A. Profecia: Is.7:14.
B. Cumprimento: Lc.1:26-33; Mt.1:18-25?
Resposta:
Os evangelistas Mateus e Lucas afirmam que Jesus nasceu de uma concepção virginal. Marcos e João nada dizem a respeito. Mateus tenta “provar”que Jesus foi concebido por uma virgem fazendo uso de Isaías 7:14. Para começo de conversa, as diferenças entre a fonte (Is. 7:14) e a citação (Mat. 1:23) são gritantes. Será de grande utilidade analisarmos ambas em seu contexto e idiomas originais:
Isaías 7:14
לאונמע ומש תארקו ןב תדלויו הרה המלעה הנה (hinneh, ha almah harah, vê-yolêdet ben vê-kara’t shemô Immanuel)
“Eis que a jovem engravidou, e está gerando um filho, e chamará o seu nome Emanuel”
Esta é uma tradução literal do original hebraico. Concordam com esta tradução a BMD (Bíblia Mensagem de Deus) parcialmente e a JPB (Jewish Press Bible, em inglês) totalmente.
Vejamos agora como citou Mateus esta mesma passagem em seu texto grego:
Mateus 1:23
Ίδου ή παρθένος Έν γαστρί έξει καί τέξεται υίόν καί καλέσουσιν τό όνομα άυτου Έμμανουήλ
(idou he-parténos em gastri eksei kai teksetai hyion, kai kalesousin to onoma autou Emmanuel)
“Eis que a virgem concebeu e dá a luz a um filho e chamarão o seu nome Emanuel”
Ίδου ή παρθένος Έν γαστρί έξει καί τέξεται υίόν καί καλέσουσιν τό όνομα άυτου Έμμανουήλ
(idou he-parténos em gastri eksei kai teksetai hyion, kai kalesousin to onoma autou Emmanuel)
“Eis que a virgem concebeu e dá a luz a um filho e chamarão o seu nome Emanuel”
As Diferenças
1. O que o texto original de Isaías diz ser uma “jovem”, Mateus transforma em “virgem”. (Veja item 6, a seguir)
2. O texto hebraico de Isaías define o sujeito da sentença pelo uso do artigo –ה (ha-), e o texto grego de Mateus, também, pelo uso do artigo ή (he). Fica claro então, pelo uso do artigo definido em ambos os textos que a pessoa a quem o texto se refere era já conhecida, isto é, tratava-se de uma pessoa que já vivia nos dias de Isaías. Ao dizer, “a jovem concebeu”, o profeta Isaías estava falando seguramente de alguém que todos ao seu redor já conheciam! Compare: “uma jovem” — qualquer uma; poderia ser qualquer jovem, inclusive com possibilidade de cumprimento futuro. Mas o texto original não diz, como vimos, “uma jovem”, mas sim:
“a jovem” — Era alguém que todos conheciam, uma jovem em particular, com cumprimento imediato para aquela situação.
3. Isaías usa o completo, um tempo verbal hebraico normalmente traduzido como passado, ou quando muito, presente; o profeta, ao dizer: hinneh há-almah harah (“eis que a jovem engravidou”) demonstra que a ação do verbo já se cumpriu em seu próprio tempo. Convém notar que aqui Isaías usa uma construção incomum, inclusive empregando o particípio presente yolêdet (“está gerando”), entendido por alguns como um gerúndio simples. Caso o profeta tencionasse algum cumprimento futuro (como quer o cristianismo), ele teria dito:
ןב הדילוהו המלעה הרהו
(vê-harah há-almah ve-holidah ben)
“E a jovem conceberá e dará luz a um filho”
(vê-harah há-almah ve-holidah ben)
“E a jovem conceberá e dará luz a um filho”
4. A profecia de Isaías 7:14 exige um cumprimento literal, e apenas um cumprimento, pois o uso do artigo pelo profeta impede um “segundo cumprimento”, frustrando assim, os objetivos dos “eruditos” de plantão. Por que a profecia só pode ter um cumprimento ? A resposta óbvia para esta pergunta é que a mensagem de Is. 7:14 era um “sinal”, não para toda a humanidade (como imaginam os cristãos), mas apenas para o rei Acaz:
“Continuou o S’nhor a falar com Acaz dizendo: pede para ti ao S’nhor teu D’us um sinal…Eis que a jovem concebeu e está gerando um filho...” (Is. 7:10-1)
5. O texto hebraico de Isaías diz: “e (ela) chamará o seu nome
Emanuel”. Mateus, por conta própria, afirma: “e chamarão o seu
nome Emanuel”. Deliberadamente, o embusteiro evangelista adultera a Palavra de D’us na tentativa de servir seus propósitos. Isaías diz que é a jovem mãe que chamaria seu filho de Emanuel; Mateus afirma que as pessoas é quem o chamariam por esse nome. Qual a finalidade ? Era intenção de Mateus convencer o maior número possível de pessoas à sua “fé”; para tanto, buscou fazer de seus conversos em potencial, participantes da “profecia”. Dessa forma eles se convenceriam que fatos relacionados à vida de Jesus já haviam sido profetizados nas Escrituras! Mera fraude “piedosa”!
