quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ditos populares usados pelos baianos, brasileiros e pelo mundo afora.

 



AS APARÊNCIAS ENGANAM : Parece, mas não é
Lenda: Dizem que esse dito popular surgiu quando os parques de diversões colocavam espelhos que deformavam a imagem de quem por ali passava. Em alguns espelhos se ficava fino, em outro gordinho, em outro alto. Quando uma pessoa se via naquelas várias formas dizia: É, realmente, “as aparências enganam”.
A CARNE É FRACA : Não resistir a uma tentação
Lenda: Esta expressão é retirada da Bíblia, representando a dificuldade de se resistir a certas tentações. Entre as citações, a história de Adão e Eva. E quem não caiu em alguma tentação? Ou não encontrou alguém que tenha feito algo errado e tenha dito: Tentei escapar, mas “a carne é fraca”.

ARREGAÇAR AS MANGAS : Iniciar algo de imediato
Lenda: Esta expressão tem origem espanhola – “Te arremenga e vem”. É pronunciado como provocação quando alguém hesita entrar numa briga ou cumprir alguma tarefa. O verbo arregaçar em espanhol é “Arremengar”. É uma expressão ainda muito usada, nos dias de hoje, por um indivíduo que está disposto a iniciar uma tarefa muito importante.
AO DEUS DARÁ : Deixando de lado
Lenda: Esta famosa frase serviu originalmente de resposta para aquele que não queria dar esmolas. Homens duros de coração respondiam aos mendigos que lhe estendiam a mão: “Deus dará. Eu não”. Quem dependia da caridade pública ficava em má situação, ao Deus dará. A expressão cristalizou-se de tal forma que, no século XVII, um negociante português que vivia no Recife, de tanto proferir a frase, passou a tê-la acrescentada ao próprio nome. Ficou conhecido como Manuel Álvares Deus Dará. Seu filho, Simão Álvares Deus Dará, foi provedor mor da fazenda do Brasil.
A EMENDA SAIU PIOR DO QUE O SONETO : O conserto ficou pior do que o original
Lenda: Querendo uma avaliação, certo candidato a escritor apresentou soneto de sua lavra ao poeta português Manuel Maria Barbosa Du Bocage (1876-1805) pedindo que marcasse com cruzes os erros encontrados. O escritor leu tudo, mas não marcou cruz nenhuma, alegando que elas seriam tantas que “a emenda ficaria ainda pior do que o soneto”! A autoridade do mestre era incontestável. Bocage levou essa forma poética a tal perfeição que fazia o bem que queria com um soneto, tornando-se muito popular principalmente em improvisos satíricos e espirituosos, pelos quais é conhecido.
A VOZ DO POVO, A VOZ DE DEUS : Ouvir a verdade
Lenda: Este ditado tem origem na Europa. As pessoas consultavam o deus Hermes, na cidade grega de Acaia, sempre que tinham uma dúvida. Faziam uma pergunta ao ouvido do deus e saiam à rua com a cabeça coberta com um manto. As primeiras palavras que ouvissem eram a resposta à sua dúvida. Assim surgiu a expressão a “Voz do povo, a voz de Deus”.


A BEÇA : Muito, em quantidade
Lenda: No Rio imperial, havia um comerciante rico chamado Abessa, que adorava ostentar roupas de luxo. Quando alguém aparecia fazendo o mesmo, dizia-se que ele estava se vestindo à Abessa, ou seja, como o comerciante. Virou sinônimo de abundância, exagero. Outra versão é atribuída à grande profusão de argumentos utilizados pelo jurista sergipano Gumercindo Bessa (1849-1923) ao enfrentar Ruy Barbosa em famosa disputa pela independência do território do Acre, que seria incorporado ao Amazonas. Quem primeiro utilizou a expressão foi Rodrigues Alves (1848-1919), presidente do Brasil de 1902 a 1906, admirado da eloqüência de um cidadão ao expor suas idéias: “O senhor tem argumentos à bessa”. Com o tempo, o sobrenome famoso perdeu a inicial maiúscula e os dois esses foram substituídos pela letra c com cedilha (ç).
ARRASTAR A ASA : Demonstrar interesse por alguém.
Lenda: Arrastar a asa é a forma de algumas aves cortejarem a sua fêmea, a exemplo do pavão, da andorinha e do galo. É da observação desse fato que surgiu a frase feita que indique o seu correspondente entre os humanos, ou seja, o cortejo do homem a uma mulher. Como o galo é o símbolo do macho dominador, subentende-se que arrastar asa inclui a demonstração de habilidades de macho ou mesmo de machista.

