quarta-feira, 16 de novembro de 2011

MISTERIOS DA MUSICA

Quando ele passava por uma cidade o caos se instalava. Não só pelos fãs, principalmente jovens histéricas desesperadamente apaixonadas, mas também pelos outros músicos, que acorriam de muito longe apenas para ouvi-lo, observando atentamente cada gesto de seus dedos sobre as cordas do instrumento. Era muito fácil reconhecê-los: durante o espetáculo, enquanto a multidão chorava e gritava em delírio, eles ficavam muito quietos, pálidos, com os olhos cravados no palco, a boca crispada, no desespero sem fim daqueles que sabem que nunca serão assim tão bons. Ninguém podia competir com ele, mas o pior era a atitude, inconveniente e desaforada. Tinha vindo de uma família muito pobre e acumulara uma enorme fortuna com seu talento: podia muito bem agir como quisesse, permitir-se todos os excessos. Em dois anos e meio, por exemplo, percorreu 40 cidades da Europa, que caíram aos seus pés.
Naturalmente, como todo gênio, tinha inúmeros inimigos e circulavam a seu respeito os boatos mais sinistros, boatos que ele nunca fez o menor esforço para desmentir. Acima de tudo, era completamente indiferente às opiniões da sociedade, que o adorava e temia ao mesmo tempo. Diziam que o seu talento muito acima do normal era fruto de um pacto com o Diabo, o que só fez aumentar o seu carisma. Diziam que as cordas com que tocava eram muito especiais, feitas das entranhas de seu mestre. Depois teria feito um outro jogo com as de uma amante que se matara especialmente para isso. No entanto, a lenda acrescenta que apenas uma pessoa que o amasse e que cedesse espontaneamente sua vida poderia tornar-se parte de seu instrumento. O certo é que ele produzia sons que ninguém tinha ouvido antes fora de um pesadelo.
Quem assistiu as suas apresentações, refere que, ao seu comando, a sala parecia encher-se de espectros, almas em tormento, uivando como a tempestade. Quando tocava podia-se ouvir o choro das crianças, o riso dos demônios, o grito arrepiante de um universo em agonia. Grupos religiosos protestavam quando ele chegava a uma cidade, acusando-o de ter pacto com o Diabo, mas ele apenas sorria e chegou a compor uma melodia perturbadora citando-o explicitamente. Seus trajes estranhos, seu comportamento silencioso e polido contrastando com a fúria no palco, onde se transformava em uma fera, com os olhos em chamas e um sorriso maligno, tudo contribuía para essa fama que o tornou uma lenda inesquecível.
Essa história aconteceu há uns duzentos anos atrás, principalmente entre 1828 a 1831, período máximo da glória de Nicolo Paganini, compositor e o maior violinista de todos os tempos. A lenda sobre o encordoamento tem origem no fato de que as tripas de carneiro que compunham as cordas do violino poderiam, de fato, ser substituídas por um jogo humano, ganhando assim uma sonoridade sobrenatural. A estranha personalidade de Paganini contribuiu bastante para aumentar as lendas. Diz-se que, a partir dos 30 anos, nunca mais ensaiou e que vivia cercado por uma nuvem vigilante de aprendizes, discípulos e mesmo adversários, sempre em busca dos segredos de sua técnica. Os relatos de seus espetáculos fariam empalidecer de inveja os Beatles ou qualquer grupo de rock até hoje, assemelhando-se mais a uma experiência próxima do êxtase coletivo ou do pavor absoluto. Choro convulsivo apenas rompia o silêncio absoluto quando ele queria e, quando queria o contrário, fazia corar as donzelas com acordes muito próximos da agonia do orgasmo e todos sentiam uma fúria incontrolável tomar conta de sua alma. Em quase todas as cidades em que se apresentava saía dos teatros carregado em triunfo pelas ruas, naturalmente até alguma casa mal-afamada na qual o ópio, o vinho e o haxixe pontuavam uma orgia incendiária e minuciosa.
Como podemos perceber desse relato que oscila entre o verídico e o lendário, os poderes da música provocam efeitos muitas vezes imprevisíveis, pelo fato de que os acordes ressoam no coração do ouvinte, tangendo uma corda sutil que afina os nossos estados da alma.
Uma melodia pode ser tranqüila e comovente e ainda assim ser maligna, por predispor a um estado, por exemplo, de profundo desalento e melancolia. A banda Siouxsie and The Banshees, adepta do vodu haitiano, é uma ilustração muito clara desse princípio. Por outro lado, uma música erudita, de um autor clássico, também pode ter uma influência nefasta, ao trazer referenciais emocionais arcaicos, obsoletos, naturalmente quando a pessoa não se identifica com ela, ouvindo-a apenas por pedantismo ou mero hábito, porque lhe disseram que era isso o de que deveria gostar.
Acima de tudo, é preciso estar consciente de que, preferências à parte, cada um de nós tem uma freqüência vibratória emocional única, específica, e que muda a cada instante. Assim, o importante é utilizarmos a energia maravilhosa das harmonias musicais para expressarmos livremente as nossas emoções, seja ouvindo ou tocando algum instrumento. Não é por outra razão que a música sempre faz parte dos rituais religiosos, seja em forma de canto, percussão ou outras. Nas igrejas Gospel, por exemplo, muitas pessoas sem fé ou de outra fé vão aos cultos apenas para ouvir os corais, de poderosa musicalidade. Nas religiões afro, por outro lado, o ritmo febril dos tambores e atabaques tem derrubado mais de um cético e feito mais de um ateu cair em transe possuído por alguma divindade.

