domingo, 13 de maio de 2012

Família e escola diante da violência escolar

Uma reflexão sobre a violência escolar e as suas consequências


Gilson Tavares – Psicanalista e educador


A agressividade é uma das características naturais do ser humano. É como uma fonte de energia que, usada adequadamente, serve para nos levar e manter na busca por ideais, metas e objetivos.
Segundo o filósofo francês Jean-Marie Muller, pesquisador há 30 anos da teoria da não-violência, "a agressividade é como o fogo, pode fazer o bem ou o mal, pode construir ou destruir".
A agressividade é um componente importante na vida de todo ser humano, é natural e necessário para a sobrevivência e crescimento do homem.
O importante é como o sujeito expressa ou canaliza sua agressividade. Se de forma construtiva ou destrutiva.
Quando o sujeito não consegue canalizar a sua agressividade de forma construtiva, comumente ele orienta a sua agressividade para o próximo. Por não encontrar o próprio caminho, ele se ressente com o outro, como se o outro fosse responsável pela sua angústia interior, ou como se a felicidade do outro desse testemunho de sua miséria existencial. Sua agressividade adoecida lhe faz ver no outro um obstáculo para sua felicidade, e começa a canalizar para as pessoas ao seu redor sua agressividade adoecida. No limite, esta agressividade transforma-se em violência.
Isso acontece quando a agressividade natural da criança nunca foi reprimida. É típico da criança invejosa que tudo pode e nada tem ou daquela que nada teve e tudo quer.
O homem começa sua caminhada rumo à civilização atento ao mais mínimo ruído vindo da floresta; o menor som poderia significar um perigo de morte ou apenas o almoço que se mexia sorrateiramente entre os arbustos. Para sobreviver, o homem primitivo aguçou seus sentidos para vencer os desafios da natureza, e todos os dias lutava para abater sua presa a fim de que o grupo pudesse se alimentar. A vida era sistematicamente colocada em jogo, o instante seguinte poderia representar a morte e qualquer atitude demandava um alto grau de agressividade. Viver era extremamente perigoso.
Os anos se passaram, e o homem agora já não mais precisa pescar ou caçar para sobreviver, os supermercados modernos substituíram a selva, tudo sem os riscos que a selva oferecia.
Sem os contextos antropológico, filosófico, comportamental e a colaboração de outras disciplinas que estudam o comportamento humano, não será possível compreender e criar estratégias de combate a violência.
A violência é um distúrbio da agressividade. A agressividade em si não é um mal, pelo contrário, é uma função estruturante da vida do sujeito. Da mesma forma que precisamos da afetividade para acolher o que nos faz bem, precisamos da agressividade para rejeitar o que nos faz mal. Até porque tem um ditado que diz "quem não afasta o mal, é logo dominado por ele".
No livro Privação e delinquência, o pediatra e psicanalista inglês Winnicott, diz que "de todas as tendências humanas, a agressividade, em especial, é escondida, disfarçada, desviada, atribuída a agentes externos, e quando se manifesta é sempre difícil identificar suas origens".
Ridley, pesquisador do comportamento humano, diz que os seres humanos reprimem a violência e a agressão da mesma forma que os demais animais, pela lei social.
Freud, criador da psicanálise, diz que o homem seria intrinsecamente mau e destrutivo, tendo de ser contido em seus desejos por forças civilizatórias, sem o que estaria condenado ao modo de viver impulsivo próprio dos povos primitivos.
A restrição à agressividade do indivíduo seria o primeiro e talvez mais severo sacrifício que o homem tem que fazer para viver em sociedade.
Ainda segundo Winnicott, que dedicou muito de seu tempo estudando a agressividade e destrutividade inerente à natureza humana, a agressividade pode tomar vários caminhos, e estes caminhos estarão de acordo com a resposta ambiental. De acordo com a teoria do amadurecimento, elaborada por ele, todo indivíduo humano é dotado de uma tendência inata ao amadurecimento. Mas, que apesar de inata, trata-se de uma tendência e não de uma determinação. Para que a tendência venha a realizar-se, o bebê depende da presença de um ambiente facilitador, que atenda suas necessidades. Segundo essa teoria, o amadurecimento começa em algum momento após a concepção, e quando não há incidentes pelo caminho, não cessa até a morte.
