quinta-feira, 5 de abril de 2012

A morte mística


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Por Editor VOPUS   
A morte mística e as catexis soltas
É urgente saber que o Eu é um conjunto de energias psíquicas, catexis soltas, que se reproduzem nas partes mais profundas e animalescas do homem. Cada catexis solta é um pequeno Eu que goza de certa auto-independência.
Esses Eus, essas catexis soltas, lutam entre si. Devo ler um jornal, diz o Eu intelectual. Vou dar um passeio de bicicleta contradiz o eu do movimento. Tenho fome, declara o eu da digestão. Tenho frio diz o eu do metabolismo. Não me impedirão, exclama o eu passional em defesa de qualquer uma dessas catexis soltas.
Contradições internas no indivíduo
Conclusão, o Eu é uma legião de catexis soltas. Estas catexis soltas já foram estudadas por Franz Hartmann. Vivem dentro das profundezas animais do homem. Comem, dormem, reproduzem-se e vivem às expensas dos nossos princípios vitais ou catexis livre (energia cinética muscular e nervosa). Cada um dos Egos, que em seu conjunto constituem a catexis solta, o Eu, se projeta nos diferentes níveis da mente e viaja ansiando a satisfação de seus desejos. O Eu, o Ego, a catexis solta, jamais se pode aperfeiçoar.
O homem é a cidade das nove portas... Dentro desta cidade vivem muitos cidadãos que sequer se conhecem. Cada um desses cidadãos, cada um desses pequenos Eus, tem seus projetos e sua própria mente. Esses são os mercadores que Jesus teve que expulsar do Templo com o látego da vontade. Esses mercadores devem ser mortos.
Agora fica explicado o porquê de tantas contradições internas no indivíduo. Enquanto a catexis solta existir não poderá haver paz. Os Eus são a causa causorum de todas as contradições internas. O Eu que jura fidelidade à Gnose é substituído por outro que a odeia. Conclusão, o homem é um ser irresponsável que não tem um centro permanente de gravidade. O homem é um ser não acabado!
O homem ainda não é homem, ele é tão só um animal intelectual. É um erro muito grande chamar a legião do Eu de "alma" Na realidade e de verdade, o homem tem dentro de sua Essência o material psíquico, o material para a Alma, mas ainda não tem Alma.
Jesus e Nicodemos - fabricar alma e a Morte Mística
Os Evangelhos dizem: De que te serve ganhar o mundo se perde sua Alma?Jesus disse a Nicodemus que era preciso nascer da água e do espírito para gozar dos atributos que correspondem a uma Alma de verdade. É impossível fabricar a Alma se não passamos pela Morte Mística.
Só com a morte do Eu podemos estabelecer um centro permanente de Consciência dentro da nossa própria Essência interior. Dito centro é isso que se chama Alma. Só um homem com Alma pode ter verdadeira continuidade de propósitos. Só em um homem com Alma deixam de existir as contradições internas e há verdadeira paz interior.
O Eu gasta estupidamente o material psíquico, a catexis, em explosões de ira, cobiça, luxúria, inveja, orgulho, gula e preguiça. É lógico que enquanto não houver um acúmulo de material psíquico, catexis, não se acumule, a Alma não poderá ser fabricada. Para se fabricar alguma coisa necessita-se de matéria-prima. Sem matéria-prima nada pode ser fabricado, porque do nada, nada sai.
Consciência: centro de consciência permanente
Quando o Eu começa a morrer, a matéria-prima começa a ser acumulada. Quando a matéria-prima começa a ser acumulada, inicia-se o estabelecimento de um centro permanente de Consciência. Quando o Eu estiver totalmente morto, o centro permanente de Consciência ficou completamente estabelecido
O capital de matéria psíquica se acumula quando o Ego morre, já que o gastador de energia é eliminado. Assim é como se estabelece o centro permanente de Consciência. Dito centro maravilhoso é a Alma.
Só pode ser fiel à Gnose, só pode ter continuidade de propósitos, quem estabeleceu dentro de si um centro permanente de Consciência. Quem não possui dito centro pode estar hoje na Gnose e amanhã contra ela, hoje em uma escola e amanhã em outra. Esse tipo de gente não tem existência real.
A Morte Mística é uma área árdua e difícil da Revolução da Dialética.
A catexis solta dissolve-se à base de rigorosa compreensão. A convivência com o próximo, o trato com as pessoas, é o espelho onde podemos nos ver de corpo inteiro. No trato com as pessoas, nossos defeitos escondidos saltam para fora, afloram, e se estamos vigilantes então os vemos.
Com a morte do eu nasce a alma. Defeito compreendido
Todo defeito deve ser primeiramente analisado intelectualmente e depois estudado com a meditação.
Muitos indivíduos alcançaram a perfeita castidade e a absoluta santidade no mundo físico, mas resultaram grandes fornicários e espantosos pecadores quando foram submetidos à prova nos mundos superiores. Eles tinham terminado com seus defeitos no mundo físico, mas em outros níveis da mente continuavam com suas catexis soltas.
Quando um defeito é totalmente compreendido em todos os níveis da mente desintegra-se sua correspondente catexis solta, quer dizer, morre um pequeno Eu.
É urgente morrer de instante a instante. Com a morte do Eu nasce a Alma. Necessitamos da morte do Eu pluralizado de forma total para que a catexis ligada, o Ser, se expresse em sua plenitude.
A Divindade através de nós
DISSOLVENDO A CATEXIS SOLTA
Só estudando minuciosamente a catexis solta, o Eu, podemos dissolvê-lo totalmente. Devemos observar minuciosamente os processos do pensamento, as distintas funções do desejo, os hábitos que conformam a nossa personalidade, os sofismas de distração, a falácia do Ego e nossos impulsos sexuais. Há que estudar como estes reagem diante dos impactos do mundo exterior e ver como se associam.
Compreendidos todos os processos da catexis solta, do Eu Pluralizado, este se dissolve. Então só se manifesta dentro e através de nós a Divindade.
Extrato da obra “Revolução da Dialética”, Samael Aun Weor

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