INTRODUÇÃO
Há várias distinções substanciais
e vitais entre o judaísmo e o cristianismo. Claro, também
há muitas semelhanças, basicamente porque o cristianismo
surgiu do judaísmo. Todavia, o cristianismo seguiu um
outro caminho desde o início, pois suas lideranças
romperam com o judaísmo e formaram uma nova religião.
Portanto, é um grande equívoco acreditar que ambas
as religiões têm a mesma essência, ou ver
o cristianismo como uma continuação natural do
judaísmo. Nada é mais distante da verdade.
Nesta seção exploraremos as diferenças básicas entre as duas religiões. Para começar, nunca é demais repetir que a crença central do judaísmo é de que, independentemente de sua religião, todos os seres humanos são filhos de D’us e, portanto, iguais perante Ele: todos têm direito ao Seu amor, misericórdia e auxílio.
O judaísmo não exige que alguém se converta ao judaísmo para ser uma pessoa melhor ou para que, algum dia, alcance o Paraíso. Para isso, no entendimento dos judeus, basta ser ético. Embora o judaísmo aceite o valor de todas as pessoas independentemente da sua religião, ele também abre aos não-judeus que desejam voluntariamente se unir ao Povo Judeu a possibilidade de se tornarem judeus. Todavia, justamente por considerar que qualquer um pode viver de forma ética na sua religião é que se torna incomum no meio judaico o trabalho missionário e proselitista. O judaísmo está de portas abertas, mas nenhum judeu sairá pelo mundo tentando converter não-judeus ao judaísmo. Essa, por si só, já é uma grande diferença entre o judaísmo e o cristianismo.
É realmente impossível fazer um resumo adequado do judaísmo ou do cristianismo somente nessa seção. Assim sendo, são necessários mais estudos para se aprofundar no assunto. As posições formais do judaísmo em vários assuntos devem ser discutidas com um rabino.
Nesta seção exploraremos as diferenças básicas entre as duas religiões. Para começar, nunca é demais repetir que a crença central do judaísmo é de que, independentemente de sua religião, todos os seres humanos são filhos de D’us e, portanto, iguais perante Ele: todos têm direito ao Seu amor, misericórdia e auxílio.
O judaísmo não exige que alguém se converta ao judaísmo para ser uma pessoa melhor ou para que, algum dia, alcance o Paraíso. Para isso, no entendimento dos judeus, basta ser ético. Embora o judaísmo aceite o valor de todas as pessoas independentemente da sua religião, ele também abre aos não-judeus que desejam voluntariamente se unir ao Povo Judeu a possibilidade de se tornarem judeus. Todavia, justamente por considerar que qualquer um pode viver de forma ética na sua religião é que se torna incomum no meio judaico o trabalho missionário e proselitista. O judaísmo está de portas abertas, mas nenhum judeu sairá pelo mundo tentando converter não-judeus ao judaísmo. Essa, por si só, já é uma grande diferença entre o judaísmo e o cristianismo.
É realmente impossível fazer um resumo adequado do judaísmo ou do cristianismo somente nessa seção. Assim sendo, são necessários mais estudos para se aprofundar no assunto. As posições formais do judaísmo em vários assuntos devem ser discutidas com um rabino.
Bibliografia:
Uma referência excelente nesse assunto é o livro “Judaism and Christianity: The Differences", de Trude Weiss-Rosmarin. Também está disponível a edição em língua portuguesa sob o título “Judaísmo e Cristianismo: as Diferenças”, Editora Sefer).
Outra dica interessante (somente em inglês) é o livro “You Take Jesus, I'll Take God: How to Refute Christian Missionaries”, uma entre outras obras importantes para refutar as posições de missionários cristãos que buscam, a todo custo, converter judeus ao cristianismo, muitas vezes inclusive se passando por judeus.
Descreveremos a seguir as crenças centrais do judaísmo e do cristianismo. Alguns pensadores cristãos e judeus poderão discordar, às vezes consideravelmente, das posições mencionadas aqui. Mesmo com todas essas limitações, é importante considerar as diferenças.