John Bowbly, psiquiatra e psicanalista inglês, um dos criadores da teoria do apego, diz que as primeiras relações do indivíduo com o outro, com a mãe principalmente, estabelece o modo de como ele vai se relacionar para o resto da vida, o desenvolvimento emocional fica muito comprometido em crianças com distúrbios de personalidade, uma vez que é limitado o seu repertório de emoções para conviver com outras pessoas.
Ele diz também que crianças com transtorno de caráter normalmente projetam nos outros seus defeitos não aceitos, muitas vezes atuando com agressividade.
Winnicott diz que, embora inerente à natureza humana, a agressividade só se desenvolverá e se tornará parte do indivíduo, se lhe for dada a oportunidade de experiênciá-la durante o processo de amadurecimento. Para ele, é a atitude do ambiente com relação à agressividade do bebê que influencia de maneira determinante o modo como este irá lidar com a tendência agressiva que faz parte de sua natureza.
Quando o ambiente falha no atendimento às necessidades do bebê, ou na contenção de seus impulsos agressivos, começa a se instalar nesse bebê uma tendência anti-social.
Crianças ou adolescentes que apresentam comportamento anti-social são percebidas como socialmente incompetentes, uma vez que se utilizam de mecanismos de interação e de solução de problemas considerados socialmente inadequados.
O termo anti-social é empregado para se referir a todo comportamento que infrinja regras sociais ou que seja uma ação contra os outros: como o comportamento agressivo, furto, roubo, vandalismo, mentira, ausência escolar, fugas de casa, entre outros.
Segundo o CID10, manual de classificação de doenças, a personalidade anti-social é um transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo às obrigações sociais e uma falta de empatia para com os outros. Sendo inclusive esses comportamentos não modificados pelas experiências ou por punições.
Tudo indica que nos casos que hoje assistimos acontecer na nossa sociedade, esteja havendo uma falha básica da família em seu papel contenedor dos impulsos agressivos. A tendência anti-social, que seria normal até nos bons lares, está se transformando rapidamente em destrutividade, violência e delinqüência.
Distúrbios de Comportamento são padrões de conduta que podem ameaçar as relações normais entre a criança e as pessoas que a rodeiam e tendem a piorar no decorrer do tempo, transformando-se num quadro de Transtorno de Conduta futuro.
As crianças e adolescentes com distúrbios de comportamento representam um grande desafio para os educadores, para a escola e para a sociedade. São indivíduos que apesar de possuírem capacidade cognitiva dentro da média, nem sempre são capazes de realizar suas tarefas acadêmicas, além disso, chamam a atenção do grupo mais pelo desconforto que geram do que pela capacidade de manter boas relações.
Os alunos com distúrbio de comportamento freqüentam, geralmente, uma escola convencional com currículo comum a sua série e idade. E é, justamente na escola, um dos primeiros espaços de convivência supervisionada, que profissionais experientes vão perceber seu comportamento inadequado.
Assim, repetidas vezes este aluno "problema" vai ser posto em pauta até ser deixado de lado. Será "esquecido" no caso de ser muito quieto ou ao contrário, será retirado do espaço físico comum por provocar conflitos e tumultuar o grupo. De qualquer forma o que se vê é uma tendência a isolá-lo e "tratá-lo" à parte.
A violência escolar é um fenômeno antigo, o termo que designa esse comportamento hoje é que é novo. O termo Bullying designa atitudes agressivas e antisocial no ambiente escolar.
O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Como verbo, significa ameaçar, amedrontar, tiranizar, oprimir, intimidar, maltratar.
O primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a combater.
Os estudos sobre o bullying se iniciaram na década de 70 na Suécia, após investigação da causa do suicídio de 3 crianças que haviam se suicidado na Noruega. Ao investigar a causa descobriu-se que fora por causa de maus tratos de colegas da escola.
O bullying se caracteriza pelo uso da mesma brincadeira , de forma repetitiva, contra a mesma pessoa, com desequilíbrio de poder, sem motivação, e levando a criação de gangs dentro da escola.