A PRESSA É INIMIGA DA PERFEIÇÃO : Fazer mal feito, com pressa.
Lenda: Essa frase antológica passou ao acervo de ditos célebres pela pena do famoso jurista brasileiro Ruy Barbosa, ao comentar a rapidez com que se redigia o Código Civil Brasileiro, que trouxe, em sua versão final, preciosas anotações do mestre. “O Águia de Haia”, como era chamado por sua atuação em famosa conferência que pronunciou na Holanda, acrescentou que a pressa é também “mãe do tumulto e do erro”. Os detalhes sempre foram importantes, nas redações das leis como nas obras artísticas. Ao longo dos carnavais, várias foram às escolas de samba que perderam pontos importantes pelo desleixo com pormenores. Daí, afirmar-se que “A pressa é inimiga da perfeição”
ABRAÇO DO TAMANDUÁ: Deslealdade, traição.
Lenda : O tamanduá é um animal mamífero, pertencente à classe dos desdentados e se alimenta de formigas. Aqui no Brasil existem várias espécies e de tamanhos variados. O tamanduá quando quer agarrar a sua presa se deita de barriga para cima e abraça seu inimigo, o qual é esmagado pela sua força. E assim acontece muito no mundo dos homens – tem sempre aquele que quer lhe dar “Um abraço de Tamanduá”. Fuja dele…
A VACA VAI PRO BREJO : Dar tudo errado.
Lenda : Na Índia, a vaca é um animal sagrado. Não se pode nem encostar-se a ela que já é logo condenado. E sabe-se também que grande parte da Índia é alagada, com imensos brejos. Pântanos para todos os lados. E, quando a vaca vai pro brejo, normalmente afunda, se atola e é uma dificuldade enorme tirá-la de lá. Não se pode usar laços para puxá-la. Daí veio a expressão “a vaca foi para o brejo”, ou seja, não há mais nada a fazer.
ARRANCA RABO : Briga, confusão.
Lenda 1 : Antigamente, os egípcios tinham uma tradição de mandar arrancar o rabo do cavalo dos seus adversários. Esse costume durante séculos foi praticado em várias partes do mundo. No Brasil, depois de muitos anos, este costume era praticado pelos cangaceiros nordestinos, na época de Lampião, como forma de humilhar os donos de terras. Essa expressão até os dias de hoje, é usada, no sentido de briga, discussão entre duas ou mais pessoas. costumando-se dizer eu foi um verdadeiro “Arranca-rabo”.
Lenda 2 : Na década de 70, era moda as mocinhas usarem o cabelo preso em formato de “rabo de cavalo” (Até hoje usam). Quando as mocinhas brigavam, geralmente, por causa de um rapazola, a primeira coisa que faziam era puxar o rabo da outra. Algumas até mesmo conseguiam “arrancar o rabo”, literalmente, porque, às vezes era um rabo postiço. Daí a expressão “Arranca-rabo”.


ARROZ DE FESTA : Pessoa que não perde festa, mesmo que não seja convidada.
Lenda : Contam que nas festas portuguesas nunca faltava uma sobremesa feita com arroz, o chamado (arroz doce). E assim, sempre que se encontra uma pessoa em todas as festas, diz-se: “Aquela é como arroz doce”, está em todas.


AMOR PLATÕNICO : Amor não correspondido, amor irreal.
Lenda : Platão foi aluno de Sócrates. Passou muito tempo tentando descobrir a causa do suicídio do seu mestre. Propôs duas hipóteses: 1.Um mundo que se percebe com os cinco sentidos. 2.Um mundo que só se percebe com a inteligência. Estudando as duas hipóteses concluiu que o mundo sensível é apenas um reflexo do amor inteligível. O amor perfeito existe apenas na mentes das pessoas e o amor real, o que se toca e se vive está sujeito a falhas. Sócrates termina concluindo que quem não vive o amor real, não passa do imaginário. Dessa descoberta, surgiu o dito popular: “Viver um amor platônico”.
AGOSTO, MÊS DE DESGOSTO : Mês de azar, de acontecimentos ruins.
Lenda : O mês de agosto é conhecido como o mês do desgosto, do azar. Os romanos deram ao oitavo mês do ano o nome de agosto, em homenagem ao Imperador Augusto, época em que muitos acontecimentos importantes na vida dele estavam acontecendo, entre elas, a conquista do Egito e sua elevação à condição de Cônsul. Até aí, fica comprovado terem acontecido feitos positivos. Não se sabe explicar porque se tornou um mês azarento. O fato é que as mulheres portuguesas não casavam nunca no mês de agosto, porque neste período os navios de expedições partiam à procura de terras e as mulheres ficavam sozinhas ou até mesmo viúvas. Na Argentina não se lavava a cabeça no mês de agosto, pois estava chamando pela morte. Na verdade a crença popular quanto aos acontecimentos ruins de agosto, tornou-se uma superstição internacional de grande aceitação no Brasil, principalmente na zona rural do nordeste, onde o processo de colonização portuguesa foi mais forte. Dessa forma, mesmo as pessoas se dizendo incrédulas nos azares próprios do mês de agosto, muitos, não se casam, não fazem negócios, não montam em animal bravo, não viajam no mês de agosto… Como em todos os outros meses do ano, existem registros de desastres e outros fatos ruins durante o mês de agosto. Apenas como ilustração, são citados aqui alguns dos muitos desastres e fatos ocorridos no mundo e no Brasil no mês de Agosto:
  • 01 de agosto de 1914 – início da primeira guerra mundial;
  • Agosto de 1939 – início da segunda guerra mundial; 06 de agosto de l945 – As bombas atômicas que destruíram Hiroshima e Nagazaki.
  • 24 de agosto de 1954 – suicidou-se o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas;
  • 13 de agosto de 1961 – início da construção do Muro da vergonha em Berlim;
  • 25 de agosto de 1961 – data da carta renúncia do presidente Jânio Quadros (pode ser considerado motivo de desgosto…)
  • 22 de agosto de 1976 – faleceu Juscelino Kubitscheck, ex-presidente do Brasil, vítima de desastre;

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