quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Criação de uma CÉLULA ARTIFICIAL

 

Na passada quinta feira (20 de Maio) pesquisadores americanos anunciaram uma revolução na história da Ciência ao criarem uma célula artificial e dando origem também a uma preocupação no meio científico.

Após 15 anos de trabalho, os cientistas conseguiram algo extraordinário no laboratório: programaram com um computador a informação genética que passou a controlar a vida e a reprodução de células bacterianas.
Primeiro, os cientistas produziram em laboratório uma cópia sintética do genoma de uma bactéria, isto é, o conjunto de todo o material genético localizado no núcleo das células bacterianas. Em seguida, inseriram o novo genoma dentro de uma outra bactéria. O genoma sintético passou a funcionar normalmente.

Craig Venter,um dos decifradores do Genoma Humano e um dos inovadores desta biotecnologia nos Estados Unidos, disse que as células sintéticas poderão revolucionar o dia a dia do ser humano. Segundo ele, vacinas, como a da gripe, poderão ser feitas em horas. Hoje, elas demoram meses para ser produzidas.

A célula pode ser desenhada no computador para desempenhar uma função que não existe na natureza, por exemplo, capturar dióxido de carbono na atmosfera e transformar o que é poluição em combustível e esta célula vai reproduzir-se sozinha.

Craig Venter afirmou que células sintéticas podem iniciar uma nova revolução industrial dentro de dez ou 20 anos, produzindo alimentos baratos, novas formas de filtrar água e de produzir energia.
Tentemos explicar de outra maneira o que fez a equipa de Craig: No princípio tínhamos o genoma da bactéria Mycoplasma mycoides que os cientistas manipularam para criar ADN sintetizado em laboratório. Introduziram esse genoma manipulado num citoplasma vazio. A bactéria com o novo ADN cresceu comandada por ordens genéticas artificiais e diferentes do normal e reproduziu-se em milhões de células. É a primeira vez que a ciência se aproxima tanto da origem da vida. "É a primeira célula do planeta que tem como pai um computador", anunciou Graig Venter que insiste que não criou vida do zero, pois, apesar de o cromossoma ser artificial, a base foi uma célula já existente. Na realidade, o que fizeram foi a mistura de duas experiências que já tinham realizado antes: criar um genoma artificial (em 2008) e transplantar um genoma de uma bactéria para outra. Neste caso, tinham eliminado 14 genes da bactéria Mycoplasma mycoides, patogénicos nas cabras, e introduziram sequências de ADN que em vez de terem os aminoácidos típicos – adenina ,guanina ,citosina e timina - incluem outros. Mas as reacções não foram só de espanto: poucas horas após o anúncio, vários cientistas alertaram para a falta de legislação sobre organismos sintéticos e mostraram até algum cepticismo. Em declarações ao "Times", Pat Mooney, do ETC Group (activistas contra a biotecnologia) chamou-lhe o momento da caixa de Pandora.

Outros cientistas alertaram também, que as células artificiais poderiam ser usadas como armas biológicas. Por isso, pediram controle rígido do material genético usado para criar um genoma.

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