Pesquisas da UNESCO indicam que :
40% dos alunos já foram autores ou vitima de agressão
28% dos alunos já foram vitimas de agressão
15% dos alunos já foram agressores
80% dos agressores agem assim como forma de reproduzir as ações que recebem ou que já receberam
O bullying não é a única forma de violência existente na escola
11% dos professores já foram agredidos no espaço da escola
47% dos professores já foram xingados
39% dos alunos faltam a escola por medo
29% dos professores faltam a escola por medo
86% das escolas públicas já sofreram vandalismo
85% dos alunos já se envolveram com brigas na escola
32% dos alunos já se envolveram com drogas na escola
21% dos professores já sofreram ameaças de morte na escola
O bullying expõe a vítima a situações constrangedoras. Causando traumas psicológicas e conseqüências para a saúde física e emocional. Provoca prejuízo na concentração, na motivação para aprender e no rendimento escolar. Provoca também queda da auto-estima e sintomas psicossomáticos. Podendo levar a depressão e até ao suicídio
Como o caso das três crianças da Noruega, quando teve início os estudos desse fenômeno. No caso de uma menina canadense de 14 anos, após o suicídio, foi encontrado um bilhete onde dizia "se eu tentar buscar ajuda, será pior", e de tantos outros.
O bullying também é a causa de tantos desfechos sangrentos em várias escolas, alguns terminando em verdadeiros massacres. Acuado, a vítima de bullying as vezes parte para o revide: O tiroteio na escola Columbine, no Colorado, foi uma tentativa trágica de dois meninos que vinham sendo intimidados pelos colegas; O tiroteio na escola em Minnesota também, matando 9 pessoas e a si próprio; Edmar Aparecido Freitas, de 18 anos, entrou no colégio onde tinha estudado, em Taiúva (SP), e feriu oito pessoas com disparos de um revólver calibre 38. Em seguida, se matou. Obeso, ele havia passado a vida escolar sendo vítima de apelidos humilhantes e alvo de gargalhadas e sussurros pelos corredores; dois adolescentes norte-americanos na escola de Ensino Médio Columbine, no Colorado (EUA), em abril de 1999. Após matar 13 pessoas e deixar dezenas de feridos,também cometeram suicídio quando se viram cercados pela polícia. Os jovens americanos eram ridicularizados pelos colegas; esses entre tantos outros casos que invadem os noticiários praticamente todos os dias.
As vezes, as brincadeiras de mau gosto chegam a extremos, como o caso do garoto de 17 anos que morreu após agressões dos colegas, dando tapas em sua cabeça porque ele tinha cortado o cabelo.
Nos estados unidos muitos casos de massacres em escolas aconteceram por vingança por terem sido maltratados por colegas.
Em 2003 , um jovem entra numa escola, após ter concluído a oitava seria, e atira em varias pessoas, e depois de mata, no interior de são Paulo.
Na Bahia, outro vai ate a casa de seu agressor na escola, e ao bater na porta, o outro sai, e ele lhe dar um tiro na cara.
Em ribeirão preto um aluno agride uma professora na sala de aulas, com socos e pontapés, jogando uma cadeira nela, porque ela o repreendeu por está fazendo bagunça na sala de aula. Procurada, a mãe do aluno diz que realmente o filho anda muito estressado e estourado.
Um professor é agredido por vários alunos por tentar defender uma aluna da agressão de um deles.
Em são Paulo, uma aluna agride outra, jogando gasolina e ateando fogo nela, outra agride colega com uma tesourada no pescoço, e ainda com a ajuda de uma tia, por conta de um esbarrão no corredor. Segundo o pai da aluna queimada, a agressora costuma agredir outras no colégio, e o colégio nunca tomou nenhuma medida.
Numa cidade satélite de Brasília, uma escola foi condenada a indenizar uma criança vítima de bullying.
O bullying é grave para as vítimas, mas também é grave para os agressores, que se não for reprimido a prática, acabam Introjetando o comportamento na própria personalidade, o que leva a delinqüência.
