domingo, 11 de março de 2012

O Sabor do Materialismo em "Carne e Osso"


Todos estão correndo atrás do divino, do "plano superior" ou, como se diz na filosofia, do "Absoluto" que dê sentido às suas vidas. Deus, metafísica, destino, ética, alma: parece que a vida só é digna de ser vivida se formos, como diz o mestre Yoda, "mais do que esta rude matéria".

Mas, como calorosamente ilustra a bela canção de Moska e Zélia Duncan (que já cantou o verso "meu coração é secular"), a "rude matéria" pode ser magnífica! Ser de carne e osso, gostar da terra, do mundo físico, é muito mais fascinante e humano do que a covardia de inventar um "céu mágico" para se defender do mundo real.

Os religiosos e metafísicos, con-cebendo o seu corpo e  o mundo físico como "impuro" ou "inferior", abrem mão de todo calor humano, em troca de uma existência por vezes ascética, negando os desejos e instintos. Tal vida só pode ser fria e sem sal (insossa). Nietzsche chegou a sugerir que, se eles detestam o próprio corpo, que se livrem dele o quanto antes!

Como dizia o iluminista Diderot:

"Retorna à Natureza, da qual fugiste, e encontrará flores por toda parte no caminho da tua vida".

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