6. Como vimos anteriormente na citação do original acima, Isaías usou o termo hebraico המלע (almah) em seu texto do cap. 7:14. Ocorre que esta palavra jamais significou “virgem”, como quer o cristianismo, especificamente na conhecida citação de Mateus 1:23. Veja como uma obra cristã define o vocábulo המלע (almah):
המלעf., cs. תומלע: mulher jovem (Dicionário Hebraico-Português/Aramaico Português – Sinodal/Vozes, pg. 181)
Como pode-se perceber, o termo almah refere-se não tecnicamente à uma “virgem”, mas sim, à uma “jovem mulher” em idade de se casar, pois o hebraico tem uma palavra especifica para descrever uma virgem: esta palavra é הלותב (betulah)!
Por que Isaías usa o termo “jovem” e não “virgem” ?
Pelo simples fato de que a mulher que já concebeu, não pode obviamente ser mais chamada de “virgem”! Fosse essa a intenção do profeta, ele não teria usado “almah”, mas sim, “betulah”. Isaías conseguia raciocinar melhor que todo o cristianismo, pois não via lógica numa “virgem” concebendo e sendo mesmo após a concepção ainda tratada como “virgem”! Veja como a BLH (Bíblia na Linguagem de Hoje) traduz a passagem de Isa. 7:14 :
“Pois o mesmo Senhor lhes dará um sinal: a jovem que está grávida dará à luz um filho, e porá nele o nome de Emanuel”
(Bíblia Sagrada, NTLH-SBB)
Entretanto, a mesma versão traduz da seguinte forma Mat. 1:23 :
“A virgem ficará grávida e terá um filho que receberá o nome de Emanuel”
É óbvio que os autores dessa versão sabem muito bem que Mateus está citando Isaías 7:14. Entretanto, se compararmos os textos dentro da mesma versão, poderíamos nos surpreender com as diferenças! A mais gritante: “A jovem que está grávida [tempo presente]” (Is. 7:14) passa “num toque de mágica” (e de fraude!) a ser “a virgem que ficará grávida”[tempo futuro]! Vemos aqui toda a desonestidade dos “eruditos”do cristianismo.
A prova definitiva de que “almah” não significa “virgem”
Salomão disse que há quatro coisas que ele não conhecia: “o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma virgem” (Prov. 30:19). O que há em comum entre essas quatro declarações do sábio de Israel ? Note: a águia quando voa no céu, não deixa sinal algum – ela passa, e não podemos dizer que ali ela esteve. A cobra quando passa sobre uma pedra (penha) também não deixa sinal algum – é impossível dizer que o réptil passou por ali. De igual forma, o navio quando passa, também não deixa sinal algum – as águas se fecham na seqüência, e nada pode ser evidenciado. E, quanto ao caminho do homem com uma “virgem”? É claro que temos aqui uma metáfora, falando do relacionamento íntimo do homem com uma mulher. Se a tradução desta passagem da maioria das versões cristãs estiver correta, será que ela faria sentido ? Será que o “caminho do homem com uma virgem” não deixaria “sinal” algum, tal como ocorre com a águia no céu, a cobra na penha e o navio no mar? Sim, há algo de errado com as versões cristãs que traduzem a última palavra desse verso (Prov. 30:19) como “virgem”, pois é evidente que o relacionamento do homem com uma virgem deixa sinais. O fato é que aqui, Salomão não usa a palavra hebraica “betulah”, mas sim, “almah” — Veja o original:
םיתעדי אל עבראו ינממ ואלפנ המה השולש (*) |
(Shloshá hemá nif’lu mimeni, vê-arbá lo yedátim) |
Três coisas me são maravilhosas, e quatro não conheço |
רוצ ילע שחנ ךרד םימשב רשנ ךרד |
(dêrech nesher ba-shamáyim, dêrech nachash alai tsur) |
O caminho da águia no céu; o caminho da cobra sobre a penha |
המלעב רבג ךרדו םי־בלב הינא־ךרד |
(dêrech oniá be-lêv yam, ve-dêrech gêver be-almah) |
O caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma jovem |
(*) Nota: o hebraico é lido da direita para a esquerda. |
E agora? Será que o texto faz sentido? Sim, pois a palavra המלע (almah) não descreve a condição sexual necessariamente; refere-se isso sim, mais à idade da mulher, por isso deve ser traduzida como “jovem”. Vemos então que as quatro declarações de Salomão agora fazem sentido: tal como a águia no céu, a cobra sobre a penha e o navio no mar, o relacionamento íntimo de um homem com uma “jovem” (e não com uma “virgem”!) também não deixa sinais. É óbvio que aqui Salomão não estava pensando numa “virgem”; caso contrário, ele teria usado a palavra הלותב (betulah) e suas palavras não fariam mais sentido!