Pesquisas da UNESCO indicam que 60% dos agressores, aos 24 anos, já tinham envolvimento criminal.
O praticante de bullying de hoje pode vir a ser o criminoso de amanha. Aquele que um dia foi vítima de agressão, tende a ser ele mesmo, no futuro, agressor, seja na escola, no trabalho, ou na família.
Segundo o psiquiatra José Geraldo Ballone, algumas crianças envolvidas em situações agressivas não aprenderam as habilidades sociais necessárias e desejáveis para relacionar-se com os demais, não são disciplinados para a consecução de objetivos e não aceitam críticas. Isso muitas vezes reflete um modelo de conduta aprendido no ambiente doméstico.
Em psiquiatria, o mau funcionamento adaptativo se considera sempre como um valioso índice de mau prognóstico. As crianças caracterizadas por hiperatividade, impulsividade, agressividade e também com dificuldades de relacionamento têm maior probabilidade de serem diagnosticadas como portadoras de transtorno de conduta ou depressão.
Segundo James Blair, especialista em psicopatia, do Instituto Nacional de Saúde Mental (EUA), defeitos emocionais repousam no centro de tendências anti-sociais. Diz ele que, sem compreender a dor do outro, muitas não conseguem evitar a crueldade. E que durante a socialização, é crucial aprender que alguma atitudes podem provocar medo ou tristeza em outras pessoas. Só assim aprendemos a evitá-las. Ele diz que essa mecânica de aprendizado parece defeituosa em psicopatas. Se eles querem algo, e dar um soco na cara de alguém parece ser o caminho para conseguir, acabam adotando tal comportamento.
Afirma também Paul Erick, pesquisador da Universidade de Nova Orleans, que esse tipo de violência é típica de crianças com insensibilidade emocional.. Ele estima que cerca de 30% das crianças com comportamento anti-social precoce mostram traços de insensibilidade emocional, e que também têm mais chances de se tornarem violentas na idade adulta.
Outro estudo realizado no Instituto Nacional de Saúde Mental, nos Estados Unidos, mostra que crianças que demonstram atitudes anti-sociais precoce não demonstram nenhum tipo de reação emocional, componente fundamental para o diagnóstico de psicopatia adulta.
Segundo a Dra. Bacy Fleitlich, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, a psiquiatria infantil ainda é encarada por muitos como exclusiva para crianças altamente problemáticas, com deficiências sérias como esquizofrenia ou depressão. "Esses são os problemas mais raros e os últimos na lista de crianças e adolescentes", diz a doutora Bacy Fleitlich, que realizou um estudo que produziu uma estimativa dos transtornos psiquiátricos mais comuns em crianças de 7 a 14 anos.
O transtorno de comportamento foi o problema mais comum, encontrado em 7% das crianças. "Ele consiste em uma série de comportamentos graves o suficiente para que a criança receba um diagnóstico médico", explica Bacy. Esse problema pode ser identificado a partir do momento que essas condutas passam a interferir na sua vida social, na escola e nas relações familiares.
Quando o comportamento da criança começa a prejudicar a sua vida escolar, seus relacionamentos ou o ambiente familiar, talvez seja a hora de considerar uma avaliação por um psiquiatra infantil.
Os transtornos infantis podem evoluir para problemas sérios na vida adulta se não forem tratados. Cerca de 1/3 das crianças com transtornos de comportamento têm risco de evoluir para um transtorno de personalidade anti-social (novo nome dado aos psicopatas).
Segundo o estudo, a desinformação e o preconceito são a principal causa que faz com que crianças com transtornos demorem muito mais do que o necessário para procurar ajuda médica e começarem a se tratar.
O psiquiatra infantil avalia como a criança está em relação ao seu comportamento, suas emoções. E assim como não é necessário esperar que alguém tenha um enfarte para levá-lo ao cardiologista, não é preciso esperar uma criança ser expulsa de três escolas para levá-la para fazer uma avaliação com um psiquiatra infantil", comenta Bacy. Por isso a atenção e preocupação dos pais são importantes. Quando o comportamento da criança começa a prejudicar a sua vida escolar, seus relacionamentos ou o ambiente familiar, talvez seja a hora de considerar uma avaliação por um psiquiatra infantil.