Extraído do site Ordem Natural
Adaptado por Spectrum

MUSICA

A música pode ser classificada como o principal veículo de divulgação no que se refere à Cultura Obscura. É, geralmente, através dela que ocorre a identificação com a própria personalidade, tornando-se um portal que conduz à outras manifestações artísticas obscuras.
Não há características precisas ou pré-estabelecidas nas expressões artísticas da Cultura Obscura e, conseqüentemente, entre seus apreciadores. Mas há diversos pontos comuns. Portanto, podemos aplicar esse conceito, de aparente disparidade, à música quando relacionada à Cultura Obscura.
As bandas que emergiram no início da década de 80, no período classificado como pós-punk, e atualmente são classificadas genericamente de góticas, também são apreciadas na Cultura Obscura. A banda inglesa Joy Division é um bom exemplo. A atmosfera soturna de suas canções e o suicídio do vocalista Ian Curtis, atribuíram um caráter mítico à banda. Porém, a subdivisão do Metal surgida em meados da década de 90 é um dos estilos mais conceituados na Cultura Obscura.
O Gothic Metal, nome dado genericamente ao estilo que combina Metal e Neo-Clássico, traz em letras e arranjos uma boa parte dos temas abordados na Cultura Obscura: alusão a obras literárias e mitologia, trechos em latim e arcaísmos, entre outros aspectos. Há também o uso de orquestras e vozes sopranos entrelaçadas com as características vocalizações urradas e guitarras do Metal. Mesmo havendo um conceito de que o estilo e até mesmo a expressão Gothic Metal tenham sido criadas com objetivos exclusivamente comerciais, a qualidade e ousadia do Gothic Metal prevalecem sobre os argumentos.
Além do Gothic Metal e de outras variações do Metal (como o Doom e o Black), outros estilos também são amplamente consumidos entre os adeptos da Cultura Obscura, como por exemplo música medieval e renascentista, e referências de compositores clássicos e neo-clássicos. Ainda, estilos mais suaves como New Age, Dark Atmospheric (ou Dark Ambient) e Ethereal.
Neste caso, a sonoridade também é composta por elementos de música erudita, como o canto lírico, que se somam a timbres eletrônicos e acústicos. Mas, diferentemente do Metal, traz uma sonoridade sutil que almeja atingir diretamente a alma.
Porém, se desconsiderarmos os rótulos que são criados e aplicados ao longo do tempo, irão sobressair a qualidade e sofisticação da música absorvida, cultuada pela Cultura Obscura. Independentemente dos estilos, o fator mais significativo é a identificação que há entre o que se ouve e o que se sente.