Uma referência excelente nesse assunto é o livro “Judaism and Christianity: The Differences", de Trude Weiss-Rosmarin. Também está disponível a edição em língua portuguesa sob o título “Judaísmo e Cristianismo: as Diferenças”, Editora Sefer).
Outra dica interessante (somente em inglês) é o livro “You Take Jesus, I'll Take God: How to Refute Christian Missionaries”, uma entre outras obras importantes para refutar as posições de missionários cristãos que buscam, a todo custo, converter judeus ao cristianismo, muitas vezes inclusive se passando por judeus.
Descreveremos a seguir as crenças centrais do judaísmo e do cristianismo. Alguns pensadores cristãos e judeus poderão discordar, às vezes consideravelmente, das posições mencionadas aqui. Mesmo com todas essas limitações, é importante considerar as diferenças.
D’US
O principal fundamento do judaísmo é a noção de monoteísmo, ou seja, a idéia de que existe somente um único D’us. Conforme o judaísmo, D’us não é feito de partes, ainda que porventura essas partes estivessem misteriosamente unidas. A noção cristã da Santíssima Trindade é que D’us é composto do Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Outros cristãos negam a Santíssima Trindade, todavia acreditam que D’us encarnou naquele que eles consideram como seu filho predileto – Jesus – e que esse, junto com o Deus Pai, formam uma só divindade. Tanto no primeiro como no segundo caso, ambas as visões são incompatíveis com a visão judaica de que qualquer divisão é impossível, mesmo que o cristianismo seja chamado de monoteísta pelo fato dos cristãos acreditarem que a trindade, por mistério divino, forme um só Deus; ou que o Deus Pai e o Deus Filho são, por mistério Divino, um só Deus. A idéia revolucionária do judaísmo é que D’us é Um e somente Um. Essa idéia considera a absoluta unicidade e singularidade de D’us como a primeira e única força criadora. Portanto, para os judeus D’us é o Criador de tudo o que gostamos e de tudo o que não gostamos. Não existe uma força maligna capaz de criar como D’us. O judaísmo vê o cristianismo como um enfraquecimento da idéia da Unicidade de D’us.
Os judeus não têm um grupo de crenças definidas a respeito da natureza de D’us; no entanto, há um debate muito rico e estimulado dentro do judaísmo a respeito disso. Porém, todos os movimentos judaicos rejeitam absolutamente a idéia de que Deus constitui-se de duas, três ou mais partes. Além disso, muitos judeus vêem essa tentativa de dividir D’us como um retrocesso parcial, quase um comprometimento com o conceito pagão de vários deuses. Para o judaísmo isso se constitui em idolatria, atividade proibida na fé judaica.
O principal fundamento do judaísmo é a noção de monoteísmo, ou seja, a idéia de que existe somente um único D’us. Conforme o judaísmo, D’us não é feito de partes, ainda que porventura essas partes estivessem misteriosamente unidas. A noção cristã da Santíssima Trindade é que D’us é composto do Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Outros cristãos negam a Santíssima Trindade, todavia acreditam que D’us encarnou naquele que eles consideram como seu filho predileto – Jesus – e que esse, junto com o Deus Pai, formam uma só divindade. Tanto no primeiro como no segundo caso, ambas as visões são incompatíveis com a visão judaica de que qualquer divisão é impossível, mesmo que o cristianismo seja chamado de monoteísta pelo fato dos cristãos acreditarem que a trindade, por mistério divino, forme um só Deus; ou que o Deus Pai e o Deus Filho são, por mistério Divino, um só Deus. A idéia revolucionária do judaísmo é que D’us é Um e somente Um. Essa idéia considera a absoluta unicidade e singularidade de D’us como a primeira e única força criadora. Portanto, para os judeus D’us é o Criador de tudo o que gostamos e de tudo o que não gostamos. Não existe uma força maligna capaz de criar como D’us. O judaísmo vê o cristianismo como um enfraquecimento da idéia da Unicidade de D’us.