A delinqüência infantil é precursora comum da delinqüência do adolescente e do comportamento criminoso e sociopático do adulto; de fato, o distúrbio de conduta infantil é um pré-requisito a fim de se diagnosticar personalidade anti-social no adulto.
Quando comportamentos agressivos ou anti-sociais tornam-se freqüentes no modo de uma criança lidar com as pessoas com quem convive, deve-se dirigir uma atenção especial a ela. Antes de medidas práticas, é fundamental a consideração do contexto da criança, os fatores possivelmente envolvidos e a compreensão de sua condição psíquica.
A psiquiatria atual denomina de transtorno de conduta o diagnóstico de crianças e adolescentes que apresentam um padrão de persistente agressividade, furtos, vandalismo, fugas de casa e da escola, destruição de propriedade e outros comportamentos designados de anti-sociais, em que são violados os direitos básicos alheios, desviando-se das normas e regras sociais apropriadas a cada faixa etária.
Segundo o sociólogo Renato Sérgio de Lima, da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, autor do livro Conflitos sociais e criminalidade urbana "A juventude atual nasceu e cresceu numa sociedade pautada pelo consumo exacerbado, pela necessidade do ganho rápido e pela supremacia do prazer individual, acima de qualquer objetivo social ou coletivo. E isso produz e reproduz violência. O respeito ao outro passou a ser descartável, a medida que você satisfaz seus interesses pessoais.
Diz também o psiquiatra Francisco Assumpçao que a juventude de hoje não tem utopias, não tem ídolos, nem heróis, nem ideais. E essas referencias são importantíssimas na formação de paradigmas, acordos morais e valores pessoais. Como conseqüência dessas ausências, a vida perde em significações, os jovens tendem a centrar seus objetivos na satisfação pessoal, sendo presa fácil ao tédio e a frustração.
"O aumento da violência juvenil e do uso de drogas pode ser entendido como maneiras de preencher esse vazio", diz Francisco. Ele acredita que essa geração cresceu exercitando a impunidade com pais, professores, autoridades e, finalmente, com a sociedade, que reforça esse sentimento com exemplos diários de falta de punição:
Apenas 2.2% das penas são cumpridas;
72% dos presos voltam a delinqüir – segundo a secretaria nacional de justiça;
5% da população carcerária é formada por psicopatas;
Restam apenas 23% dos apenados passíveis de recuperação.
A imediatização da vida , estimulada pela mídia, exige meios mais eficientes e rápidos para a aquisição do prazer. E a liberdade, destituída de sua contra-partida, que é a responsabilidade, dá, para pessoas órfãs de princípios éticos, o aval de se poder fazer o que quiser.
A liberdade sexual é, hoje, um tabu onde ninguém ousa tocar, pois o policiamento dessa liberdade é extremamente opressor. Daí decorrem as doenças sexualmente transmissíveis, aumento de adolescentes que engravidam, aborto complicado e letal, medo dos relacionamentos duradouros e coisificação do amor.
As instituições sociais gastam milhões no tratamento da AIDS, orientam e oferecem preservativos gratuitamente, mas não se vê uma palavra sobre valores e preservação da dignidade da pessoa. A televisão mostra cada vez mais cenas de sexo explícito entre pessoas que mal se conhecem, tentando convencer que o facultativo é obrigatório, como um indispensável passaporte para a modernidade.
As crianças e adolescentes reivindicam desde os 11-12 anos direitos dos adultos. Elas sempre têm coleguinhas cujos pais deixam fazer de tudo, permitem tudo e dão tudo e, novamente para não crescerem frustradas ou revoltadas, recebem tudo. Depois que perdem a virgindade, se drogam e chegam em casa bêbadas, os pais se sentem culpados, novamente por terem sido ausentes. Para minimizar a culpa ou continuar furtando-se da árdua tarefa de educar, levam os filhos a psicólogos.
Na maioria das vezes, os pais acabam "colaborando", de uma maneira ou de outra, para que a criança desenvolva condutas agressivas ou anti-sociais, já que dão muita liberdade ou não sabem corrigir e disciplinar os filhos, perdendo assim o controle sobre eles.
