Por: Geraldo José Chaves
Todas as vezes que leio os jornais tenho ataques repentinos de raiva. Hoje resolvi fazer um desabafo. Um desabafo de um brasileiro injuriado, engasgado, espoliado, insultado e enganado.
Para fazer um desabafo despreocupado, autêntico, que exprima exatamente o que estou sentindo, resolvi deixar de lado as frases bonitas e o português escorreito, com o cuidado, todavia, de evitar usar a mesma linguagem chula que o ex Presidente Lula da Silva usa em suas fastidiosas “palestras” ou nas longas e entediantes arengas a que ele orgulhosamente chama discursos.
Vamos ao desabafo.
Quase tudo que se faz neste país hoje em dia é feito de forma fraudulenta ou na base da esperteza. É o que nos dizem diariamente os jornais (todos os que circulam no país). A situação ficou insuportável diante de tanto descaramento, tanta hipocrisia, tanta mentira, tanta perfídia e tanta safadeza dos políticos (em todos os níveis), independentemente se são da situação ou da oposição, se são da esquerda, do centro ou da direita.
É bem verdade, porém, que no Brasil não existem políticos nem partidos de direita, nem esquerda, nem centro. Existem políticos e partidos oportunistas, adesistas e casuístas. O PMDB, dentre outros, é um exemplo clássico do que estou dizendo.
O quadro brasileiro de hoje leva-me a concluir que está muito difícil encontrar um político realmente honesto. Ou são delinqüentes por comissão ou o são por omissão. Os políticos da chamada situação (aqueles que participam do governo ou de sua base de sustentação) se aproveitam do poder para encher suas burras, e as de seus filhos, parentes e amigos, com o dinheiro do povo, contando, para tanto, com o beneplácito, o apoio e a participação de governantes e de políticos da oposição. Estes, por sua vez, se omitem, ou porque precisam se preservar no futuro ou porque se contentam com algum “plus” que vem do governo, seja em forma de empregos para esposas, maridos, amantes ou afilhados, seja em espúrias negociações de emendas orçamentárias, ou porque já estão dentro da panela do “mensalão”.
É a política do é dando que se recebe; do toma-lá-dá-cá. Promiscuidade total! A falácia oposicionista feita pela imprensa é só da boca pra fora.
Toda a administração pública (a do Brasil não merece ser escrita com letra maiúscula) está contaminada e comprometida até a raiz do cabelo. É só ver as manchetes diárias dos jornais.
Estamos órfãos. Não temos a quem recorrer. Vejamos alguns exemplos.
O Supremo Tribunal Federal, que deveria ser o último bastião da segurança jurídica, o esculca intérrito da nossa claudicante democracia, resolveu escarrar na Constituição Federal ao invés de protegê-la.
Vergonhosamente, a Suprema Corte decidiu que o país pode servir de couto para criminosos internacionais. Da mesma forma, cedeu diante das imposições e das ameaças do “movimento gay”. Neste particular, não se pode compreender como os ministros resolveram ignorar o texto constitucional, que diz que somente a união entre um homem e uma mulher pode formar uma família. Por que razão o STF decidiu o caso de forma tão estranha e afrontosa ao texto constitucional?
As verbas da Polícia Federal foram criminosamente cortadas ou contingenciadas. Por isso, as investigações estão prejudicadas. Quem sai ganhando?
O Ministério Público apequenou-se diante do poder estatal e do peso político de alguns criminosos. Suas intervenções já não assustam os facínoras de colarinho branco, nem mesmo os sem colarinho.
Não há governo que consiga sobreviver após perder a autoridade. E que fique bem claro: autoridade não pode ser confundida com autoritarismo. Menos autoridade, mais autoritarismo. Sem autoridade para governar, só resta ao governo apelar para a prática da autocracia. Por isso, quando qualquer profissional de imprensa ousa criticar o governo é logo demitido. O mesmo acontece com dirigentes de empresas privadas que contrariam o império.
No Brasil, não são os setores produtivos da sociedade que elegem o governo. Estes apenas o mantêm com ricas e polpudas propinas, garimpadas dos superfaturamentos nas obras públicas, e com doações para campanhas eleitorais. E viva o caixa 2! Aliás, o próprio ex Presidente Lula da Silva admite que caixa 2 é prática comum na política brasileira, inclusive no seu Partido. Isso me lembra que Lula foi subproduto do maior estelionato eleitoral que já se praticou neste país
Nosso destino está sendo decidido pelas minorias, por analfabetos, índios, gays, pelo famigerado MST, por ONGs suspeitas, pelo pessoal da bolsa esmola, da bolsa vagabundagem, da bolsa ociosidade, da bolsa preguiça etc.
É conveniente para o governo que o número de analfabetos aumente todos os anos – é garantia de voto certo, pois, sem instrução, essas pessoas são mais facilmente iludidas e enganadas e acreditarão em tudo que dizem os espertalhões -. Vieram delas os votos que decidiram a eleição em favor do apedeuta e de sua sucessora.
