No dia em que Lula recebeu o título de doutor honoris causa na França, o   diretor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Ruchard Descoings, chamou   a imprensa para uma coletiva. É claro que jornalistas do Brasil não poderiam   faltar, porque se tratava de um ilustre brasileiro a receber a honra, pois   não? Pois sim, deem uma olhada no que escreveu Martín Granovsky, um   argentino que honra a profissão, no jornal Página 12. Para dizer o mínimo, a   participação de “nossos” patrícios foi de encher de vergonha. Seleciono   alguns momentos do brilhante artigo de Martín,  Escravistas contra Lula: “Para   escutar Descoings foram chamados vários colegas brasileiros... Um deles   perguntou se era o caso de premiar quem se orgulhava de nunca ter lido um   livro. O professor manteve sua calma e deu um olhar de assombrado. Talvez   Descoings soubesse que essa declaração de Lula não consta em atas, embora   seja certo que Lula não tenha um título universitário. Também é certo que   quando assumiu a presidência, em primeiro de janeiro de 2003, levantou o   diploma que é dado aos presidentes do Brasil e disse: ‘Uma pena que minha mãe   morreu. Ela sempre quis que eu tivesse um diploma e nunca imaginou que o   primeiro seria de presidente da República’. E chorou. ‘Por   que premiam um presidente que tolerou a corrupção?’, foi a pergunta   seguinte. Outro colega brasileiro perguntou se era bom premiar alguém que uma   vez chamou de ‘irmão’ a Muamar Khadafi. Outro, ainda, perguntou com ironia se   o Honoris Causa de Lula era parte da política de ação afirmativa do Sciences   Po. Descoings   o observou com atenção antes de responder. ‘As elites não são apenas   escolares ou sociais’, disse. ‘Os que avaliam quem são os melhores, também.   Caso contrário, estaríamos diante de um caso de elitismo social. Lula é um   torneiro mecânico que chegou à presidência, mas pelo que entendi foi votado   por milhões de brasileiros em eleições democráticas’ ”. Houve   todas essas intervenções estúpidas e deprimentes. Agora, penso que cabem duas   ou três coisas para  reflexão. A primeira delas é a educação de Lula.   Esse homem, chamado mais de uma vez pela imprensa brasileira de apedeuta,   quando o queriam chamar, de modo mais simples, de analfabeto, burro, jumento   nordestino, possui uma educação que raros ou nenhum doutor possui. Se os   nossos chefes de redação lessem alguma coisa além das orelhas dos livros da   moda, saberiam de um pedagogo de nome Paulo Freire, que iluminou o mundo ao   observar que o homem do povo é culto, até mesmo quando não sabe ler. Um   escândalo, já veem. Mas esse ainda não é o ponto. Nem vem ao caso citar   Máximo Górki em Minhas Universidades, quando narrou o conhecimento que   recebeu da vida mais rude. Fiquemos   na educação de Lula, este é o ponto. Será que a miserável elite do Brasil não   percebe que o ex-presidente se formou nas lutas e relações sindicais? Será   que não notam a fecundação que ele recebeu de intelectuais de esquerda em seu   espírito de homem combativo? Não, não sabem e nem veem que a presidência de   imenso sindicato de metalúrgicos é uma universidade política, digna dos mais   estudiosos doutores. Preferem insistir que a maior liderança da democracia   das Américas nunca passou num vestibular, nem, o que é pior, defendeu tese   recheada de citações dos teóricos em vigor. Preferem testar essa criação   brasileira como se falassem a um estudante em provas. Como nesta passagem,   lembrada por Lula em discurso:    "Me   lembro, como se fosse hoje, quando eu estava almoçando na Folha de São   Paulo.  O diretor da Folha de São Paulo perguntou pra mim: ‘O senhor   fala inglês? Como é que o senhor vai governar o Brasil se o senhor não fala   inglês?’... E eu falei pra ele: alguém já perguntou se Bill Clinton fala português?   Eles achavam que o Bill Clinton não tinha obrigação de falar português!...   Era eu, o subalterno, o colonizado, que tinha que falar inglês, e não Bill   Clinton o português!’   O   jornalista argentino Martín Granovsky observa ao fim que um trabalhador não   poderia ser presidente. Que no Brasil a Casa Grande sempre esteve reservada   para os proprietários de terra e de escravos. Que dirá a ocupação do Palácio   do Planalto. Lembro que diziam, na primeira campanha de Lula para a   presidência, que dona Marisa estava apreensiva, porque não sabia como varrer   um palácio tão grande....Imaginem agora o ex-servo, depois de sentar a bunda   por duas vezes no Planalto, virar Doutor na França. O mundo vai acabar. O povo   espera que não demore vir abaixo.  |   
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011
A elite miserável do Brasil
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