Segundo a Junia Vilhena, doutora em psicologia clínica e professora da PUC Rio, Os filhos da contemporaneidade são retrato de pais com medo de serem pais, retrato do lugar que resta vazio, a ser preenchido por algo ou alguém que está fora da família, seja virtualmente, pelos heróis da televisão ou pelos colegas virtuais na internet.
De acordo com reportagem na Revista Veja de fevereiro de 2009, os pais de hoje erram muito por não saberem dizer não. Segundo especialistas em comportamento adolescente, os pais agem como se um não à um comportamento inadequado equivalessem a um castigo físico. Além da fala de cobrança por parte dos pais, que acaba em falta de responsabilidade na vida adulta por parte dos filhos.
Especialistas dizem também que é um erro as intermináveis discussões para fazer os filhos entenderem alguma decisão por parte dos pais, que é um erro o bate boca com um adolescente, porque nunca leva a nada. O ideal é deixá-lo falando sozinho, e conversar quando ele aceitar conversar sem bate-boca.
Segundo reportagem na Revista Isto é de fevereiro de 2009, impor limites para as crianças e adolescentes de hoje é uma tarefa muito difícil, diante da quantidade de estímulos a que os jovens são expostos.
De acordo com Lya Luft, escritora e colunista da Veja, na coluna Ponto de vista,de junho de 2008, pais bonzinhos são tão danosos quanto pais indiferentes.
O psiquiatra Içami Tiba, no livro Adolescentes – quem ama educa, diz que os jovens de hoje não têm preparo para tocar a vida, que um diploma não faz de ninguém um vencedor.
Segundo o psicanalista inglês Charles Melmam, Antes se recorria a psicanálise porque não ousava realizar seus desejos. Hoje, principalmente no caso dos jovens, é por não saber o que desejar. Isso porque nossos jovens foram criados em condições que promovem a busca rápida do prazer máximo e sem obrigações. Muitas vezes para isso recorrendo a marginalidade.
Hoje em dia, até o sexo, que é o que existe de mais íntimo no indivíduo, está muito acessível, levando a uma vida sexual sem compromisso. Esse comportamento cria uma busca imediata e irresponsável do prazer, mas não organiza a existência nem o futuro.
Planta-se na pessoa desde criança um exercício da liberdade sem limites, deixando de lado o ensinamento de que a dignidade desta liberdade reside na responsabilidade, pois o exercício da liberdade deve ser a expressão do respeito de cada pessoa em relação a si mesma e em relação ao seu semelhante.
Segundo uma tendência deteriorante de uma sociedade psicolizante, crianças não podem se frustrar. Se elas se sentirem diferentes de seus pares, se elas não tiverem os bens de consumo de seus coleguinhas, telefone celular, roupas de grife, dinheiro para bares, boates e afins, enfim, se elas não se inserirem totalmente no mundo consumista que visualisam na escola e na mídia, podem ficar frustradas.
As correntes libertárias e irresponsáveisse propagam pela mídia, desde o cinema até programas atuais como os Big Brothers da vida.
Grande número de profissionais dedica-se a entender os adolescentes. Sua função seria plena de êxito se conseguissem fazer esses adolescentes queixosos de que ninguém os entende, entender que, de fato, ninguém tem obrigação de entendê-los. Seria meritosa sua função se convencessem os adolescentes, que vivem se queixando com o velho chavão de não terem pedido para nascer, de que seus pais também não pediram para nascer exatamente eles. Poderiam ter nascido crianças melhores.
Depois de uma geração que tudo permitia aos filhos, agora educar é saber impor limites .
Dizer "não" é um desafio que está além das forças e convicções de muitos pais e mães. Muitos chegam a ter medo de entrar em confronto com os filhos. Não sabem o que pode resultar de um embate. Acontece que muitos pais modernos se tornaram modernos em excesso. A liberdade excessiva, ensina agora um número crescente de psicólogos e pedagogos, produz adultos sem noção de limites e responsabilidades.
Como tudo na vida, impor limites é também uma questão de bom senso. Castigos e reprimendas não têm utilidade alguma se na relação entre pais e filhos também não houver diálogo, compreensão, amor e carinho.