A Explicação de Isaías 7:14
Já que como vimos, a interpretação cristã de Isaías 7:14 não faz sentido, tratando-se obviamente de uma manipulação, várias perguntas surgem: Quem é a “jovem mulher” a quem o texto se refere? Quem é o “Emanuel”? e, por que o texto diz: “E a jovem engravidou(concebeu)” usando o tempo passado, sendo que esta profecia foi dada por volta de 742 a.E.C.?
Bem, respondamos uma pergunta à cada vez. O contexto do capítulo 7 de Isaías fala acerca das pressões internacionais e das ameaças de invasão do reino de Judá, à partir da aliança entre o reino rival de Israel e a Síria (Is. 7:1). D’us concede ao ímpio rei Acaz um sinal que o faria crer na preservação de Judá, embora o rei conhecesse bem a sua culpa e tentasse se ocultar sob uma capa de piedade, afirmando que não ousaria pedir ao S’nhor um “sinal” (Is. 7:7-12). Diante da recusa de Acaz, o S’nhor D’us concede o sinal à toda casa de Davi, dizendo: “Portanto, o mesmo S’nhor vos dará um sinal: a jovem concebeu, e está gerando um filho, e ela chamará seu nome Emanuel” . Esta frase pareceria estranha para Acaz, caso ele não soubesse de quem se tratava, pois Isaías disse: “a jovem”, e não “uma jovem” qualquer! Outro detalhe importante é o uso que o profeta faz do tempo passado, quem em hebraico pelo menos, é bem claro nesse texto: “a jovem engravidou”, o que determina uma ação já ocorrida naquele tempo, ainda que recentemente. Por estas razões, as evidências apontam para a jovem rainha Abia, esposa de Acaz, até porque sua gravidez era um sinal para a casa de Davi — e, obviamente, o filho que ela estava gerando seria futuramente, rei de Judá. Este filho não era outro senão o bom rei Ezequias, que por haver feito o que era reto aos olhos do S’nhor, e por haver restaurado a verdadeira adoração, ter destruído o inimigo assírio, e por ser da casa de Davi se enquadra perfeitamente no título de Emanuel, que significa “D’us Conosco” (v. II Crôn. Caps. 29-30. O rei Acaz e Abia tiveram outros filhos antes de Ezequias (II Crôn. 28:1-3), o que justifica o uso que o profeta fez da palavra “almah”(jovem), e não “betulah”(virgem) em 7:14!
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Ezequias, “D’us Conosco”
Vejamos agora as características que demonstram claramente que o rei Ezequias é o filho que seria chamado de “Emanuel” (Is. 7:14). Em primeiro lugar, é preciso notar que “Emanuel” não deve ser entendido como nome próprio — e isso, até mesmo o cristianismo concorda, visto que nem mesmo Jesus recebeu esse nome; os cristãos também entendem que “Emanuel”é um título. A diferença é que esses aplicam-no a Jesus, e os judeus, a Ezequias. Pergunta-se: por que os judeus aplicam a Ezequias esse título? A resposta é simples e baseada nas Escrituras Sagradas. Há diversas características da vida de Ezequias que apontam-no como o “Emanuel”. Vejamos a primeira delas.
Quando Senaqueribe, rei da Assíria invadiu Judá, Ezequias demonstrou com palavras proféticas sua confiança no Eterno, D’us de Israel:
וניהלא הוהי ונמעו רשב עורז ומע |
(Imo z’roa bassar, vê-imanu Adonay Eloheinu) |
“Com ele está o braço da carne, mas conosco, o Eterno nosso D’us” |
(II Crôn. 32:8) |
As Escrituras prosseguem, neste mesmo verso afirmando que o povo recobrou ânimo com as palavras de Ezequias. Observe as palavras em destaque azul no texto acima; Elas declaram a quem se aplica o título de “Emanuel”.
Outras características que demonstram que Ezequias é o Emanuel podem ser encontradas num outro texto de Isaías, analisado a seguir.
Por que Ezequias (e não Jesus!) cumpriu Is. 9:6-7 ?