CANTO GREGORIANO


A unificação da música litúrgica concebida por São Gregório tornou-se conhecida como Canto Gregoriano. Embora sucessivas pesquisas tenham alterado pouco à pouco a interpretação dosneumas (meios de notação musical e avaliação rítmica usados do século IX ao XII), há áreas em que as diferenças entre os investigadores se mantêm até os nossos dias.
O processo de unificação, e sobretudo, de implantação, foi progressivo e lento, dando lugar a diversas exceções em que foram reconhecidas liturgias não gregorianas. É o caso do Canto Visigótico, que passou a ser conhecido por Canto Moçárabe; termo anacrônico, anterior à invasão da península espanhola pelos árabes que se conservou até 1071, quando foi abolido por Gregório VII. Nos fins do século XI, esta modalidade só era praticada em poucas Igrejas, mas foi recuperado pelo Cardeal Cisneros, que fundou a capela moçárabe da Catedral de Toledo (Espanha) e editou o Missale e o Breviarium, cantos moçárabes em 1500 e 1502, respectivamente.
Ao regulamentar o canto litúrgico cristão, mantém-se o princípio da homofonia, ao qual se acrescenta a ausência de acompanhamento instru-mental. É destas características que vem o nome deCanto Chão, (do latim, Cantus Planus) utilizado pela primeira vez como sinônimo de canto gregoriano por Jerônimo de Moravia, por volta de 1250. Porém, o termo não é muito adequado para denominar o canto religioso dos séculos XVII e XVIII.
O sistema musical do Canto Gregoriano baseia-se no sistema chamado Modal, embora tenha sofrido adaptações sob a forma estabelecida pelos gregos. A primeira diferença é a do sentido, descendente para os gregos e ascendentes no gregoriano. Nas duas formas, coincidem no número, oito, em sua origem. Nestes casos, os ímpares se conhecem como autênticos e os pares como Plagales, por derivarem dos primeiros. Juntaram-se, no século XVI, os modos maiores e menores da música posterior, bem como os respectivos plagales. Assim se chegou aos doze modos, chamados: dórico, hipodórico, frígio, hipofrígio, lídio, hipolídio, mixolídio, hipomixolídio, jónico, hipojónico, eólico ehipoeólico. O fato de ter utilizado, para os oito primeiros, as denominações gregas foi a causa de que se generalizara a idéia da sua correspondência com os modos gregos.
Mantinha-se a homofonia e o ritmo era baseado na pronúncia silábica. Introduziram-se as mudanças com as quais a nota podia corresponder a uma sílaba ou a um conjunto de sílabas, surgindo a vocalização. Foram-se acumulando este e outros "desvios" com o decorrer dos séculos até ao Motu Proprio do Papa Pio X, no princípio deste século que implicou uma revisão e reconsideração de todo o corpo gregoriano, libertando-o de todas as "impurezas" acumuladas pelo tempo.
Por volta do século IX surgiu a Pauta Musical. O monge italiano Guido d'Arezzo (995 - 1050), sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O sistema é usado até hoje no canto gregoriano. A utilização do sistema silábico de dar às notas deve-se também ao monge Guido d'Arezzo e encontra-se num hino ao padroeiro dos músicos, São João Batista:
Ut queant laxit Ut queant laxit
Ressonare fibris
Mira gestorum Mira gestorum
Famuli tuorum
Solvi polluti Solvi polluti
Labii reatum
Sancte loannes

Para adequar a sílaba com a pronúncia, o Ut foi substituído pelo Do.