Os judeus não têm um grupo de crenças definidas a respeito da natureza de D’us; no entanto, há um debate muito rico e estimulado dentro do judaísmo a respeito disso. Porém, todos os movimentos judaicos rejeitam absolutamente a idéia de que Deus constitui-se de duas, três ou mais partes. Além disso, muitos judeus vêem essa tentativa de dividir D’us como um retrocesso parcial, quase um comprometimento com o conceito pagão de vários deuses. Para o judaísmo isso se constitui em idolatria, atividade proibida na fé judaica.
A VISÃO JUDAICA DE JESUS
Para os cristãos, o princípio central de sua religião é a crença de que Jesus é o Filho de Deus, parte da Trindade, o messias salvador de almas. Para os cristãos ele é a revelação de Deus na carne. Jesus é, em termos cristãos, o Deus encarnado, o Deus em carne e osso que veio à Terra para absorver os pecados dos seres humanos e assim livrar dos pecados todos aqueles que aceitam a sua divindade.
Para os judeus, por mais que Jesus possa ter sido um professor e contador de casos maravilhoso, ele foi somente um ser humano, não o Deus Filho (no máximo, mais um filho de D’us, no sentido metafórico de que todos os seres humanos são filhos de D’us). Na visão judaica, Jesus não pode salvar almas; só D’us pode. Na visão judaica, Jesus não ressuscitou. Na visão judaica, todos somos filhos de D’us, e ninguém pode ser um Deus Filho.
De um ponto de vista judaico, Jesus tampouco absorveu os pecados das pessoas ao ser expiado e crucificado. Para os judeus a única maneira de se remover os pecados é pedindo perdão: os judeus buscam o perdão de D’us pelos pecados cometidos contra Ele; buscam também o perdão das outras pessoas pelo mal que cometeram contra elas. A busca do perdão exige um senso sincero de arrependimento, a busca direta da reparação do mal causado a outra pessoa e a atitude de não cometer este erro novamente no futuro. Os pecados e transgressões são parcialmente removidos por meio de orações (que substituíram os sacrifícios de animais da época do Templo Sagrado de Jerusalém) como um modo de expiar os pecados, mas o principal é buscar corrigir o mal feito a outras pessoas.
Para os cristãos, Jesus substituiu a Lei judaica (1). Para os judeus, os mandamentos (mitsvót) e a Lei judaica (halachá) continuam e continuarão valendo para sempre e jamais serão substituídos.
Para os judeus, Jesus não é visto como o messias. Na visão judaica, o messias é um ser humano que virá em uma era de paz. Poderemos reconhecer a era messiânica quando percebermos que o mundo está absolutamente em paz. Na visão judaica, é notório que isso não aconteceu quando Jesus viveu, e jamais houve paz em qualquer período após a sua morte.
Quando se fala de Jesus como um homem, as opiniões dos judeus variam muito. Alguns o respeitam como um professor ético que aceitava a Lei judaica, como uma pessoa que sequer se via como um messias, que jamais quis iniciar uma nova religião. Em vez disso, Jesus é visto por esse judeus como uma pessoa que desafiou as práticas das autoridades religiosas judaicas de seu tempo. Segundo essa visão, ele queria aperfeiçoar o judaísmo de acordo com o seu próprio entendimento, sem jamais querer romper com o Povo Judeu. Para outros, Jesus distorceu as leis judaicas e semeou a discórdia entre os judeus de seu tempo. Seja qual for a resposta judaica, há um consenso fundamental e irrefutável: nenhum judeu, seja nascido judeu ou convertido ao judaísmo, acredita que Jesus seja o Deus Filho ou o messias.
Para os judeus, o único Deus é D’us; e o Messias ainda está por vir.