Diz esta passagem:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu…”
Observe o tempo verbal em destaque azul na passagem: tempo passado! Isaías proferiu estas palavras no ano 740 a.E.C., e ao usar os verbos no PASSADO, certamente não estava se referindo a Jesus, que nasceria 740 anos no FUTURO! Fica claro que Isaías estava mencionando outra pessoa, uma pessoa que vivia em seus dias!
Continua o texto:
“O principado está sobre seus ombros…”
Jesus NUNCA foi chamado de “príncipe”no sentido temporal. A acusação que o levou à morte não foi a de se fazer “príncipe”, mas sim, “rei” dos judeus (João 19:4/Mar. 15:26). Quando Isaías escreveu esse texto, Ezequias ainda era um menino, e sendo filho do rei Acaz (II Rs. 18:1), era conseqüentemente um “príncipe”. O que Isaías diz: “o principado está sobre seus ombros” é coerente com a história de Ezequias, pois naquela época, sendo ainda menino, era um “príncipe” e não “rei”.
Quais outros títulos Ezequias receberia?
“Maravilhoso, Conselheiro, D’us Forte, Príncipe da Paz”
Convém notar que os dois primeiros títulos são na verdade apenas um no texto hebraico, a saber, ץעוי אלפ (pêle yoetz) ou, “maravilhoso conselheiro”. Por que Ezequias seria “maravilhoso conselheiro”? Porque ele confiou no Eterno, seu D’us, “de maneira que depois dele não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele” (II Rs. 18:5). Segundo as Escrituras, nenhum outro rei dos judeus foi maior do que Ezequias, antes ou mesmo depois dele! Logo, por mais que Jesus fosse “rei dos judeus” ou que tivesse direito ao trono (o que já vimos não ser o caso!) ele teria sido nada mais do que outro rei qualquer, nada mais do que um simples rei, menor do que Ezequias!
E Jesus? Será que poderia receber o título de “maravilhoso”? Comparemos as vidas de Ezequias e Jesus, para ver quem merece esse título.
“Maravilhoso”
Ezequias
Extirpou a idolatria dos termos de Judá (II Rs. 18:4)
Jesus
Estimulou entre seus discípulos a idolatria de sua própria pessoa, pois disse: “Ninguém vem ao Pai se não por mim” (João 14:6) e, “quem vê a mim, vê ao Pai” (João 14:9)
Ezequias
Confiou plenamente no S’nhor seu D’us (II Rs. 18:5)
Jesus
Não confiou em D’us, pois por que diria, “Pai, afasta de mim esse cálice” (Mat. 26:39) se veio para morrer? ao morrer, por que teria dito, “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” (Mat. 27:46). Isto demonstra fraqueza e falta de confiança em D’us, já que ele cria que esse seria seu destino inevitável.
Ezequias
Guardou os mandamentos da Lei de Moisés, com total fidelidade (II Rs. 18:6)
Jesus
Não guardou os mandamentos da Lei de Moisés, pois disse: “A Lei e os Profetas duraram até João” (Luc. 16:16). Lembre-se que o texto refere-se a João Batista, precursor de Jesus. Logo, ele não poderia ter cumprido algo que durou até ANTES dele! (Para maiores detalhes sobre Jesus e seu comportamento com relação à Lei, veja os caps. deste estudo)
Ezequias
Não serviu aos reis estrangeiros (II Rs. 18:7)
Jesus
Jesus serviu os reis estrangeiros, pois disse: “Daí a César o que é de César” (Mat. 22:21) — desta maneira, ele legitimou a ocupação romana da Judéia. Não é esta a obra do verdadeiro Messias, pois este quando vier, libertará os judeus da opressão dos gentios e congregará os desterrados de Israel (Zac. 12:2-6).
Ezequias
Feriu os inimigos do S’nhor (II Rs. 18:8)
Jesus
Não feriu os inimigos do S’nhor, antes, acovardou-se diante deles, dizendo: “O meu reino não é daqui (terreno)” (João 18:36). Na parábola do trigo e do joio, ele diz que o “campo” onde a semente é lançada, é o mundo (Mat. 13:38) e em Mat. 13:41 ele diz que os anjos virão e colherão do seu reino tudo o que causa escândalo. O que entendemos disso? Que diante de seus ilustres iludidos, o arqui-embusteiro dizia que seu “reino” era o mundo, onde semeia-se e colhe-se. Entretanto, diante das autoridades e dominadores romanos ele, querendo livrar-se da acusação de insurreição política, disse: “Meu reino não é deste mundo”.
Ezequias
Reparou o templo do S’nhor (II Crôn. 29:3)
Jesus
Não reparou o templo do S’nhor — e isso, por dois motivos: O templo estava em perfeita ordem, funcionando em seu tempo, e não havia abominações de idolatria a serem retiradas. Ele entretanto disse que seus seguidores não mais adorariam em Jerusalém, e conseqüentemente no templo sagrado (João 4:21).
