Por Reinaldo Azevedo
Qualquer partido brasileiro que
pertencesse a uma rede que
congregasse militantes de
extrema direita seria massacrado pela
imprensa em três dias. E com razão.
Tanto pior se essa rede abrigasse
grupos terroristas e tivesse uma agenda
internacionalista. Mais grave ainda
se, com tudo isso, tal partido chegasse
ao poder. Pois o PT chegou e é
membro do Foro de São Paulo,
junto com as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia),
dedicada à guerrilha comunista e ao narcotráfico. E o silêncio a
respeito é ensurdecedor.
Texto completo
O tal Foro foi criado em 1990, entre outros, por Lula e Fidel Castro e reúne
partidos e grupos de esquerda e extrema esquerda da América Latina.
Em julho de 2005, no aniversário de 15 anos, a reunião dos “companheiros”
se deu no Brasil. E Lula discursou para a turma. A íntegra está aqui, num site
oficial do Planalto. Na véspera do início do 3º Congresso do PT — aquele
de que falo posts abaixo — cumpre ler a fala do petista, de que destaco
alguns trechos (em vermelho), com comentários (em azul):
“E eu queria começar com uma visão que eu tenho do Foro de São Paulo.
Eu que, junto com alguns companheiros e companheiras aqui, fundei
esta instância de participação democrática da esquerda da América
Latina, precisei chegar à Presidência da República para descobrir o
quanto foi importante termos criado o Foro de São Paulo. (...)
nesses 30 meses de governo, em função da existência do Foro de
São Paulo, o companheiro Marco Aurélio tem exercido uma função
extraordinária nesse trabalho de consolidação daquilo que começamos em
1990, quando éramos poucos, desacreditados e falávamos muito. “ A imprensa, de maneira geral, não acredita nem mesmo que o Foro exista.
Está aí. O “Marco Aurélio” a que se refere é o “Top Top” Garcia, um dos
idealizadores do tal Foro.
“Foi assim que nós, em janeiro de 2003, propusemos ao nosso companheiro,
presidente Chávez, a criação do Grupo de Amigos para encontrar uma
solução tranqüila que, graças a Deus, aconteceu na Venezuela.
E só foi possível graças a uma ação política de companheiros. Não era
uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente
com outro presidente. Quem está lembrado, o Chávez participou de um dos
foros que fizemos em Havana. E graças a essa relação foi possível
construirmos, com muitas divergências políticas, a consolidação do
que aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou o
Chávez como presidente da Venezuela.” Chávez, encontro em Havana, Grupo dos Amigos da Venezuela...
Eis aí: ficam claras as articulações do foro com o ditador de Cuba —
O Partido Comunista daquele país pertence ao grupo —
e a movimentação para dar apoio internacional a Chávez,
num momento em que ele precisava. A “consolidação do que
aconteceu na Venezuela”, a esta altura, ninguém ignora, pode se
traduzir por “ditadura”.
“E eu quero dizer para vocês que muito mais feliz eu fico quando tomo
a informação, pelo Marco Aurélio ou pela imprensa, de que um
companheiro do Foro de São Paulo foi eleito presidente da Assembléia,
foi eleito prefeito de uma cidade, foi eleito deputado federal, senador,
porque significa a aposta decisiva na consolidação da democracia no nosso país.” Eis aí. É um foro que reúne entidades de extrema esquerda, algumas
ilegais, que, não obstante, elege pessoas.
“Se não fosse assim, o que teria acontecido no Equador com a saída
do Lucio Gutiérrez? Embora o Presidente tenha saído, a verdade é
que o processo democrático já está mais consolidado do que há
dez anos atrás. O que seria da Bolívia com a saída do Carlos
Mesa, recentemente, se não houvesse uma consciência
democrática mais forte no nosso continente entre todas as forças
que compõem aquele país? A vitória de Tabaré, no Uruguai: quantos
anos de espera, quantas derrotas, tanto quanto as minhas.“ É a confissão da existência de uma agenda do foro e de ajuda
mútua, coisas que têm de ser investigadas. À época escrevi e
reitero: o passa-moleque que levamos, como país, do governo da
Bolívia só não surpreendeu, é evidente, o Foro de São Paulo. Como
diz Lula, eles estão todos lá para se ajudar. O que eu gostaria de
saber é que tipo de auxílio é prestado, por exemplo, às Farc. Ou,
pior, que tipo de colaboração elas têm com o nosso país. Lembro
que já prometeram US$ 5 milhões à campanha de Lula, segundo
relato de um agente da Abin — o que todos negam (não me digam!)