Quando José Ribamar “Marimbondos de Fogo” Sarney fez a lei que concedeu cotas aos negros, deveria tê-las concedido também aos brancos pobres que não podem pagar uma faculdade. Mas a hipocrisia não permitiu que assim se fizesse. O resultado foi o recrudescimento da discriminação racial.
Em todos os países sérios do mundo, os povos negros - ou afro-descendentes como querem aqui no Brasil - concorrem em igualdade de condições com os demais. Por qual razão, no Brasil, eles precisam ser tutelados?
A grande massa popular da classe média, escorchada e esfolada pelas mais altas taxas de impostos do mundo e pela falta de políticas públicas, está jogada na sarjeta do abandono oficial.
Faltam ao governo inteligência e honestidade. Em compensação, sobram incompetência e malandragem em todos os escalões. E quando falo em governo, não me refiro apenas ao Poder Executivo. Refiro-me ao SISTEMA como um todo. Isto é resultado da ideologização e da partidarização das indicações para cargos públicos, que não levam em conta o mérito ou a competência. Interessa apenas se o candidato compartilha da mesma ideologia da classe governante, se pertence ao partido que está no poder ou a um dos que formam a base de apoio do governo. O indicado pode ser o mais perfeito idiota. Não importa, desde que diga amém às vontades dos poderosos. É a política do compadrio deslavado, do cambalacho desmedido e da falta de vergonha. Qualquer imbecil ou analfabeto se acha no direito de ocupar cargos públicos, desde que, é claro, não tenha que se submeter a concursos.
Recentemente, a imprensa divulgou que quarenta e cinco mil brasileiros perdem a vida anualmente nas estradas, vítimas do péssimo estado de conservação das rodovias (pena que não tenha sobrado ninguém no DNIT para dar explicações).
Vinte milhões de crianças estão nas ruas, desamparadas, sem escola, sem saúde, sem orientação, fazendo uso de todo tipo de droga e se doutorando na criminalidade. Enquanto isso, filhos de políticos - alguns deles donos de empresas de fundo de quintal – em determinado momento anoitecem pobres e, inexplicavelmente, antes do raiar do dia já estão milionários.
As mortes nas filas dos hospitais ocorrem diariamente, ano após ano, sem que haja alguém para tomar uma providência séria.
Todos os anos, milhares de pessoas morrem de doenças infetocontagiosas por falta de tratamento. Os hospitais públicos, normalmente, não dispõem de leitos suficientes, nem de equipamentos modernos e, muitas vezes, nem mesmo de luvas cirúrgicas ou de material de limpeza, sem dizer que o número de médicos é absolutamente insuficiente para atendimento das pessoas que necessitam de tratamento.
As empresas ligadas à área da saúde, apesar de algumas medidas oficiais, de reconhecida ineficácia, deitam, rolam e fazem o que bem entendem sem que o governo demonstre a mínima vontade para colocar um termo no “oba oba”. O grande prejudicado é o segurado.
Não há uma obra pública no Brasil que não esteja superfaturada ou que não coloque um político ou um dirigente público na lista dos suspeitos.
Não passa um dia sem que haja um “apagão” na rede elétrica, em algum lugar. O país não vive uma hora sem que estoure um escândalo em algum órgão público. As empresas de telefonia fazem o que bem entendem e tudo continua como antes no “quartel de abrantes”. O atendimento e as condições de conforto e segurança das companhias aéreas brasileiras são as piores do mundo, e viajar de avião tornou-se uma odisseia de alto risco. O governo criou a ANAC. Aí, a coisa desandou de vez. Os bancos estão acima do bem e do mal. Os banqueiros, enquanto banqueiros, simplesmente ignoram certas leis e tudo fica como está.
O governo diz que somos autossuficientes em petróleo, mas a Petrobrás nos enfia goela abaixo o combustível mais caro do mundo. Mas nos países importadores, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e outros, o combustível que é aqui produzido lá é vendido por menos da metade do preço que aqui o consumidor brasileiro é obrigado a pagar. Acresce dizer que naqueles países não se adiciona etanol à gasolina. É a verdadeira máfia oficial dos combustíveis em plena atividade no território nacional!
Quando chega a época das chuvas, centenas de pessoas morrem todos os anos nas enchentes ou nos deslizamentos, vítimas inocentes do abandono, da incompetência, da incúria, da imprevidência e da omissão.
O país está se deteriorando e se tornando cada vez mais dependente do capital externo, mas o palavroso Ministro da Fazenda vai quase todos os dias à televisão para dizer que tudo vai bem, isso quando não é desmentido publicamente pela chefa do governo.