BIOGRAFIA EPICA

Fundada em abril de 2002 pelo ex-integrante do After Forever, Mark Jansen, a banda holandesa Epica é uma tradução fiel das inovações musicais que tomaram a cena do metal nos últimos anos. A soma das guitarras com corais no estilo de música sacra, uma vocalista soprano, violinos, cellos e pianos, compõem sua fórmula sofisticada. Apesar de recém formada, o Epica está entre as principais referências do estilo.
Inicialmente a banda chamava-se Sahara Dust e contava com a participação provisória da vocalista norueguesa Helena Michaelsen (ex Trail of Tears). Porém, em outubro de 2002, Simone Simons com apenas 17 anos de idade, recebeu o convite de Mark Jansen para ser a vocalista definitiva. Em novembro, a banda entrou no Excess Studio na cidade de Rotterdam (onde o After Forever gravou Prison of Desire), para gravar a demo Cry For The Moon, que seria lançada no mês seguinte. Este trabalho traz apenas a faixa título e Illusive Consensus. A primeira apresentação ao vivo ocorreu no dia 15 de dezembro, em Tilburg, Holanda.
Em janeiro de 2003 no Gate Studio da Alemanha, iniciaram as gravações do álbum de estréia The Phantom Agony. Em março, após algumas reuniões entre os integrantes surgiu a idéia de trocar o nome da banda. Segundo Simone Simons: "Epica é um lugar do universo onde nós podemos encontrar as respostas para as mais importantes perguntas sobre a vida. A maioria de nossas letras é parecida com o significado de Epica. E o Kamelot acabava de gravar seu álbum intitulado Epica. Nós adoramos o título. A maioria dos membros, incluindo eu, adora ouvir Kamelot. Então decidimos mudar o nome para Epica".
Lançado em junho de 2003, The Phantom Agony conta com nove faixas e uma produção musical riquíssima de Sascha Paeth (produtor do RhapsodyKamelotAngra, entre outros) com uma fortíssima influência da música árabe, nítida na faixa Seif al Din, e do metal melódico. Os vocais são divididos entre a belíssima soprano Simone Simons e a voz "demoníaca" de Mark Jansen. A participação de oito vozes compondo o coral atribui um aspecto grandioso, especialmente na faixa de abertura Adyta, cantada em latim. A sétima faixa intitulada Run for a Fall escrita por Mark Jansen, disserta sobre sua saída do After Forever. Façade of Reality aborda os atentados de 11 de Setembro, incluindo um trecho com declarações de Tony Blair; provando que existe uma consciência humanista e social entre os integrantes, sobretudo Mark Jansen, compositor de sete músicas neste álbum.
Durante o ano de 2003, a banda fez várias apresentações na Holanda, além de Bélgica e França. Em setembro, os fãs são presenteados com o clipe da música The Phantom Agony. Este vídeo evoca uma atmosfera medieval, mística e grandiosa. Em outubro foi lançado o single The Phantom Agony, que traz a faixa título em duas novas versões, além de Façade of Reality e a inédita Veniality. Em janeiro do ano seguinte, chega às lojas o single Feint, que traz esta música na versão original e "piano version"; além da reedição de Seif al Din e a nova Triumph of Defeat. No mês seguinte é a canção Feint que ganha uma versão em vídeo. Em maio é lançado outro single: Cry for the Moon. Este trabalho conta com quatro faixas, Cry for the Moon e Run for a Fallem duas versões cada. Finalmente em setembro de 2004, é lançado o DVD We Will Take You With Us, com os clipes, Making Off e trechos inéditos da banda em apresentações acústicas, ao vivo e em estúdio.
Os shows continuaram em 2004. Na Europa as apresentações passaram pela Inglaterra, Alemanha, Turquia, Espanha, Portugal e outros países. Em dezembro, os mexicanos tiveram o prazer de acompanhar de perto o Epica em nove shows. No final deste mesmo ano, a banda voltou aos estúdios para a gravação do segundo álbum: Consign to Oblivion. Este trabalho, abordando a cultura Maia, foi lançado em abril de 2005 e traz onze faixas mixadas pelo alemão Sascha Paeth e pelo brasileiro Philip Colodetti.
Em setembro do mesmo ano é lançado o álbum The Score – An Epic Journey. Este trabalho diferencia-se dos demais, porque algumas faixas foram gravadas, originalmente, para compor a trilha sonora do filme holandês Joyride. Mark e sua turma devem ter gostado da idéia e dedicaram-se a compor um álbum inteiro.
No total, 20 faixas compõem este disco; sendo que Trois Vierges (em duas versões), QuietusSolitary Ground foram resgatadas de Consign to Oblivion. O resultado de The Score é uma composição autenticamente "épica". Foram retiradas as guitarras, os contra-baixos e a bateria; as cordas ganharam destaque juntamente com os corais e a voz de Simone Simons.
Em outubro, o Epica lançou ainda o single Quietus. Este trabalho traz duas versões: a primeira com duas faixas e a segunda com quatro. Além da música-título, Quietus, que também ganhou uma versão vídeo-clipe, o single conta também com as inéditas Linger e Crystal Mountain. Ainda, no final de 2005, a banda realizou uma turnê pela América do Sul apresentando-se, inclusive, em diversas capitais brasileiras.
Apesar da extensa agenda de shows e eventos que marcaram 2006, pode-se afirmar que este foi um ano de mudanças. Inicialmente, a banda fica sem gravadora após a falência da Transmission Records e ainda entra em uma disputa jurídica para obter os direitos de edição das próprias músicas. Em maio, a banda lança o songbook The Road to Paradiso contendo material gravado ao vivo e duas faixas inéditas. Paralelamente, o baterista Jeroen Simons deixa a banda enquanto Mark Jansen e Simone Simons terminam o namoro. Em dezembro, a banda anuncia a inclusão de Ariën van Weesenbeek (do God Dethroned) para ocupar a função de baterista.
No fim de março de 2007, o Epica volta a se apresentar em festivais e turnês, incluindo uma breve visita à Argentina e vários shows na América do Norte. Em abril, é assinado um contrato com a gravadora Nuclear Blast, enquanto estão sendo finalizadas as gravações do novo trabalho.
O álbum The Divine Conspiracy é lançado em agosto de 2007 e segundo Mark "é bem mais espontâneo porque Simone está mais experiente agora". Este trabalho, que aborda a relação entre Deus e as religiões, foi gravado no "Gate Studio" com Sacha Paeth e traz 13 faixas, com destaque para Never Enough (que foi lançada também como videoclipe) e soa como o mais pesado de sua discografia. Para 2008, o Epica fará uma apresentação em junho, na Hungria, ao lado de uma orquestra sinfônica tocando composições clássicas de Mozart, Dvorak, Vivaldi (entre outros) e músicas próprias. Ainda em 2008, há a expectativa de um retorno ao Brasil para a divulgação deThe Divine Conspiracy.