Ezequias
Ordenou a reconsagração dos sacerdotes (II Crôn. 29:5).
Jesus
Não ordenou que os sacerdotes se consagrassem ao serviço divino; antes, iludiu e enganou alguns deles, fazendo-os crer em suas mentiras, desviando-os do D’us Eterno (João 12:42).
Ezequias
Fez uma aliança de fidelidade com o S’nhor (II Crôn. 29:10).
Jesus
Ao contrário do que fez Ezequias, a suposta “aliança” que Jesus teria estabelecido não foi baseada na fidelidade ao concerto que D’us havia feito com Israel no Sinai. A chamada “nova aliança” de Jesus buscou eliminar a Aliança Eterna (veja Dan. 7:25).
Conclusão:
1. Como pode Jesus ser o “Maravilhoso” de Is. 9:6-7 se os cristãos aplicam a profecia do “Servo Sofredor”(Is. 53) a ele, e esta profecia diz que o Servo “não tem parecer ou formosura” (Is. 53:2)?
2. Como pode ele ser chamado de “Maravilhoso” se todos os supostos “milagres” e “maravilhas” que Jesus teria operado sempre dependiam do nível de fé das pessoas?
3. Como pode ser ele o “Maravilhoso” sendo que rejeitava a Lei Divina (Torah), pois violava abertamente os mandamentos nela contidos? Como poderia ser chamado “maravilhoso” sendo que não via as maravilhas que procedem da Lei? (Sal. 119:18 e 129)
4. Como pode ser Jesus chamado de “Maravilhoso” sendo que o único que opera maravilhas é o S’nhor D’us (Sal. 72:18; 136:4)? Jesus violou a Lei Divina e sempre a contestava, dizendo: “Ouvistes o que foi dito aos antigos… eu, porém, vos digo…” . As Escrituras dizem que até mesmo a oração daqueles que se recusam a ouvir a Lei é abominável (Prov. 28:9) — quanto mais as pretensas “maravilhas” operadas pelos tais.
5. Como pode ser ele chamado de “Maravilhoso” quando todos os “sinais”que fazia tinham o único e confesso objetivo de desviar a atenção do povo simples do D’us Único e Verdadeiro para ele mesmo? Veja:
“Crede que o Pai está em mim, crede pelo menos por causa das mesmas obras” (João 14:11)
“Jesus operou.. outros sinais miraculosos… estes porém foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo”(João 20:30-31)
“Tenho-vos mostrado muitos milagres procedentes de meu Pai. Por qual destes me apedrejais? Responderam os judeus: Não te apedrejamos por milagre algum, mas por blasfêmia, porque sendo tu mero homem, te fazes D’us a ti mesmo!” (João 10:32-33)
O texto de Deut. 13:1-3 nos adverte contra os falsos profetas que viriam operando “sinais” e “milagres”, buscando com isso desviar a atenção do povo para si mesmos ou para outros deuses. Foi exatamente isso que Jesus fez!
“Conselheiro”
Será que poderíamos facilmente dar o título de “Conselheiro” a Jesus? Que espécie de conselhos ele deu?
1. “Não andeis ansiosos pelo dia de amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo” (Mat. 6:34) — Eis aqui um “conselho” de Jesus sobre a preocupação com o sustento pessoal. Mas, o que diz a Torah?
“Do suor do seu rosto comerás o teu pão” (Gen. 3:19)
2. “Há eunucos que se fizeram eunucos pelo reino dos dos céus; quem puder aceitar isso, aceite-o” (Mat. 19:12) — O que diz a Torah quanto a este “conselho” de Jesus? “Ninguém que tenha se tornado eunuco por acidente ou mutilação entrará na assembléia do S’nhor” (Deut. 23:1)
3. Outro “brilhante conselho” de Jesus:
“Granjeai amigos com as riquezas da injustiça…” (Luc. 16:9)
O que dizem as Escrituras?
“As riquezas granjeiam muitos amigos…” (Prov. 19:4)
“A riqueza nada vale no dia da ira…” (Prov. 11:4)
“Ai daquele que ajunta para si bens mal adquiridos para por o seu ninho no alto, a fim de se livrar das garras do mal” (Hab. 2:9).
4. Que outro conselho deu Jesus aos seus ilustres iludidos?
“Crede em Deus, crede também em mim” (João 14:1)
O que dizem as Escrituras?
