A felicidade é tema bastante discutido e difícil de definir. Alguns
acham que felicidade independe das circunstâncias e do meio que o
rodeia. Enquanto outros acham que tem a ver com o possuir bens
materiais; ainda existem os que negam a sua existência.
Alguns filósofos e cientistas se debruçaram nesse tema e definiram a
felicidade.O cientista Albert Einstein, disse que se alguém quer viver
uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem às coisas. Já
felicidade para o filósofo Sócrates, é livrar-se das coisas materiais e
isso só poderá ser feito através do conhecimento de si mesmo.
Nas sociedades primitivas, a felicidade estava condicionada à
satisfação das necessidades básicas como comer e gozar o momento
presente. Na Idade Média felicidade é a certeza da vida eterna apesar
das agruras da vida. Partindo da impossibilidade de alcançar a
verdadeira felicidade aqui na terra, a ética cristã transfere sua
obtenção para um mundo ultra-terreno. A felicidade só pode ser obtida no
céu, como compensação da infelicidade terrena. Deste modo, uma
felicidade ideal e ilusória vem substituir a felicidade terrena e real.
É com Max Weber que se inaugura uma nova ética para a justificação do
capitalismo quando afirma que Deus se agrada com a prosperidade
material e consequentemente com a felicidade do homem. Essa justificação
da prosperidade material dá início a uma nova visão em relação à
aquisição de bens materiais sem cair na maldição da Igreja Católica
Medieval.
Numa sociedade capitalista há um forte apelo em adquirir o objeto
desejado como condição básica de satisfação do eu. O sistema capitalista
coisifica as pessoas, mede-as quantativamente e despe-as dos valores
morais e éticos antes prioritários agora passam para o plano secundário.
O pensamento ético moderno, particularmente o dos filósofos
iluministas e materialistas franceses do século XVIII, sustenta o
direito dos homens serem felizes neste mundo, mas concebe a felicidade
num plano abstrato, ideal, fora das condições concretas da vida social.
Tais pensadores esqueciam o fundamento aristotélico de que o homem
necessita de condições concretas para sua felicidade. Essas condições,
todavia são escassas numa sociedade materialista e competitiva como a
capitalista onde muitas vezes o sucesso independe do talento, da
criatividade e da formação intelectual.
Felicidade tem uma concepção subjetiva; para um capitalista significa
acumular riquezas; já para um socialista-comunista, o ideal é
reparti-la; para um índio é satisfazer as suas necessidades básicas;
para um estudante, a felicidade seria construir conhecimento; para um
analfabeto, saber ler e escrever; para um colecionador, completar a sua
coleção; já para um amador iniciante, ter a primeira peça e assim por
diante. Nessa linha de raciocínio, infere-se que o ser humano entende a
felicidade como a satisfação do eu.
Assim felicidade é uma construção cultural, algo relativo e
subjetivo, pois depende, incondicionalmente, da visão de necessidade de
cada pessoa. No sistema capitalista a prioridade é para as necessidades
momentâneas e materiais (O celular de última geração, a TV de LCD, o
carro do ano, roupa da moda, um corpo perfeito) em detrimento de valores
éticos e morais.
No mundo atual, afetado por uma lógica do capitalismo selvagem, temos
mais de dois bilhões de pessoas que estão totalmente excluídas da
possibilidade de gozar da felicidade. Excluídas pela má distribuição de
renda, por uma política suja e corrupta, pela falta de oportunidade de
um Estado ausente em relação às necessidades dos cidadãos que pagam seus
impostos em dia...
Felicidade é possível; só depende que concepção se tem dela.
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