Por Spectrum




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BIOGRAFIA EVANESCENCE




No ano de 1994, em Little Rock, Arkansas, inicia-se a história do Evanescence. Ben Moody, com apenas 14 anos de idade, participava de um acampamento para jovens promovido pela igreja local. Enquanto Ben acompanhava uma partida de basquete, percebeu do outro lado do ginásio, num palco, uma garota cantando e tocando ao piano a introdução da música I'd Do Anything for Love, do músico americano Meat Loaf.
A jovem, com apenas 13 anos, que havia mudado-se recentemente com sua família para Little Rock, chamava-se Amy Lynn Lee. Seus pais, preocupados com o seu isolamento social, haviam encaminhado a garota para aquele acampamento, afim de que pudesse fazer amizades e integrar-se entre os jovens cristãos da cidade. Mas Amy passava horas ao piano e pouco se interessava em conhecer os demais participantes.
Ao ouvi-la tocando, Ben Moody atravessou a quadra em direção à garota, ao aproximar-se, apresentou-se. Logo começaram a conversar; Amy mostrou a Ben algumas músicas de sua autoria e concluíram que tinham a mesma tendência musical. Assim, Ben convenceu Amy a formarem uma banda.
A banda, que até aquele momento era formada por apenas Ben, que fazia guitarras, baixo e arranjos eletrônicos; e Amy, responsável pelo piano e vocais; foi batizada Evanescence, que significa dissipar ou desaparecer.
Influenciados pelo som de artistas como Danny ElfmanType O NegativePortishead e Sarah McLachlan, uma das primeiras composições gravadas pela dupla chama-se Understanding, que é definida por eles mesmos como "um gótico ridículo de 7 minutos". Mesmo assim, uma emissora de rádio de Little Rock, a KABF, passou a tocá-la num programa co-apresentado por Brad Caviness. Através desta divulgação, o Evanescence foi ganhando reputação e logo tornaram-se conhecidos em Little Rock. Apesar disso, por falta de condições para pagar outros músicos, a dupla ainda não tinha feito nenhuma apresentação ao vivo.
Entre 97 e 98, o Evanescence lança demos que levavam apenas quatro faixas, incluindoOctober. O primeiro EP, lançado em dezembro de 1998 pela gravadora Bigwig Enterprises, leva o próprio nome da banda: Evanescence; e conta com as participações de William Boyd, Matt Outlaw e Rocky Gray.
Este trabalho, que trazia apenas sete faixas, foi lançado na primeira apresentação ao vivo realizada em um bar chamado Vino’s, em Litlle Rock. Todas as 100 cópias disponibilizadas para venda esgotaram-se na mesma noite da apresentação. Com a popularidade fortalecida, porém, conhecida apenas regionalmente, a banda produz e lança em agosto do ano seguinte, mais um EP.
Whisper – Sound Asleep, além de Give unto Me, traz mais cinco faixas. Mas a gravadora produziu apenas 50 cópias. A partir deste momento, o Evanescence já contava com músicos para suas apresentações ao vivo: David Hodges, John LeCompt e Rocky Gray. O próximo trabalho já começa a ser preparado.
A gravadora Bigwig Enterprises decide investir nos jovens e talentosos músicos de Little Rock. O repertório foi cuidadosamente montado com treze faixas, entre elas, My Immortal e Imaginary.Origin foi produzido por Brad Caviness e lançado em novembro de 2000 numa edição com 2500 cópias. Além de Ben e Amy, David Hodges, como baterista, tornou-se integrante oficial. Também participaram das gravações Willian Boyd, Bruce Fitzhugh, Stephanie Pierce e um grupo composto por quatro vozes femininas que fez coral em Field of Innocence.
Desse modo, o Evanescence, aos poucos, conquistava seu espaço e uma maturidade musical das bandas veteranas. Mas ainda faltava um golpe de sorte que lhes desse a oportunidade de se projetar por toda a América. Isto aconteceu quando o produtor e executivo da gravadora Wind-Up Records, de Nova York, Peter Mathews, conheceu o trabalho da banda em um estúdio de Memphis, Tennessee. Era o detalhe que faltava. Peter apresentou os jovens músicos à gravadora e o contrato foi assinado. Wind-Up e Evanescence trabalharam durante dois anos montando o repertório do primeiro álbum.
Fallen, gravado em Los Angeles, trouxe onze faixas em seu repertório, a maioria composta pelo trio Amy Lee, Ben Moody e David Hodges. Nas gravações deste trabalho, David assumiu o piano e teclado. A maior parte da produção ficou por conta de Dave Fortmann, mas Ben e Jay Baumgardner também cooperaram em Bring me to life e My Immortal, respectivamente. Além dos músicos da banda, Francesco DiCosmo e Josh Freese participaram da gravação.