“Tirai dentre vós os deuses estranhos. Preparai o vosso coração ao S’nhor e servi a Ele só” (I Sam. 7:3)
No chamado “novo testamento” temos vários exemplos de pessoas iludidas pelos ‘conselho’ de Jesus que passaram a adora-lo como a um deus, esquecendo-se do mais fundamental mandamento da Lei: aquele que diz respeito à idolatria! (Mat. 2:2/15:24-25/João 9:38).
E quanto a Ezequias? Que conselhos deu ele ao povo?
“Consagrai-vos agora, e consagrai a casa do S’nhor!” (II Crôn. 29:5)
“Tirai do santuário a imundícia”(II Crôn. 29:5b)
“Não sejais negligentes…” (II Crôn. 29:11)
“Filhos de Israel! Voltai-vos ao S’nhor!” (II Crôn. 30:6)
“Não sejais como vossos pais…infiéis ao S’nhor” (II Crôn. 30:7)
“Não endureceis vossa cerviz” (II Crôn. 30:8)
“Se vos converterdes ao S’nhor, então acharão misericórdia” (II Crôn. 30: 9)
“Ezequias dirigiu palavras de encorajamento…” (II Crôn. 30:22)”
“Esforçai-vos e tende bom ânimo” (II Crôn. 32:7)
“E o povo recobrou ânimo com as palavras de Ezequias, rei de Judá” (II Crôn. 32:8)
Fica evidente comparando essas passagens com aquelas que dizem respeito a Jesus que somente o rei Ezequias pode ser o “Conselheiro” de Is. 9:6-7.
Deus Forte
Os cristãos dizem que Jesus é o deus eterno, todo-poderoso (Apoc. 1:8 e 17,18). Se isso é assim, como podem dizer que ele é o deus forte de Is. 9:6-7? Será que a expressão “deus forte” pode ter o mesmo sentido de “deus todo-poderoso”? É claro que não! Quem é simplesmente “forte”, não pode todas as coisas, por isso, não é “todo-poderoso”!
Eles então devem decidir se Jesus é o “deus forte” de Is. 9:6-7 ou o “deus todo-poderoso” de Apoc. 1:8 e 17,18! Para o judaísmo, ele não é nem nunca foi nem um, quanto menos o outro!
Como pode Jesus ser o “deus forte” sendo que houve coisas que ele não pode fazer e outras que ele desconhecia? Por exemplo:
o Ele não pode curar certas pessoas em Nazaré (Mat. 13:58)
o Não pode fazer aparecer figos na figueira infrutífera (Mat. 21:18-19). Pelo contrário, tratou de amaldiçoa-la, fazendo-a secar, violando o mandamento que proíbe a destruição de árvores frutíferas (Deut. 20:19-20)
o Jesus disse que a enfermidade de Lázaro não acabaria em morte (João 11:4), o que sabemos não ser verdade, pois Lázaro tinha morrido como o próprio Jesus admite mais tarde (João 11:14)
o Jesus teve fome (Mat. 4:2), sede (João 19:28) e sentiu cansaço (João 4:6) —algo impróprio para alguém que era “deus forte”!
o Jesus desconhecia as Escrituras, citando-as erroneamente diversas vezes (compare Mat. 12:3-4 com I Sam. 21:1-4 etc.) — também algo muito impróprio para alguém que é “deus” e autor das Escrituras!!
Uma advertência a todos os cristãos sinceros: D’us não sofre das mesmas fraquezas humanas !!
O Verdadeiro Sentido da Expressão “Deus Forte”
Enganam-se aqueles que pensam que a expressão “deus forte” de Isaías 9:6-7 refere-se ao D’us Eterno, Único e Verdadeiro. Por que? Simplesmente pelo fato que a palavra “deus” לא (èl) ou םיהלא (`elohim) em hebraico, pode ser aplicada de diversas formas, diferentemente do português. Etmologicamente, a palavra hebraica èl ou `elohim significa um ser poderoso, ou com autoridade, baseada na raiz semita לוא (`ul) significando: ser forte, majestoso ou poderoso. Portanto, estas palavras podem ser aplicadas não apenas ao D’us Todo-Poderoso, como também a homens e anjos. Vejamos alguns exemplos:
הערפל םיהלא ךיתתנ האר השמ־לא הוהי רמאיו |
Va-yiomer Há-Shem el Moshê: Reê netatíkha `elohim le-far”o |
E disse o Eterno a Moisés: Vê tenho te posto como Deus sobre faraó |
Êxodo 7:1 |
Podemos ver por esse texto, que Moisés foi chamado de “Deus” pelo próprio S’nhor! Entretanto, convém deixar bem claro: Moisés não era, nunca foi nem nunca será o D’us Eterno! Ele foi tão somente dotado de autoridade e poder. O que quer que ele dissesse ou fizesse, era como se o próprio D’us Eterno estivesse atuando!
