segunda-feira, 21 de maio de 2012

O fascínio dos grandes reis pelas feiticeiras


O arquivo da humanidade contempla histórias de grandes de reis do passado que se envolveram intensamente com feiticeiras. Homens que foram de encontro a tudo e todos ao se relacionarem com tais mulheres e até mesmo foram considerados traídores de seus povos por isto. A história de envolvimento em mais evidência é a do Rei Salomão; do qual, inclusive, muitos cristãos chegam a duvidar da salvação. Homens que abdicaram de suas obrigações religiosas e políticas com o seu próprio povo e seguiram unicamente a sua vontade ao se envolver com mulheres dadas a certas práticas espirituais; que renegaram a tradição, rejeitaram os costumes e nada mais viam do que estas mulheres, que os fascinavam de uma forma que nenhuma outra mulher poderia fazer. As mulheres mais belas e das mais altas castas não eram, literalmente, vistas por estes homens, que apenas viam as feiticeiras e nenhuma outra mulher mais queriam.
Isto não ocorria por acaso e existem motivos pelos quais os grandes reis do passado, alguns dos maiores e melhores homens que já pisaram neste planeta de pantomimas, se interessavam por estas mulheres. O interesse não era meramente um interesse, mas um fascínio. O fascínio que faz não ver mais coisa alguma em sua frente a não ser o objeto de seu desejo pelo qual move seus esforços mais sinceros. Homens que com todo o seu poder, riqueza e sabedoria cobiçavam mulheres estranhas às suas origens e que ao mesmo tempo em que não tinham absolutamente coisa alguma, tinham absolutamente tudo. Mulheres que tinham tudo aquilo que as outras mulheres, desde as mais belas às mais ricas, poderosas e bem nascidas não tinham e aí está o motivo pelo qual estes homens eram fascinados por estas mulheres: elas tinham o que eles queriam em uma mulher e as outras mulheres não tinham. E vice-versa.
Houve um tempo em que os reis eram magos. O ignorante completo acredita no acaso e acha que as pessoas simplesmente nascem pobres ou ricas e perfeitas ou imperfeitas. O menos ignorante até não acredita no acaso, mas a religiosidade lhe atiça a acreditar que as pessoas nascem em determinadas posições meramente para experimentá-las, como se a Providência Divina fosse imbecil a ponto de colocar um débil mental para ser um rei meramente para que ele experimentasse como é ser um rei. Nos tempos antigos reis eram reis porque faziam parte da mesma egrégora espiritual que estava no poder. Ao contrário do que dizem os religiosos espiritualistas, nem todos estão sujeitos à aplicação das leis cósmicas. É possível transcender a aplicação das leis espirituais por determinados meios e é isto também que demonstra o nível de evolução espiritual de uma pessoa, como os efeitos da transcendência da lei da reencarnação.
Os grandes reis eram grandes porque eram sábios e eram sábios porque eram voltados à espiritualidade. Nenhum ser humano que não seja voltado à espiritualidade é sábio. Todos os grandes filósofos gregos eram místicos. Não existe sabedoria sem conexão com o plano espiritual. O conhecimento intelectual limita-se às formas efêmeras da Terra e o conhecimento espiritual abrange os princípios imutáveis que regem o universo. Sendo o visível a manifestação do invisível, aqueles que tinham poder no plano espiritual o tinham também no plano material. Toda pessoa evoluída espiritualmente sabe quem é no plano espiritual e é no plano material, independentemente das dificuldades, o mesmo. Um espírito que é quem é no plano espiritual será no plano físico o mesmo em princípio e assim os grandes reis do passado não se seduziam pelas coisas terrenas, como fazem os espíritos pobres que se chafurdam nas insignificantes efêmeras coisas da matéria.
Os reis que eram magos viviam com plena consciência do plano espiritual, da sua missão na Terra e da insignificância das coisas terrenas comparadas às espirituais. A lei da atração é demonstrada nos relacionamentos que tinham estes reis com as feiticeiras; pois ambos viviam no mesmo mundo e por isso se atraíam. Reis e feiticeiras viviam juntos duas vidas iguais em dois planos diferentes, material e espiritual, esse onde, de fato, tudo de verdadeiro ocorre. Tais reis se fascinavam pelas feiticeiras porque estas tinham a mesma essência de vida e por mais que existissem os casamentos a título de compromisso social e para continuar a dinastia se envolviam clandestinamente, ou não, com tais mulheres, que se tornavam suas amantes e eram protegidas como tesouros, sendo tratadas até mesmo como algo sagrado, como o caso das feiticeiras que serviam de oráculo. Naturalmente a conexão resultava em relacionamento amoroso.