. Também concedemos asilo político a um de seus terroristas: Olivério Medina.
“Eu estava vendo as imagens do primeiro encontro e fico triste
porque a velhice é implacável. A velhice parece que só não mexe
com a Clara Charf, que é do mesmo jeito desde que começou o
primeiro Foro, mas todos nós, da mesa, envelhecemos muito. Espero
que tenha valido a pena envelhecer, Marco Aurélio. Eu me lembro
que eu não tinha um fio de cabelo branco, um fio de barba branca
e hoje estou aqui, todos estão, de barba branca.” Para quem não lembra, Clara Charf é a mulher de Carlos Marighella.
“Vejam que os companheiros do Movimento Sem-Terra fizeram uma
grande passeata em Brasília. Organizada, muito organizada. E todo
mundo achava que era um grande protesto contra o governo. O que
aconteceu? A passeata do Movimento Sem-Terra terminou em festa,
porque nós fizemos um acordo entre o governo e o Movimento Sem-Terra
pela primeira vez na história, assinando um documento conjunto. “ Considerando a agenda do MST, o trecho fala por si mesmo.
“Por isso, meus companheiros, minhas companheiras, saio daqui
para Brasília com a consciência tranqüila de que esse filho nosso,
de 15 anos de idade, chamado Foro de São Paulo, já adquiriu maturidade,
já se transformou num adulto sábio. E eu estou certo de que nós
poderemos continuar dando contribuição para outras forças políticas,
em outros continentes, porque logo, logo, vamos ter que trazer os
companheiros de países africanos para participarem do nosso movimento,
para que a gente possa transformar as nossas convicções de relações
Sul-Sul numa coisa muito verdadeira e não apenas numa coisa teórica. “ Há aí o delírio megalômano de sempre, mas é evidente o caráter
realmente supranacional do Foro. “Que mal há? Não existe a
Internacional da Democracia Cristã?”, poderiam perguntar. Existe, é
evidente. Com partidos legais. O tal movimento bolivariano, de
Chávez, que se saiba, não pertence ao Foro. Mas é certo que o
coronel foi um dos principais beneficiários da existência do grupo. Os bobalhões, supondo sempre que idiotas são os outros, logo indagam:
“Está achando o quê? Que haverá uma revolução comunista continental?”
Não sejam tolos e não me suponham tolo. Cada país vai chegar o mais
longe possível na agenda do grupo. As condições venezuelanas permitem
Chávez a ditadura? Permitem. Os sócios lhe darão apoio. No Brasil,
é possível fazer o quê? Entregar a Petrobras quase de mão-beijada à
Bolívia e sem soltar um pio? Assim se fará. Revejam o vídeo preparatório
do 3º Congresso à luz deste discurso de Lula. Maluquice é ignorar o óbvio
.Integram o Foro além dos brasileiros PT e PC do B:
Movimento de
Esquerda Revolucionária (Colômbia), Partido Comunista Colombiano,
Exército de Libertação Nacional (Colômbia), Forças Armadas
Revolucionarias de Colômbia, Partido Comunista de Cuba, Partido
Comunista da Argentina, Movimento Clement Payne (Barbados ), Partido
Comunista da Bolívia, Partido Comunista do Chile, Partido Socialista
do Chile, Partido Popular Costa-Riquenho, Partido Trabalhista de
Dominica, Partido de Libertação Dominicano, Frente Farabundo Martí de
Libertação Nacional (El Salvador), União Revolucionária Nacional da
Guatemala, Aliança do Povo Trabalhador (Guiana), Partido do
Trabalho (México), Partido Socialista Popular (México), Partido da
Revolução Democrática (México), Frente Sandinista de Libertação Nacional
(Nicarágua), Partido Comunista Paraguaio, Partido Pátria Livre (Paraguai),
Partido Comunista Peruano, Partido Socialista do Peru, Partido
Porto-riquenho, Frente Socialista (Porto Rico), Movimento de Independência
Nacional Hostosiano (Porto Rico), Federação Universitária
Pró-Independência de Porto Rico, Frente Ampla (Uruguai),
Partido Comunista do Uruguai, Partido Socialista do Uruguai,
Tupamaros (Uruguai), Partido Comunista da Venezuela
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"DELENDA CARTAGO EST" Marco Pórcio Catão (234 – 149 a.C.)
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