por: Roberto Lazaro Silveira
Caros amigos, encontrei este texto na grande rede mundial de
computadores e gostaria de apresentar-lhes já que quem apresenta
apresenta alguma coisa a alguém…. Então direta e indiretamente boa
leitura, o texto parece que foi escrito por um gênio. A fonte é citada
no final do artigo, oportunidade de serem abençoados por outros textos
do mesmo autor. Boa leitura.
“Espanta-me a situação da saúde no Brasil, a medicina passa por uma
grave crise existencial. O cenário atual é deprimente e não adiantam
chorumelas, os doutores são os principais vilões desta tragédia. A
classe sustenta que a democratização da medicina é responsável pela
crise.
Médicos atribuem a falta de tempo para assistir os pacientes às
árduas jornadas de trabalho a que são submetidos, em tese, para
garantirem a manutenção da dignidade de seus proventos. Pelo contrário!
Sujeitam-se à irresponsável maratona por ganância, e o problema também
não é falta de tempo, é falta de compromisso com a profissão.
Aos menos favorecidos, resta o famigerado Sistema Único de Saúde.
Madrugadas em claro são necessárias à obtenção de uma chance: a
disputada senha para o atendimento. Tendo êxito, passa-se à etapa
seguinte, a agonia da espera sem fim. Se atendidos, pioram, pois, à
enfermidade soma-se a angústia frente ao desprezo por sua pessoa.
Uma medida desesperada é a adesão ao sistema de saúde espiritual,
milhares de crentes rogam pela cura, enquanto o Estado assiste, inerte,
ao lamentável desfecho.
A classe média se rendeu aos planos particulares de saúde. Além da
sufocante carga tributária, o contribuinte viu-se obrigado a bancar uma
assistência privada. Este fenômeno deve ser a tal democratização da
medicina, citada pelos doutores como a vilã do sistema de saúde. Porém, o
“Novo SUS” dos emergentes já nasceu fadado ao fracasso.
Privatizar a saúde em Pindorama – o país do jeitinho – sem agências
reguladoras sérias, nunca vai funcionar… Como ganham por carimbos em
prontuários, montam suas próprias linhas de produção de atendimentos.
Dezenas de pessoas se amontoam nos consultórios, enquanto aguardam, por
horas, um despacho no receituário.
E quando estes missionários do capital conseguem o primeiro milhão,
passam a sacanear com o sistema. Consulta pelo plano? Só na próxima
primavera… Manipulam as regras forçando o enfermo a pagar pelo serviço
pela TERCEIRA vez. E no mais esculachado estilo “uma mão lava a outra”,
caridosamente, dão descontos no atendimento sem recibo.
Se precisar pagar por um atendimento complexo e de urgência,
prepare-se para habitar a base da pirâmide de renda, suas economias
serão sugadas sem piedade. E, sobrevivendo, mesmo pobre e endividado,
ainda sentirá gratidão ao xxx que financia suas extravagâncias às custas
da tragédia pessoal dos “pacientes”… fenômeno parecido com a Síndrome
de Estocolmo… #NilsBejerotExplica
A maioria dos que exercem a medicina, em essência, é igual ao homem
médio contemporâneo: competitivo, imediatista, egoísta e oportunista… No
entanto, sua missão não suporta tais pecados, não se joga com a higidez
física e mental de um ser humano.
Os mercadores de saúde justificam a perversidade de suas mentes
através da prosaica premissa de que a indiferença é uma necessidade da
profissão. Absurdo! A nadificação do paciente é, no mínimo, falta de
culhão para encarar o luto frente a uma possível derrota. A banalização
da vida é uma péssima opção de defesa, quando não caracteriza deformação
de caráter, sinaliza covardia e falta de vocação.
A omissão médica não pode ser tratada apenas como uma questão ética. É
caso de polícia, de justiça e de cadeia… faz vítimas a cada segundo em
nosso país. As lesões e homicídios deveriam ser apurados e punidos. Por
que não são? Porque morto não fala. E os sobreviventes, parentes e
amigos? Como bons brasileiros, são acomodados até para reivindicarem
seus direitos. E se reivindicam?
Também termina em pizza… A polícia tupiniquim é corrupta e
incompetente; o Judiciário, além de moroso, depende da interpretação
técnica de um perito, que, além de corporativista, normalmente é tão mau
caráter quanto o denunciado.
A origem das mazelas está no seio da família brasileira. Pais da
classe média burguesa, no intuito de satisfazer os próprios egos,
empurram seus filhos para o que consideram ser um trampolim social. A
vocação é negligenciada em favor do lustro da profissão.
Como exercer o sacerdócio da medicina sem a adesão voluntária da alma
à missão de cuidar de pessoas? Impossível! Dá para começar a entender
porque o profícuo relacionamento médico-paciente está desaparecendo.
Em seguida, entra o sistema. E esse é xxx A admissão nos cursos de
medicina ou é concorrida ou é dispendiosa… Como o ensino público
nacional está falido e a geral é pobre, fica, então, fora da partida.
Assim, patricinhas e pit-boys dominam a Academia, onde desfilam –
prepotentes – com suas alvejadas batas e seus reluzentes acessórios de
grife.
Como os mestres são futuros pares, acadêmicos recebem as instruções
necessárias ao sucesso na profissão: aprendem sobre mercado de capitais,
sobre acúmulo de funções públicas, sobre gerenciamento de plantões…
Assim nascem nossos anjos da guarda.
Reclamam do mercado de trabalho porque não almejam da profissão nada
além dos tostões que financiarão sua ascensão social. Querem enriquecer
rápido e sem sujar o jaleco. Dizem que o mercado está saturado. Mentira!
Mera demagogia médica. Faltam médicos nas unidades básicas de saúde e
nos programas de saúde da família, faltam especialistas nos hospitais
públicos…
Por quê? Ganância! As pequenas fortunas pagas pelas prefeituras não
são suficientes para saciar a sede mercenária… preferem vender curas aos
que podem pagar mais por elas. Saúde virou bem de consumo!
A falta de comprometimento dos profissionais da medicina vem minando a
dignidade do ofício neste país. É necessária e urgente a retomada da
humanização da medicina. A formação ética do profissional depende de
inúmeros fatores, principalmente, de berço. É nele que se adquire visão
de mundo, adota-se crenças e elege-se princípios.
Mas depende também da Academia. Considerando a premissa de Marx, de
que o sujeito é fruto do meio, torna-se razoável sugerir que as reformas
iniciem-se pelo meio acadêmico. O aspirante a salvador deve aprender
que seu ofício não é apenas um negócio, a medicina deve ser encarada
como a arte de auxiliar pessoas a se manterem saudáveis.
Deve aprender a enxergar o paciente sob uma ótica sistêmica, o ser
humano não é apenas um organismo; ao corpo, somam-se: mente, alma e
espírito. Mais do que especialista, precisa aprender a ser solidário.”
Fonte: El Panda em http://sempapasnalingua.com/2011/11/14/medicina-o-trampolim-social/
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