Acredito que nada é mais moderno que a boçalidade assintomática de parte da sociedade.
Não tem a ver com escolaridade, dinheiro, poder, berço.
É ditada pelo entendimento superficial do mecanismo político, econômico e social do país.
Alienação e despolitização fazem parte do perfil de parte dos cidadãos.
Vejo o cidadão educado para o mercado de trabalho, o cidadão manipulado pela mídia e pelo sonho de ‘vencer na vida’.
É o cidadão que acredita que miséria é coisa de vagabundo, gente que não gosta de trabalhar, gente que não quer saber de nada.
É a visão de mundo pobre e egoísta; a valorização de quem não deve ser valorizado, desvalorização de quem deve ser valorizado.
É a maneira como entendo a indiferença dos que estão dentro do círculo dos incluídos para com os que vivem fora o círculo, os excluídos.
E falo com certo arrepio de pele:
Vivi fora e dentro do círculo; a linha divisória é do tamanho do abismo.
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