Bastar ver como são os relacionamentos das pessoas e fica claro porque reis magos eram fascinados por feiticeiras. A pequenez, futilidade, insignificância e mesmice das pessoas refletem diretamente nas pessoas com quem se relacionam e também no significado dos seus relacionamentos. Uma pessoa que se relaciona com uma pessoa patética também é patética, assim como uma pessoa que se relaciona com uma pessoa medíocre também é medíocre. Os iguais se juntam. Derrotado com derrotada, fraco com fraca, imbecil com imbecil e covarde com covarde. Uma pessoa verdadeira e honestamente voltada à espiritualidade jamais vai se envolver com uma pessoa que não seja verdadeira e honestamente voltada à espiritualidade. Quem se diz espiritualizado e se relaciona amorosamente com uma pessoa qualquer está mentindo, pois, de fato, também é uma pessoa qualquer. Reis magos se relacionavam com feiticeiras pois eram em essência de busca iguais.
Uma pessoa voltada à espiritualidade não tem o que fazer em um relacionamento amoroso com uma pessoa que não seja voltada à espiritualidade. Uma verdadeira feiticeira, não estas palhaças que andam por aí estereotipando-se vivendo no “Olhem pra mim, eu sou uma bruxa e faço bruxarias.”, que tem a espiritualidade latente e pulsando em suas veias, jamais vai querer algo com um homem que não expresse os efeitos do desenvolvimento espiritual acentuado, pois ela expressa os efeitos do desenvolvimento espiritual acentuado. Um verdadeiro rei mago, que exerce certas funções no plano espiritual e por vezes no material, não tem o que fazer com uma mulher incapaz de potencializar pela união a sua conexão com o que para ele realmente importa: a espiritualidade. No Amor, a única mulher que tinha algo a oferecer a um rei mago era a feiticeira e o único homem que tinha algo a oferecer para uma feiticeira era o rei mago. E ainda hoje é assim.
Quando me refiro a reis magos, de semelhante modo às feiticeiras, não me refiro aos palhaços “Olhem pra mim, eu sou um mago e faço magias.”, tampouco a todos os reis ou pretensos magos que já existiram, mas aqueles que fazem parte da egrégora espiritual dos que nos tempos antigos vieram à Terra e assumiram liderança política e religiosa conjuntamente. Tantos os reis magos como as feiticeiras por serem quem são querem o que querem. Pessoas bonitas, ricas, inteligentes, legais, engraçadas, honestas, fiéis e honradas têm de monte no mundo, mas para a pessoa voltada à espiritualidade isso pouco importa, pois é da matéria e o que importa é a relação e a conexão com o plano espiritual. A espiritualidade é um trabalho e quando um rei, que é mago, encontra uma feiticeira, que também o encontra, ambos juntos realizam um trabalho, da ligação entre mundos e realizam prodígios juntos, o que não fariam com outras pessoas.
Um homem que tinha tudo neste plano, poder, riqueza, sabedoria e mulheres, e cuja evolução espiritual fazia com que não fosse seduzido por qualquer coisa terrena, não iria querer uma mulher comum voltada às coisas materiais igual a tantas, mas aquela que transcendia ao que é da matéria e cujo contato íntimo com o plano espiritual lhe fazia viver constantemente neste plano o que há no outro. Era através do relacionamento amoroso com a feiticeira, da comunhão de altos níveis de evolução, que o rei, que já era mago, conectava-se mais ainda ao plano espiritual; o local onde realmente exercia suas funções porque sabia que era o que importava. As feiticeiras, de mesma forma, não querendo nada menos que o melhor, cobiçavam os reis, os homens mais cobiçados. A verdadeira feiticeira aceita desafios e conquista o que e quem quer e jamais vai querer um homem só porque é mais fácil, conveniente ou porque está em sua zona de conforto.
Na relação entre os grandes reis do passado, que eram magos, e as feiticeiras a união entre os dois mundos acontecia. A barreira que separa o mundo visível do invisível era subjugada pela força da união dos dois pólos e reis e feiticerias, juntos, viviam o regozijo constante de viver no plano material o que viviam no plano espiritual. O rei mago não precisava da feiticeira para exercer sua espiritualidade e a feiticeira não precisava do rei mago para exercer a sua, mas juntos alcançavam o algo a mais e pela força da união potencializavam tudo de uma forma diferente, a capacidade de fazer descer o céu e subir o inferno, tornando-se mais ainda, pela união e pela prática espiritual, plenamente conhecedores de suas potencialidades e capazes de usá-las. Cada um possui um rio que corre dentro de si e quando um rei mago e uma feiticeira se encontram estes rios se tornam um oceano que não cabe em um planeta. Isto é magia.

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