sábado, 2 de junho de 2012

LOUIS BRAILLE


LOUIS BRAILLE (1809 / 1852)- “O Menino que Trouxe Luz ao Mundo da Escuridão”.

Louis Braille nasceu em 4 de janeiro de 1809 no povoado de Coupvray, cerca de 40 quilômetros a leste de Paris.

Ficou cego no ano de 1812, com 3 anos de idade, devido a um acidente na oficina do seu pai. Algum tempo depois uma infecção atingiu o outro olho e ele perdeu completamente a visão com apenas 5 anos de idade.
Aprendeu a ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro. Ia para a escola e todos se admiravam da sua memória. Mas ele não estava feliz com os seus estudos. Queria ler livros. Escrever cartas, como os seus colegas. Um dia, ouviu falar de uma escola para cegos. Aos dez anos, Louis chegou a Paris, levado pelo pai e matriculou-se no instituto nacional para crianças cegas.


Louis, que era o estudante mais jovem, foi se ajustando à escola, aos professores, aos supervisores e aos colegas. Participava com entusiasmo da recreação, gostava de música clássica, e apesar das condições do ensino da música não serem ideais, ele tornou-se um excelente pianista e mais tarde talentoso organista do órgão de Notre Dame das Champs.
Os estudantes sentiam, pelo tacto, as formas das letras e aprendiam as palavras e frases. O jovem Louis descobriu que era um método limitado. As letras eram muito grandes. Uma história curta enchia muitas páginas. O processo de leitura era muito demorado.

O amor à música aguçou o seu desejo pela leitura. Queria ler também notas musicais. Passava noites acordado, pensando em como resolver o problema.
Ouviu falar de um capitão do exército, que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro. A escrita noturna consistia em conjuntos de pontos e traços em relevo no papel.

Procurou o capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara em pequeno.

Louis Braille aprendeu com rapidez a usar o sistema. A escrita era possível com uso de uma régua guia e de um estilete. Como o sistema de Barbier apresentava uma série de dificuldades, como a impossibilidade de se representar símbolos matemáticos, sinais de pontuação, notação musical, acentos, números, além dos caracteres serem lidos com dificuldade, Braille começou a estudar maneiras diferentes de fazer os pontos e traços no papel. Passou noites experimentando incansavelmente sobre a régua e o estilete que ele próprio inventou.

Aos 15 anos de idade inventou o alfabeto Braille, semelhante ao que é usado hoje, um sistema simples em que usava 6 buracos dentro de um pequeno espaço. Com esses 6 buracos dentro deste espaço, ele pôde fazer 63 combinações diferentes.

Cada combinação indicava uma letra do alfabeto ou uma palavra. Havia também combinações para indicar os sinais de pontuação.
Em 1827, Louis escreveu em Braille a "Gramática das Gramáticas". Em 1828, continuando seus estudos, ele aplicou seu sistema à notação musical.

Em 1829, apresentou a primeira edição do "Método de Palavras Escritas, Músicas e Canções por meio de Sinais, para uso de Cegos e Adaptados para eles". No prefácio desse livro, Braille refere-se a Barbier: "Se nós temos vantagens de nosso método sobre o seu, devemos dizer em sua honra que seu método deu-nos a primeira idéia sobre o nosso próprio".

No instituto, o novo código só foi adoptado oficialmente em 1854, dois anos após a morte de Braille, provocada por tuberculose em 6 de Janeiro de 1852, com apenas 43 anos.

Na França, a invenção de Louis Braille foi finalmente reconhecida pelo Estado. Em 1952, seu corpo foi transferido para Paris, onde repousa no Panthéon.
Os livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em trevas, que dedicou a sua vida a fazer luz, para enriquecer a sua e a vida de todos os que se encontram privados da visão física.

"A sabedoria está, justamente, em superar as piores condições e realizar o melhor para si e para os outros."

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