Não há recursos para solução dos graves problemas que afetam a nação, só há verba para financiar a corrupção, que consome bilhões de reais por ano, dinheiro que poderia ser aplicado na saúde, na segurança e na educação do povo.
No poder judiciário, juízes concedem liminares a torto e a direito, muitas vezes sem avaliar as consequências. O ex-Presidente Lula só sabe falar errado e Ministro da (des)Educação acha que as nossas crianças também devem aprender a falar do mesmo modo. Como se isso não bastasse, ele quer, agora, distribuir “kit gay” nas escolas. Pelo andar da carruagem, não está longe o dia em que, se depender de decisão do STF e do Ministro da (des)Educação, com certeza irão nos obrigar a ser gays.
Não vou falar da impagável dívida interna, herança maldita de governos anteriores. Prefiro lembrar da dívida moral que o governo tem para com o povo brasileiro, há anos vítima do abandono e do descaso.
O crime cobra pedágio e estabelece limites territoriais por onde o povo pode circular. Todo mundo se cala diante do caos. Mesmo os grandes formadores de opinião, como a igreja católica e as evangélicas, estão se omitindo, e quem cala consente. A católica, porque se acomodou e não quer se indispor com o governo; as evangélicas, porque só pensam em engordar suas contas bancárias, e, juntas, temem que venha uma lei para lhes obrigar a pagar impostos.
Nos meios de comunicação, nada é diferente. As obesas verbas de publicidade permitem ao governo manter o mais perfeito rigoroso controle sobre a mídia. A desconfiança e a malandragem no país chegaram a tal ponto que, às vezes, negamos uma esmola a um mendigo, com receio de que o pedido seja uma armadilha.
Diante de tanta incompetência, de tanta desonestidade, de tanto descaso, é possível antever o fiasco que o país viverá na Copa do Mundo e nas Olimpíadas que serão realizadas na “pacata” cidade do Rio de Janeiro.
Quando o ex Presidente americano Bill Clinton preparava-se para vir ao Brasil, o seu Embaixador, num relatório enviado à Casa Branca, disse que aqui a corrupção era endêmica. Houve uma grita geral, mas ninguém provou que o Embaixador estava errado.
Recentemente, o atual Embaixador americano junto ao governo brasileiro colocou em dúvida a honorabilidade e a seriedade da Assembléia Distrital de Brasília. Nenhuma voz se ergueu para protestar.
O Embaixador tinha razão! A verdade não admite argumentos contrários nem vozes discordantes!
O povo brasileiro deixou de ser um povo pacífico. Agora é um povo passivo, apático, indiferente e carente de livre-arbítrio. É uma pena! Mas ainda há tempo, minha gente! Nosso grande mal é o excesso de tolerância. Somos glandular e organicamente tolerantes. Estamos aprendendo - e até já estamos nos acostumando - a conviver com a desfaçatez, com a inércia, com a negligência, com o engodo, com a perfídia, com a mentira e com a malandragem das excelências de terno e gravata.
Em todos os países sérios do mundo, o Parlamento é respeitado e visto como o palácio da cidadania. No Brasil, pelo que se vê todos os dias, Senado, Câmara Federal, Assembléias Legislativas e Câmara de Vereadores - infelizmente, devo reconhecer - são dispensáveis porque não cumprem os objetivos para os quais foram criadas. Não precisamos de políticos desse quilate!
Pelo menos se poderia diminuir o número de senadores, de deputados federais, estaduais e de vereadores. A nação sairia ganhando, e ficaria agradecida, porque haveria menos saqueadores. Até quando iremos suportar? Recuso-me a crer que nos tornamos incapazes de reagir, de dar um basta em tudo isso.
Não podemos mais aceitar que os ladrões tripudiem sobre nossa honra e nossa dignidade. Basta! Estou com vergonha de mim mesmo. Sinto vergonha pelos meus filhos, pelos meus netos e por todos os netos brasileiros que irão nascer e herdarão este país. Que juízo eles farão dos seus avós, que permitiram que a situação chegasse a tais extremos?
Evito circular pela Praça dos Três Poderes porque sinto vergonha. Não participo de nenhuma solenidade oficial porque sinto vergonha. Evito cumprimentar políticos, e deles procuro me manter distante porque sinto vergonha. Não entro em repartições públicas, a não ser quando estritamente necessário, porque sinto vergonha.
Encerro aqui este desabafo porque estou sentindo vergonha por todas as verdades que fui obrigado a dizer. Vamos dar o grito dos espoliados: BASTA!
Geraldo José Chaves
Delegado de Polícia Federal,
aposentado, espoliado e enganado
Geraldo, muito bom o texto!
ResponderExcluirSERIA OTIMO QUE UM METEORO CAISSE NO MUNDO MESMO, JA NAO SOMOS MERECEDORES DE VIVER NESTE PLANETA, CADA DIA MAIS HIPOCRITA, MENTIROSO E NEGLIGENTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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