Por Editor VOPUS | ||
Acima de tudo é necessário aprender a viver de instante em instante, saber aproveitar cada momento, não dosar o momento. A momentaneidade é característica especial dos gnósticos. Nós amamos a filosofia da momentaneidade. Em certa ocasião perguntaram ao Mestre Nansen:
Recordai esta frase: "A Gnose se vive nos fatos, murcha nas abstrações, e é difícil de encontrar ainda nos pensamentos mais nobres". Perguntaram ao Mestre Bokujo: Esta é, precisamente, a ação livre dos opostos. Comemos? Vestimo-nos? Por que fazemos disso um problema? Por que estar pensando em outras coisas enquanto estamos comendo ou nos vestindo? Se está comendo, come, e se está se vestindo, veste-se, e se está andando pela rua, anda, anda, anda, mas não pense em outra coisa, faz unicamente o que está fazendo, não fuja do que está fazendo, não fuja dos fatos, não os encha de tantos significados, símbolos, sermões e advertências. Vive-os sem alegorias, vive-os com mente receptiva de instante em instante. Esta tensão contínua da mente, esta disciplina contínua, leva-nos ao despertar da consciência. Se estamos comendo e pensando em negócios, é claro que estamos sonhando. Se estamos manejando um automóvel e pensando na namorada, é lógico que não estamos despertos, estamos sonhando. Se estamos trabalhando e estamos lembrando do compadre ou da comadre, do amigo ou do irmão, etc., é claro que estamos sonhando. São terríveis o esforço e a vigilância que se necessita de segundo em segundo, de instante em instante, para não cair em sonhos. Basta um minuto de descuido e a mente já está sonhando ao recordar-se de algo, ao pensar em algo diferente do trabalho ou do fato que estamos vivendo no momento. A TÉCNICAQuando praticamos a meditação, nossa mente é assaltada por muitas lembranças, desejos, paixões, preocupações, etc.Devemos evitar o conflito entre a atenção e a distração. Existe conflito entre a distração e a atenção quando combatemos contra esses assaltantes da mente. O Eu é o projetor de tais assaltantes mentais. Onde há conflito não existe quietude nem silêncio. Devemos anular o projetor mediante a auto-observação e a compreensão. Examinem cada imagem, cada lembrança, cada pensamento que chegue à mente. Recordem que todo pensamento tem dois pólos: positivo e negativo. Entrar e sair são dois aspectos de uma mesma coisa. O refeitório e o banheiro, o alto e o baixo, o agradável e o desagradável, etc., são sempre os dois pólos de uma mesma coisa. Examinem os dois pólos da cada forma mental que chegua à mente. Recordem que só mediante o estudo das polaridades se chega à síntese. Toda forma mental pode ser eliminada mediante a síntese. Exemplo: Assalta-nos a lembrança de uma namorada. É bela? Pensemos que a beleza é o oposto da feiúra e que, se em sua juventude é bela, em sua velhice será feia. Síntese: Não vale a pena pensar nela, é uma ilusão, uma flor que se murcha inevitavelmente. Na Índia, esta auto-observação e estudo da nossa psique são chamados, propriamente, Pratyâhâra. Os pássaros-pensamentos devem passar pelo espaço da nossa própria mente em sucessivo desfile, mas sem deixar rastro algum. A infinita procissão de pensamentos projetados pelo Eu ao fim se esgota e, então, a mente fica quieta e em silêncio. Um grande Mestre auto-realizado disse: «Somente quando o projetor, isto é, o Eu, está ausente por completo, então sobrevém o silêncio que não é produto da mente. Este silêncio é inesgotável, não é do tempo, é o incomensurável, só então advém aquilo que é». Toda esta técnica se resume em dois princípios: 1. Profunda reflexão. 2. Tremenda serenidade. «REFLEXÃO SERENA»Necessitamos reflexão serena se é que de verdade queremos conseguir a quietude e o silêncio absoluto da mente.Entretanto, resulta claro compreender que no gnosticismo puro os termos serenidade e reflexão têm significados muito mais profundos e, portanto, devem ser compreendidos dentro das suas conotações especiais. O sentimento de sereno transcende isso que normalmente se entende por calma ou tranquilidade, implica um estado superlativo que está além dos raciocínios, desejos, contradições e palavras, designa uma situação fora do alvoroço mundano. Assim mesmo, o sentimento de reflexão está além disso que sempre se entende por contemplação de um problema ou idéia. Não implica aqui atividade mental ou pensamento contemplativo, e sim uma espécie de consciência objetiva, clara e transparente, sempre iluminada em sua própria experiência. Portanto, "sereno" é aqui serenidade do não-pensamento, e "reflexão" significa consciência intensa e clara. "Reflexão serena é a clara consciência na tranqüilidade do não-pensamento". Quando reina a serenidade perfeita, se consegue a verdadeira iluminação profunda. PASSOS A SEGUIRVamos completar a Técnica da Meditação com os passos que deverão se seguir e que o Mestre nos entregou nas Dez Regras da Meditação. A ordem não é exatamente igual e a única coisa que fizemos é adequar cada uma dessas regras uma ordem didática.Todo estudante sério que pretenda aprofundar no campo do Autoconhecimento deve valorizar e apreciar estas regras, praticando-as com responsabilidade, pois é a única forma de aprender a meditar. PRIMEIRO PASSO:Relaxamento absoluto de todo o corpo. É imprescindível aprender a relaxar o corpo para a Meditação, nenhum músculo deve ficar em tensão.É imprescindível, necessário, praticar sempre com os olhos físicos fechados a fim de evitar as percepções sensoriais externas. É urgente eliminar as percepções sensoriais externas durante a meditação interior profunda. SEGUNDO PASSO:Fazer-nos plenamente conscientes do estado de ânimo em que nos encontramos antes que surja qualquer pensamento. O princípio base, fundamento vivo do Shamadhi, consiste em um prévio conhecimento introspectivo de si mesmo. Introversão é indispensável durante a meditação a fundo. Devemos começar por conhecer profundamente o estado de ânimo em que nos encontramos, antes que apareça no intelecto qualquer forma mental. Resulta urgente compreender que todo pensamento que surge no entendimento é sempre precedido por dor ou prazer, alegria ou tristeza, gosto ou desgosto, etc. TERCEIRO PASSO:Observação Serena. Observar serenamente nossa própria mente, pôr atenção plena em toda forma mental que apareça na tela do intelecto."Tratar de observar a mente sem interrupção". QUARTO PASSO:Mantralização ou Koan. O intelecto deve assumir um estado psicológico receptivo, íntegro, unitotal, pleno, tranquilo e profundo. Os objetivos da Mantralização ou Koan são:
Com os Mantrams e com os Koans ou frases que descontrolam a mente se consegue o estado receptivo unitotal. QUINTO PASSO:Psicanálise. Examinar, indagar, pesquisar a raiz, a origem, a causa, razão ou motivo fundamental de cada pensamento, lembrança, afeto, emoção, sentimento, imagem, desejo, etc., conforme vão surgindo na mente. Nesta etapa será necessária a sábia combinação da meditação com o sono. É urgente provocar e graduar o sono à vontade. Da sábia combinação de sono e meditação resulta isso que se chama Iluminação. Desta forma vai se aprofundando nos níveis ocultos da mente, conhecendo os recursos íntimos dos nossos pensamentos, sentimentos e ações. RECOMENDAÇÕES ESSENCIAIS
REQUISITOS NA ATIVIDADE DIÁRIA
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quinta-feira, 5 de abril de 2012
A Técnica Científica da MEDITAÇÃO
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