Os templos de colunas gigantescas e as pirâmides no antigo Egipto testemunham um conhecimento perfeito da arquitectura grandiosa realizada com ferramentas mais que rudimentares , há cinco mil anos . Tudo começava com estacas cravadas no chão ás quais se ligavam cordas que materializavam ,no terreno, a orientação e as dimensões do monumento a construir. De seguida, entravam em acção os operários que abriam as fundações com enxadas de madeira , sendo a terra e pedras transportadas em cestas de vime entrançado, como se pode ver na foto abaixo de uma pintura mural que representa esse trabalho.Tudo era pensado por forma a optimizar o trabalho no estaleiro : um canal de navegação a partir do rio Nilo e um cais de acostagem eram abertos para, através deles, os materiais chegarem mais rapidamente à obra. O estaleiro tinha zonas distintas de trabalho como locais de armazenamento dos blocos de pedra, outros de aparelhamento dessa pedra e ainda outros para fabrico de tijolos , argamassa ,etc. Desta forma todas as distintas equipas podiam trabalhar no estaleiro sem se estorvar umas às outras e esta metodologia e organização, optimizadas ao máximo,contrariavam o fraco rendimento das rudimentares ferramentas. A alguma distância do estaleiro outros operários trabalhavam na pedreira usando rudimentares percutores em pedra (diorito ou pegmatito) , alguns deles com um cabo de madeira acoplado por forma a obter uma picareta ou uma enxó.Por vezes usavam um cinzel de cobre já que o ferro só foi usado mais tarde. Uma vez aparelhados os blocos de pedra eram transportados em trenós de madeira puxados à corda por dezenas de operários . Não eram usados troncos de árvores como rolos para deslocar melhor os trenós , porque estas eram raras na zona . Para facilitar o deslizamento eram utilizadas misturas de água e lodo do rio Nilo, em concentrações perfeitas consoante a hora do dia e a evaporação, pois água a mais ,ou a menos, poderia comprometer o deslocamento. Se é verdade que as pedreiras se situavam perto do estaleiro, o calcário de Thurah e o granito
de Assuão vinham em barcaças pelo Nilo. Abertas as fundações ,os blocos trazidos das pedreiras eram assentes , em duas ou três camadas, sobre areia ou argamassa de estuque o que permitia que esses blocos deslizassem até à posição correta. Além disso, a areia melhorava a repartição de cargas evitando fissuras nesses blocos. Uma vez completadas as fundações procediam à colocação das lajes do pavimento do edifício formando assim uma grande plataforma horizontal. Nesta eram marcadas a escopro o contorno das paredes, o local das portas e das colunas. Para a elevação das paredes um estaleiro duplo era montado; de um lado da parede, uma equipa de operários instalava os pesados blocos de pedra enquanto, do outro lado, uma segunda equipa se afadigava a construir rampas inclinadas de cascalho com suporte lateral em tijolo. Quando uma rampa ficava pronta faziam uma troca: a equipa da rampa passava para o outro lado da parede para fazer nova rampa enquanto os assentadores das pesadas pedras construiam a parede do lado contrário. Trabalhando ora de um lado ora do outro as paredes iam sendo elevadas obrigando a rampas cada vez mais compridas pois a inclinação das mesmas não podia variar por causa dos trenós.
Fácil será assim perceber porque as rampas eram destruídas e reconstruídas vezes sem conta. Á medida que as paredes iam sendo concluídas começavam a ser erguidas as colunas com pedras aparelhadas e também transportadas em trenó pelas rampas. Como as pedras das colunas nem sempre encaixavam na perfeição eram utilizados os tijolos das paredes das rampas para colmatar essas imperfeições. Finalmente as paredes e colunas eram revestidas de estuque onde se aplicavam as pinturas e decorações. Os decoradores trabalhavam sobre andaimes de bambu como ilustramos a seguir.
Fácil será assim perceber porque as rampas eram destruídas e reconstruídas vezes sem conta. Á medida que as paredes iam sendo concluídas começavam a ser erguidas as colunas com pedras aparelhadas e também transportadas em trenó pelas rampas. Como as pedras das colunas nem sempre encaixavam na perfeição eram utilizados os tijolos das paredes das rampas para colmatar essas imperfeições. Finalmente as paredes e colunas eram revestidas de estuque onde se aplicavam as pinturas e decorações. Os decoradores trabalhavam sobre andaimes de bambu como ilustramos a seguir.
Templos e palácios ricamente mobilados e decorados eram possíveis devido ao aprovisionamento feito no estaleiro já que os reis tinham o monopólio sobre a exploração dos recursos. Desta forma o deserto era passado a pente fino para encontrar a pedra com a qualidade requerida e outras expedições eram enviadas além fronteiras na busca de madeiras nobres ou exóticas. Desta forma ,calcário, grés e granito eram materiais de construção; basalto, quartzito ,travertino, gesso, granodiorito, grauvaque, andesite ,serpentina serviam para fabricar objectos de luxo; turqueza, ametista e lápis-lazuli, ouro e prata serviam para adornos tudo em nome da religião pois o faraó era um deus e fazia a ligação entre os homens e as centenas de divindades.
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