Vejamos mais uma passagem:
…ve-atah tihieh lo le-Elohim |
…e tu lhe serás por Deus |
Êxodo 4:16 |
Em mais essa passagem, Moisés é chamado de “Deus”, dessa vez perante Aarão. Examinemos agora uma passagem dos Salmos:
…vê-techasrehu meat me-Elohim |
…um pouco menor do que Deus (“deuses”) o fizeste |
Salmo 8:5-6 |
Nesta passagem, vemos os anjos sendo chamados de “deuses”, ou “seres poderosos” — compare este texto com Heb. 2:7 para se certificar disso. Na seqüência, mais um texto dos Salmos:
…ani amarti Elohim atem |
…eu disse: vós sois deuses |
Salmo 82:6 |
Como vemos pelo contexto (v. 7) desse salmo, os juízes de Israel também são chamados de “deuses” , elohim em hebraico. O primeiro verso desse salmo mostra o Eterno D’us presidindo a assembléia dos “deuses”, juízes instituídos pela autoridade divina, que, embora recebendo esse título de honra, não julgavam com justiça; por isso, morreriam como homens comuns (Veja também Ex. 22:8-9 e 27 – de preferência no hebraico).
Concluímos então, que o termo “Deus” como entendido pelas Escrituras, é também empregado com relação a seres dotados de grande autoridade, como Moisés, os anjos e os juízes de Israel. Por esta razão, o profeta usou o termo “Deus” em relação a Ezequias na passagem de Is. 9:6-7. Que outro rei de Judá teve mérito maior de ser assim designado? Lembre-se do que ele fez como “Maravilhoso” e “Conselheiro” se comparado a Jesus ou a qualquer outro homem.
E mais: Devemos notar também que o título “Deus Forte” não pode se referir ao D’us Eterno, o Altíssimo — isto porque Ele é sempre chamado de D’us Todo-Poderoso, e não de Deus Forte! Um “Deus” simplesmente “Forte”, não pode ser classificado como o D’us Todo-Poderoso! (Gen.17:1/Ex.6:3/Jó11:7/13:3/21:15/22:3/22:17/29:5/31:35/34:10/34:12/35:13/37:23)
Ezequias, rei de Judá, pode ser chamado de “Deus Forte” porque era uma pessoa de autoridade e poder, e que, ao contrário de Jesus, fez realmente a vontade de D’us. Além do mais, o próprio nome de Ezequias no hebraico, testifica que ele era o “Deus Forte” de Is. 9:6-7. Veja:
Ezequias = (Chiz’kiah)
(chiz’k) – forte, fortalece
(yah) – o S’nhor
Dessa forma, aprendemos que até mesmo o nome do grande rei Ezequias testifica que ele era o “Deus Forte” de Is. 9:6-7, pois que Ezequias significa literalmente, “O S’nhor (D’us) fortalece/é forte”.
Cumprindo ainda o papel de uma pessoa com grande autoridade (“Deus Forte”), o bom rei Ezequias também intercedeu várias vezes por seu povo — por exemplo: quando muitos ainda não estavam preparados para celebrar a Pessach (Páscoa), e quando os assírios ameaçaram o reino de Judá (II Crôn. 30:18-20/II Rs. 19:15-19)
Pai da Eternidade
Note que Jesus no “novo testamento” NUNCA é chamado de “PAI”, mas sim de “FILHO”! (Mat. 4:3/14:33/27:43/Mar. 3:11/Luc. 4:3 e 41/João 1:49/At. 9:20) — Inclusive, na bem conhecida “fórmula batismal” de Mat. 28:19-20, cita-se o “Pai, o Filho e o Espírito Santo”. Nenhum cristão jamais pensou em afirmar que ali, Jesus referia-se a si mesmo quando mencionou o “Pai”. Por que? Pelo simples fato que no mesmo texto aparece o “Filho”, termo que ele mesmo usou inúmeras vezes com relação a si mesmo.
Outrossim, convém notar que a palavra “pai” (av) em hebraico, também significa “ancestral, fonte ou originador”.
Entendemos que Ezequias é o “pai (originador, fonte) da eternidade” de Is. 9:6-7. Mas, eternidade do que ? Vejamos o contexto restante da passagem:
“Do incremento deste principado e da paz, não haverá fim…”
Isaías 9:7
O que isto quer dizer? A passagem mostra que, à partir do reinado de Ezequias, a linhagem davídica que finalmente traria o Messias seria preservada para sempre —- por esta razão ele é denominado “pai da eternidade”, o preservador da linhagem da casa de Davi, uma fortaleza de fidelidade ao S’nhor em meio à aberta apostasia de seus contemporâneos. Na seqüência do texto, vemos o “incremento” do principado de Ezequias, isto é, o Messias, reinando sobre o trono de Davi para sempre! E já que foi mencionado em Is. 9:6-7 o “trono de Davi”, cabe lembrar que Jesus não tem direito a ele, uma vez que descende de Jeconias (v. Jer. 22:28-30/Mat. 1:11) – Jesus está EXCLUÍDO da linhagem messiânica para sempre!