Fallen foi o disco que definitivamente lançou o Evanescence para o mundo e que rendeu muitos dólares e reconhecimento. Neste momento, a formação já estava estabilizada e pronta para percorrer o mundo em turnês.
Em apenas seis semanas o álbum vendeu mais de 1 milhão de cópias e conquistou o disco de platina. As músicas Bring me to life e My Immortal foram inclusas na trilha sonora do filme O Demolidor (Daredevil), fato que contribuiu muito para a popularidade da banda. Ainda, as quatro primeiras faixas de Fallen ganharam uma versão videoclipe:Going Under, Bring me to life, My Immortal eEverybodys’s Fool.
Porém, o Evanescence ainda tinha sua imagem vinculada à música cristã, tanto que Fallentambém era vendido em lojas especializadas neste segmento. Após algumas declarações em entrevistas concedidas pelos membros da banda, ficou claro que a ligação com música religiosa tinha sido desfeita. Este fato provocou uma frustração entre alguns fãs. A gravadora Wind-Up divulgou uma nota aconselhando que as lojas cristãs recolhessem os álbuns do Evanescence e que as rádios não executassem as músicas da banda em programas voltados para o público cristão.
No dia 24 de outubro de 2003, durante uma turnê européia, Ben Moody anuncia seu desligamento da banda. A notícia foi recebida com perplexidade e decepção pelos fãs. Os motivos que levaram Ben a tomar esta atitude não ficaram muito claros. Por um tempo, os integrantes evitavam tocar no assunto. Mas um tempo depois, Amy declarou que a "sintonia" entre eles já não era como antes e, para o bem da banda, um deles tinha que sair. Amy disse também que Ben foi mesquinho ao abandoná-los em plena turnê. Para seu lugar, John LeCompt foi convidado para acompanhá-los até o fim das apresentações. Logo depois Terry Balsamo assumiu o lugar de John, sendo efetivado no início de 2004. Ben deu continuidade em sua carreira musical produzindo e gravando com outros artistas.
No ano de 2004 a popularidade do Evanescence foi ampliada e a banda mostrou à mídia e aos fãs que a saída de Ben não atrapalhou a carreira. Até fevereiro, somente nos Estados Unidos, Fallen já tinha vendido mais de 4 milhões de cópias. Premiações como os diversos Grammy europeus; além de várias indicações e outros tantos prêmios conquistados na imprensa especializada, fizeram a rotina da banda naquele ano. Porém, boatos em torno do suposto namoro de Amy e Ben, contribuíram, negativamente, para uma maior exposição do Evanescence na mídia.
Em novembro de 2004, foi lançado pela mesma gravadora um CD/DVD gravado em Paris, intitulado Anywhere but Home. O DVD contém treze faixas e os quatro videoclipes; além de quase uma hora de bastidores. O CD contém as treze faixas do DVD e um bônus, a música Missing(gravada em estúdio).
Neste mesmo ano tiveram início os boatos sobre o próximo álbum. No início de 2005, a músicaBreathe no More é inclusa na trilha sonora do filme Elektra. Este foi um ano difícil para o Evanescence. Inicialmente, o americano Trevin Skeens processa a gravadora, afirmando que comprou o DVD Anywhere but home e se sentiu ofendido com a musica Thoughtless. Skeens exigiu uma indenização de 57 mil dólares. Em seguida, os produtores do filme As crônicas de Nárnia: o leão, a feiticeira e o guarda roupa recusam uma música que a banda fez para a trilha sonora. "Eu escrevi uma música para o filme, que eu amo muito, mas ela foi rejeitada pela produção"comentou Amy Lee no Evboard, um fórum virtual americano. "Eles disseram que a música era ‘muito dark’ e ‘muito épica’, eu pensei sobre isso e decidi que não vou prejudicar minha arte por nada".
Em seguida, Amy processa seu empresãrio Dennis Rider, por assedio sexual e o guitarrista Terry Balsamo tem um derrame cerebral. Apesar dele ter se recuperado rapidamente, isto adiou o lançamento do albúm seguinte. Apenas no início de 2006, a banda confirma o lançamento para o dia 3 de outubro e divulga seu nome: The Open Door. Pouco antes de seu lançamento, Will Boyd decide sair da banda, afirmando que precisa passar mais tempo com a familia. Ele é substituido às pressas por Tim McCord. Pouco depois, a banda lança o primeiro single deste cd: Call Me When You’re Sober.
Não há uma classificação exata para incluir o som produzido pelo Evanescence. Percebe-se características de Metal, vários elementos de música eletrônica e letras que, por alguns, são consideradas góticas. Talvez uma boa definição para o som do Evanescence, esteja na declaração de Amy: "O que eu trago para a banda é a idéia e a vibração da coisa romântica/ clássica/orquestral, as cordas, o coral, os vocais de fundo celestiais, e o piano. A banda traz o rock, as guitarras e bateria. Juntos criamos algo que é muito original".

