tipo de de experiência. Ambas as
experiências
podem
permanecer disponíveis.
E a nona
é a transcendência, o Tao, não ego, não
mente,
ninguém,
nada, afinado com o todo. (........)
Transcendência é a última e a mais elevada qualidade
de um
sannyasin.
Mas essas
são apenas indicações, não são definições.
Considere-as
de uma maneira muito fluida. Não comece a
considerar
que eu
disse isso de uma maneira muito rígida. .... muito fluida,
uma
vaga maneira
de ver, uma visão no crepúsculo, não como quando
há um sol
aberto no céu.
Aí as coisas são muito definidas.
No crepúsculo, quando
o Sol
está se
pondo e a noite ainda não
desceu, exatamente no meio,
no
intervalo.
Considere o que eu
disse dessa maneira. Permaneça
líquido,
fluindo.
Nunca crie
qualquer rigidez ao seu redor. Nunca se torne
definível. |