Uma das importantes funções do estabelecimento de limites é para a criança conhecer a frustração e se adaptar à realidade. As frustrações funcionam como estágios de aprendizado, para o enfrentamento dos obstáculos que a vida certamente colocará na vida de cada pessoa.
Quando os pais levados pelo ritmo exaustivo em suas vidas acabam POR COMODIDADE, consentindo que os filhos façam o que quiserem, acabam também criando pessoas sem noção de limites, que não respeitam os direitos dos outros.
Segundo o psicanalista Jorge Forbes, no livro "você quer o que você deseja ?", a nova geração não responde a ética do dever, mas a ética do desejo. Que chamamos de adolescência a fase entre a infância e a idade adulta, época em que a pessoa teria que, progressivamente, adaptar sua forma de ser, em consonância com o mundo dito adulto. Mas que hoje essa divisão esta relativizada as particularidades de cada um, não existindo mais um padrão. E que essa é uma nova forma de ser, onde se deseja sem querer, onde se age apenas por desejo, de maneira inconseqüente.
Jorge Forbes diz também que a geração anterior foi marcada pela regra de que os pais deveriam falar tudo aos filhos e que estes só deveriam cumprir obrigações se as entendessem. Mas que muita coisa que queremos de nossos filhos não será compreendida por eles, e que os pais precisam aprender a ser mais arbitrários.
Charles Melman, psicanalista Frances, diz que hoje a saúde mental já não se origina mais da harmonia com o ideal de cada um, mas do objeto que possa trazer satisfação, que não há mais limites. Que cada um pode satisfazer publicamente suas paixões, contando com o reconhecimento social. Segundo ele, a imprensa e a mídia substituíram as fontes de sabedoria de outrora, daí resultando um indivíduo manipulável. Porque nessa sociedade permissiva todas as figuras de autoridade parecem abusivas, como se não ocupassem mais o seu lugar, até mesmo o lugar do pai na família.
Segundo o psiquiatra Geraldo José Ballone, uma das importantes funções do estabelecimento de limites é para a criança conhecer a frustração e se adaptar à realidade, mas essa tarefa só será possível quando os pais conhecerem a diferença entre "frustração" e "sofrimento". Tal distinção também será necessária para que se ensine à criança as noções de direitos e deveres, principalmente dos deveres. Ensinar a frustração significa ensinar a participar da vida cotidiana, a conviver com as outras pessoas e a superar os conflitos que, inexoravelmente, existirão durante toda a vida.
Segundo o psiquiatra Geraldo José Ballone, não dar liberdade aos filhos pode causar frustração, dar liberdade também, assim como dar tudo o que querem, que dizem também corromper seus futuros ou, ao contrário, não dar o que querem deixa-os revoltados.... Se os pais não se preocupam muito em ganhar dinheiro, preferindo ficar mais tempo em casa enriquecendo a convivência com os filhos e, conseqüentemente, porventura o menino não tenha dinheiro para passar as férias em Búzios com os amigos, também fica revoltado, dizendo que seus pais são perdedores, não souberam ter o sucesso que tiveram os pais dos amiguinhos. Se, por outro lado, os pais batalham na vida para que os filhos tenham dinheiro para passar as férias em Búzios, aí os pais serão ausentes, logo, os filhos são frustrados do mesmo jeito. Afinal, o que eles querem?
A psicoterapeuta inglesa Asha Phillips, afirma que desde os primeiros meses de vida dos bebês os pais devem estabelecer claramente certos limites. "Pais que se recusam a dizer não nos momentos apropriados estão roubando de seus filhos a capacidade de exercitar suas emoções", afirma.
Asha diz que é errado permitir que uma criança faça escândalo no supermercado ou no meio da rua porque se cansou de acompanhar os pais nas compras, está com sono ou deseja uma simples balinha. Da mesma forma, os adolescentes precisam ter horários para chegar em casa e saber respeitar os demais membros da família. "Frustração, raiva, ódio, disputa e privação fazem parte do aprendizado de uma criança tanto quanto o amor, o carinho e o afeto que ela deve receber dos pais".