Príncipe da Paz
Os cristãos de forma geral, gostam de se referir a Jesus como o “Príncipe da Paz”; entretanto, para nós, é fundamental que observemos se o caráter e as atitudes de Jesus promoveram ou poderiam promover a paz. Vejamos o que ele disse e fez.
- “Não penseis que vim trazer paz à terra, NÃO VIM TRAZER PAZ, mas a espada!” (Mat. 10:34)
- “Vim lançar FOGO na terra!” (Luc. 12:49)
- “Quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e MATAI-OS na minha presença!” (Luc. 19:27)
- “E orando, não useis de vãs repetições COMO OS GENTIOS” (Mat. 6:7)
- “Insensatos e cegos…cheios de rapina…sepulcros caiados” (Mat. 23:19,25,27)
Temos aqui, notáveis exemplos de Jesus como “Príncipe da Paz”! Ele disse que não veio para trazer a paz, mas sim, a espada; disse ter vindo para “lançar fogo à terra” e matar os “incrédulos”. De forma idêntica, ele preconceituosamente rotula os gentios como ignorantes e destituídos de quaisquer qualidades (o interessante é que Paulo diz que Jesus veio para “derrubar a parede de separação” que supostamente existia entre judeus e gentios! (Ef, 2:11-15); por fim, critica asperamente os líderes do judaísmo, fazendo o cristão mediano pensar que todos eles não passavam de uma corja de aproveitadores e falsários da Palavra de D’us. Quanto a esta última acusação de Jesus, veremos logo a seguir quem era verdadeiramente o aproveitador e falsário!
Seriam essas atitudes compatíveis com alguém que receberia o título de “Príncipe da Paz”? Usemos do bom senso!
Por que Ezequias é o “Príncipe da Paz?
Porque ele promoveu a paz entre as tribos de Israel, buscando uni-las no cumprimento dos mandamentos do S’nhor (II Crôn. 30:1-27); nos seus dias, muitas nações foram invadidas e completamente devastadas pelos assírios; o reino de Judá, entretanto, teve paz todos os dias de Ezequias (II Crôn. 32:22-23). Fica evidente então, que o reinado de Ezequias é um bom símbolo do futuro reino messiânico, onde haverá paz abundante e onde finalmente as tribos de Israel estarão unidas para sempre num concerto de paz (Is. 11:1-12/Ez. 37:21-28)
Conclusão
Abrimos esse longo “parêntesis” sobre Is. 9:6-7 porque acreditamos que esta passagem pode esclarecer muito a respeito do Emanuel de Is. 7:14. Pois bem: de posse de todas as informações sobre essa passagem, agora basta que examinemos Isaías 7:15 — sendo esta porção o chamado “golpe de misericórdia” sobre quaisquer tentativas de colocar Jesus como o “Emanuel”!
“Manteiga e mel comerá até que saiba rejeitar o mal e escolher o bem. Na verdade, antes que este menino (o “Emanuel”) saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra ante cujos reis tremes de medo será desamparada”
Muito bem: sabemos que tanto os verso 14 quanto o 15 de Isaías 7 foram dirigidos a Acaz, o ímpio rei de Judá na época (Is. 7:10). A terra ante cujos reis Acaz tremia de medo era a Síria, agora em aliança com o reino rival de Israel (Is. 7:2). Entretanto, a promessa divina é que, antes mesmo que o menino que serviria de sinal para Acaz e toda a casa de Davi (o Emanuel) soubesse distinguir o mal do bem, os inimigos seriam destruídos e desamparados. De fato, Rezim rei da Síria seria mais tarde morto por Senaqueribe (II Reis 16:9), e o reino de Israel acabaria sendo levado para o exílio entre 730-722 aEC (II Reis 17:22-23).
Se Jesus então é o “Emanuel” de Is. 7:14, também o é no verso 15! Como então poderia se cumprir o verso 15 em sua vida? Convém notar que o “Emmanuel” era um sinal apenas para Acaz e para a casa de Davi e não para todo o povo! O que significaria Jesus para Acaz e para a casa de Davi naquela época? Nada! Que nações foram desamparadas antes de Jesus conhecer o bem e o mal? Nenhuma! Entretanto, todos esses detalhes se encaixam perfeitamente na vida de Ezequias, o grande “Emmanuel” de Is. 7:14-15.
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