terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Prostituição-Homossexualismo e Drogados de Rua.

Em conversas com algumas pessoas que comentam meu jeito de pensar.. Fiz um apanhado do assunto em questão e coloquei aqui.. O texto pode parecer meio desconexo, mas resolvi deixar dessa forma para manter a fidelidade do exposto.

É exatamente esta a questão. Evidenciar a "hipocrisia Religiosa" atual. Curiosamente, muito se mata em nome do "EVANGELHO", haja vista a própria guerra iraquiana, ou até mesmo outras ações "políticas" patrocinadas por RELIGIOSOS.
No entanto, em relação à sexualidade, miserabilidade e os drogados de rua, a Teologia se vê absolutamente taxativa. "Algumas coisas são claras”? Mas o que está por trás dessa clareza? É claro que você deve saber que não temos acesso ao texto de fato, mas sempre o interpretamos de acordo com nossas vivencias, fraquezas, etc. Apenas uma interpretação fundamentalista da Bíblia possibilita uma leitura simplista que não está disposta a dialogar com o seu tempo. Como diria Rubem Alves, o problema do fundamentalismo não é "o que se fala", mas sim "o como se fala", ao falar "do ponto de vista da verdade", o fundamentalista encerra toda possibilidade de diálogo, afinal, se já se está com a verdade do seu lado, pra que o debate? A tarefa será simplesmente a de tentar trazer o outro para o lado da verdade. A mesma tentação do jardim do éden se evidencia novamente.

A questão do homossexual, da miserabilidade e dos drogados de rua, é algo que merece um enfoque não-simplista. Afinal, se a bíblia não é um livro normativo neste sentido, haja vista que muito pouco se fala sobre sexo no texto bíblico, porque então estas "críticas" com a questão? De onde veio esta crítica cristã para com a questão da homossexualidade,da prostituição e das drogas?, Se nem entre o judaísmo, nem mesmo nos textos do (Nota do tradutor-NT) vemos este tipo de coisa? E aqui tenho que acreditar que sim - a influencia veio de fora, e concordo com vários que dizem que esta influencia teria vindo do estoicismo e do gnosticismo que como sabemos muito entusiasmados com Platão, via o corpo como algo desprezível em relação à alma. Talvez a influencia nos primeiros séculos do cristianismo tenha dado "o tom" da completa negação sexual, e principalmente na questão homossexual.

Há coisas "claras" nas escrituras que talvez não seja assim tão claras, igual as que  vocês mesmo citam como "não pode matar"; no próprio texto bíblico vemos que isto não é tão claro, a própria inquisição "matou" muito em nome de Deus, "Deus" mandou matar muitos "infiéis" para que o povo não se corrompesse em meio a outras tribos. Se a coisa fosse tão simples assim, talvez o texto bíblico tivesse que ser reescrito. O que quero ressaltar, é que o "espírito" vale mais que a "letra", e talvez a "liberdade" do espírito que sopra onde quer, seja o que mais incomoda a grande maioria que prefere lidar com as questões de forma simples do que lidar com a liberdade.

A proposta não é convencer ninguém de nada. Coloco aqui coisas sobre as quais penso idéias que giram em minha cabeça. O fato de ter pensado na questão do homossexualismo, da Prostituição, da Miserabilidade e dos Drogados de rua não quero dizer que pretendo colocar algo na cabeça de alguém. Em hora nenhuma coloco minhas posições como "certezas". Apenas tento argumentar para embasar aquilo que estou pensando.

Se fosse pra convencer alguém de alguma coisa, iria pra algum púlpito por aí, diria um discurso eloqüente, comoveria muitos com pura retórica e pronto. Não é uma questão de convencer ninguém de nada. É pensar sobre as coisas. Pode rever todas as minhas postagens, e se achar algo que ao menos pareça com tentativa de colocar algo na cabeça das pessoas a força, me mostre. Tenho certeza que não encontrará nada neste sentido. A questão não se coloca nesse nível que você colocou. É uma tentativa de (re) pensar as coisas.

Só isso. Pensar dá trabalho, e se a boca fala do que tá cheio o coração, várias postagens vão parecer repetidas, várias incursões serão feitas, vários textos serão colocados, lidos, relidos para tentarmos nos aproximar de alguma posição que seja defensável e embasada. Não como algo "vindo de fora", mas como algo que nasceu de dentro, fruto da reflexão, fruto do diálogo. Esta é a intenção.

Pena encontrar poucas pessoas dispostas a pensar honestamente sobre o tema. Sobre praticamente qualquer tema. Se contenta com muito pouco, e por isso acabam a maioria ficando como folhas secas levadas por qualquer vento.

Qualquer exame tosco da realidade evidencia isso que digo aqui, no entanto, nem essa avaliação a grande parte quer fazer. Resta ficar sozinho, talvez na companhia de alguns poucos nesta empreitada.

Existem vários tipos de preconceitos. Agora, o fato de me ater a este específico não evidencia que ele seja "melhor" ou "mais importante" que outros. Sei que há muita discriminação com relação aos mendigos, e todos outros que não tem "parte na terra". A questão das prostitutas acaba caindo na mesma questão que é mais ampla que é a questão do "cristão e a sexualidade", esta grande "ferida narcísica" no cristianismo que até hoje se trata cheio de melindros.


Penso sim que TODOS devem ser amados como são, e com seus "estilos de vida'. Isso estaria para além das discriminações, e isso em qualquer nível social, profissional, etc.

Todo Teólogo que se preze precisa pensar a partir da realidade em que vive.

Como diria Feuerbach, sou fruto do meu tempo, penso as coisas do meu tempo, e se vivo num tempo onde a questão homossexual está sendo debatida, eu enquanto Teólogo, tenho que pensar nesta situação. E eu enquanto Teólogo e Espiritualista, preciso pensar nestas coisas. Claro, preciso pensar também em outras coisas. Com certeza, as prostitutas (que agora já é uma profissão regulamentada) sofrem discriminações, os mendigos também (embora geralmente o discurso capitalista  facista acaba falando que eles estão assim porque lhes faltou animo, ou então por qualquer empenho na profissão).

Estes outros casos também precisam de investigação e acho super válido se começassem a pensar nisso também.

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