Somos supostamente os únicos seres no planeta que têm uma vida interior, que os eventos internos são mais importantes que os eventos externos. A maneira como interpretamos esses eventos é que vai determinar como pensamos a respeito de nós mesmos, e como atuaremos no ambiente e com as pessoas com as quais convivemos.
O homem tem cada vez mais conhecimento e controle sobre o mundo ao seu redor, mas se afasta cada vez mais desse seu mundo interior.
Consideramo-nos seres evoluídos, capazes de vivermos em sociedade, construtores de civilizações, mas precisamos de normas externas a nós mesmos para que seja possível a convivência com nosso semelhante. Ensinamos nossos filhos a conhecer e a dominar as forças da natureza, mas não os ensinamos a conhecer e dominar a si mesmos.
O homem conhece cada vez mais o mundo em que vive, mas não o mundo que é. As crianças conhecem cada vez mais o imenso espaço e o pequeno átomo, mas não conhecem a construção da inteligência e o funcionamento da sua própria mente. Esta carência de interiorização educacional faz com que elas percam a melhor oportunidade de desenvolver as funções mais profundas da inteligência: a capacidade de pensar e refletir sobre si mesmas; a capacidade de analisar seus comportamentos;a capacidade de perceber seus limites; a capacidade de autocrítica e de dar respostas mais maduras para as suas frustrações e sofrimentos; a capacidade de compreender a construção das relações humanas e aprender a se colocar no lugar do outro.
Ensinamos nossos jovens a dominar o universo exterior, mas não os ensinamos a dominar o seu mundo interior. O homem tornou-se um estranho para ele mesmo. Os jovens não conhecem seus limites; não aprenderam a pedir perdão; não aprenderam a se colocar no lugar do outro. Não os ensinamos a contemplar o belo, a pensar antes de agir, a perceber que o seu direito termina onde começa o direito do outro; não os ensinamos a lidar com os inevitáveis fracassos nem humildade para reconhecerem seus erros. Transmitimos conhecimento, mas não ensinamos sabedoria.
O aprender, necessariamente, se revela pela modificação de comportamentos. Para que aconteça realmente o aprendizado, não basta apenas a transmissão de um conhecimento, mas sim a construção de habilidades e competências.
Construímos uma sociedade tecnológica e consumista, onde os valoresmais importantessão o ter mais que o outro, o ser mais que o outro. Valores como realização pessoal, harmonia interior, pensamento no coletivo, são coisas que não encontram espaço nessa sociedade tão apressada, tão imediatista, que só fixa seu olhar no aqui e agora.
Todas as formas exteriores de mudança, produzidas pelas guerras, revoluções, reformas, pelas leis e ideologias, falharam completamente, pois não mudaram a natureza básica do homem e, portanto, da sociedade. Apesar de toda evolução tecnológica, científica, jurídica, etc. Nós, humanos, somos os mesmos que éramos há milhões de anos.Psicologicamente, o indivíduo não mudou em nada, e a estrutura da sociedade, em todo o mundo, foi criada por indivíduos. A estrutura social é o resultado da estrutura psicológica, das relações humanas, pois o indivíduo é o resultado da experiência, dos conhecimentos e da conduta do homem.
A civilização tem de utilizar esforços supremos a fim de estabelecer limites para os instintos agressivos do homem. Apesar de todo avanço tecnológico e científico, a única razão pela qual o homem não deve matar o próprio homem é porque Deus proibiu; a única razão pela qual o homem deve olhar para o próprio homem como seu semelhante é para barganhar benécies com Deus, nessa vida ou na vida futura. Isso porque, apesar de todo avanço tecnológico e científico, o homem continua o mesmo de há milhares de anos, precisando de controle externo para poder conter os seus instintos primitivos, e para pautar as suas relações com o outro.
Segundo o psiquiatra Augusto Cury, no livro A pior prisão do mundo, não é possível produzir homens maduros que sabem se conduzir se eles não aprendem a autocrítica, a pensar antes de reagir, a estabelecer limites para seus comportamentos e, principalmente, se não aprendem a desenvolver a sabedoria.






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