Por Spectrum
Contribuição de Pedro Evans

GÊNEROS POÉTICOS


"Todas as coisas têm seu mistério, e a
poesia é o mistério que todas as coisas têm."

(García Lorca)                          

Poesia é a forma de expressão lingüística destinada a evocar sensações, impressões e emoções por meio da união de sons, ritmos e harmonias, utilizando-se vocábulos essencialmente metafóricos.
A poesia surgiu intimamente ligada à música. A poesia dos aedos gregos e trovadores medievais promovia a união entre a letra do poema e o som. Ao longo dos anos, este vínculo foi se intensificando, mas houve uma distinção técnica entre a música (que passou a ser escrita em pautas) e a poesia que preservou a rítmica natural, e passou a ser construída por meios gramaticais. Posteriormente, a poesia ganhou fundamentos e regras próprias.
Existe alguma divergência entre o que significa Poema e Poesia. Para efeito geral, considera-se que são sinônimos; mas para a definição acadêmica, Poesia é o gênero de composição poética e Poema é a obra deste gênero.
Para que entendamos melhor, vejamos a definição de Poema segundo o eminente escritor, Assis Brasil:

"Poema é o "objeto" poético, o texto onde a poesia se realiza, é uma forma, como o soneto que tem dois quartetos e dois tercetos, ou quatorze versos juntos, como é conhecido o soneto inglês. Um poema seria distinto de um texto ou estrofes. Quando essa nomenclatura definitiva é eliminada, passando um texto a ser apresentado em forma de linhas corridas, como usualmente se conhece a prosa, então se pode falar em poema-em-prosa, desde que tal texto (numa identificação sumária e mecânica) apresente um mundo mais "poético", ou seja, mais expressivo, menos referente à realidade. A distinção se torna por vezes complexa. (...) a poesia pode estar presente quer no poema que é feito com um certo número de versos, quer num texto em prosa, este adquirindo a qualidade poema-em-prosa".

Já Poesia, Assis Brasil define assim:

"(...) uma manifestação cultural, criativa, expressiva do homem. Não se trata de um 'estado emotivo', do deslumbre de um pôr-do-sol ou de uma dor-de-cotovelo; é muito mais do que isso, é uma forma de conhecimento intuitivo, nunca podendo ser confundido o termo poesia com outro correlato: o poema".


Os Gêneros Literários

A palavra Gênero vem do latim Generu, que significa família; ou seja, agrupamento de indivíduos ou seres que têm características comuns. Portanto, os gêneros literários são agrupados por suas semelhanças.
Platão foi o primeiro autor a se preocupar em separar as obras literárias em três gêneros:
  • tragédia e comédia (teatro);
  • poesia lírica, ou ditirambo;
  • poesia épica.
Este conceito foi adotado na civilização greco-romana e se estendeu até o Renascimento, onde houve uma super valorização da produção da Antigüidade. Platão acreditava que os gêneros pré-existiam aos autores, e cada segmento possuía regras próprias que deviam ser obedecidas rigorosamente, não havendo portanto, influência de um gênero sobre o outro. Porém, no século XIX os autores românticos romperam os limites dos gêneros imutáveis, e adotaram os gêneros comunicantes, resultando na criação de novos segmentos como o drama.
Neste caso, os gêneros eram adaptados às espécies (formas) que lhes eram mais adequados a própria expressão, sendo em prosa ou verso. O épico, narrativo e grandioso, exigia versos maiores e solenes. O lírico, às vezes tranqüilo, outras vezes intempestivo, adequava-se a forma de poemas pequenos e graciosos, ou maiores e mais densos.

Gênero
Espécie
Lírico (geralmente em verso)
Soneto, ode, elegia, madrigal, etc.
Épico (em verso)
Epopéia, poema e poemeto
Dramático (prosa ou verso)
Tragédia, comédia e drama

O Gênero Lírico
A palavra lírico vem do latim, que significa lira; instrumento musical usado para acompanhar as canções dos poetas da Grécia antiga, e retomado na Idade Média pelos trovadores.
Pode-se dizer que o gênero lírico é a expressão do sentimento pessoal. "É a maneira como a alma, com seus juízos subjetivos, alegrias e admirações, dores e sensações, toma consciência de si mesma no âmago deste conteúdo" (Hegel).
De fato, o poeta lírico é o indivíduo isolado que interessa-se somente pelos estados da alma. É aquele que preocupa-se demasiadamente com as próprias sensações voltado para si. O universo exterior só é considerado quando existe uma identificação, ou é passível de ser interiorizado pelo poeta.

O Gênero Épico
O termo Épico vem do grego Epos, narrativa ou recitação. A poesia épica nasceu no Ocidente com Homero, poeta grego autor do que seria os primeiros modelos deste gênero: Ilíada e a Odisséia.
Na Idade Média, principalmente entre os séculos XII à XIV, surgiram várias narrativas que afastavam-se dos padrões clássicos. Eram inspirados em façanhas de guerra da cavalaria andante. Os mais conhecidos são: a Canção de Rolando, o Romance de Alexandre e os Romances da Távola Redonda.

O Gênero Dramático
No poema dramático, a história é contada através das falas dos personagens. As peças de teatro escritas em verso constituem forma de poesia dramática. Em sentido amplo, também pode ser considerado um exemplo o Caso do Vestido, de Carlos Drummond de Andrade. Através de uma suposta conversa entre mãe e filhas, o leitor acompanha uma história de amor e traição e tem os elementos para reconstituir o caráter e os sentimentos dos personagens principais.

Fontes:
Brasil, Assis - Vocabulário técnico de literatura. São Paulo: Tecnoprint, 1979

Adaptado por Spectrum