Para os cristãos, o princípio central de sua religião é a crença de que Jesus é o Filho de Deus, parte da Trindade, o messias salvador de almas. Para os cristãos ele é a revelação de Deus na carne. Jesus é, em termos cristãos, o Deus encarnado, o Deus em carne e osso que veio à Terra para absorver os pecados dos seres humanos e assim livrar dos pecados todos aqueles que aceitam a sua divindade.
Para os judeus, por mais que Jesus possa ter sido um professor e contador de casos maravilhoso, ele foi somente um ser humano, não o Deus Filho (no máximo, mais um filho de D’us, no sentido metafórico de que todos os seres humanos são filhos de D’us). Na visão judaica, Jesus não pode salvar almas; só D’us pode. Na visão judaica, Jesus não ressuscitou. Na visão judaica, todos somos filhos de D’us, e ninguém pode ser um Deus Filho.
De um ponto de vista judaico, Jesus tampouco absorveu os pecados das pessoas ao ser expiado e crucificado. Para os judeus a única maneira de se remover os pecados é pedindo perdão: os judeus buscam o perdão de D’us pelos pecados cometidos contra Ele; buscam também o perdão das outras pessoas pelo mal que cometeram contra elas. A busca do perdão exige um senso sincero de arrependimento, a busca direta da reparação do mal causado a outra pessoa e a atitude de não cometer este erro novamente no futuro. Os pecados e transgressões são parcialmente removidos por meio de orações (que substituíram os sacrifícios de animais da época do Templo Sagrado de Jerusalém) como um modo de expiar os pecados, mas o principal é buscar corrigir o mal feito a outras pessoas.
Para os cristãos, Jesus substituiu a Lei judaica (1). Para os judeus, os mandamentos (mitsvót) e a Lei judaica (halachá) continuam e continuarão valendo para sempre e jamais serão substituídos.
Para os judeus, Jesus não é visto como o messias. Na visão judaica, o messias é um ser humano que virá em uma era de paz. Poderemos reconhecer a era messiânica quando percebermos que o mundo está absolutamente em paz. Na visão judaica, é notório que isso não aconteceu quando Jesus viveu, e jamais houve paz em qualquer período após a sua morte.
Quando se fala de Jesus como um homem, as opiniões dos judeus variam muito. Alguns o respeitam como um professor ético que aceitava a Lei judaica, como uma pessoa que sequer se via como um messias, que jamais quis iniciar uma nova religião. Em vez disso, Jesus é visto por esse judeus como uma pessoa que desafiou as práticas das autoridades religiosas judaicas de seu tempo. Segundo essa visão, ele queria aperfeiçoar o judaísmo de acordo com o seu próprio entendimento, sem jamais querer romper com o Povo Judeu. Para outros, Jesus distorceu as leis judaicas e semeou a discórdia entre os judeus de seu tempo. Seja qual for a resposta judaica, há um consenso fundamental e irrefutável: nenhum judeu, seja nascido judeu ou convertido ao judaísmo, acredita que Jesus seja o Deus Filho ou o messias.
Para os judeus, o único Deus é D’us; e o Messias ainda está por vir.
LIVRE-ARBÍTRIO E PECADO ORIGINAL
Para o cristianismo a idéia do pecado original assume que as pessoas trazem consigo a mácula do mal desde o nascimento e que não podem remover seus pecados sozinhas, mas somente pela graça que lhes foi oferecida pela morte sob sacrifício de Jesus como expiação por todos os pecados da humanidade. Para os cristãos não há outra forma de salvação a não ser através de Jesus.
Em contrapartida, para os judeus não há a idéia de pecado original. A visão judaica é que os seres humanos não nascem naturalmente bons ou maus. Todo indivíduo tem inclinações boas e más, mas tem também o livre-arbítrio moral para escolher o bem, e esse livre-arbítrio moral para o bem pode ser mais poderoso do que a inclinação para o mal. Na verdade, a ética judaica traz consigo a idéia de que os seres humanos decidem por si mesmos como agir. Isso é assim porque a inclinação para o mal e a possibilidade de pecado inerente à mesma permitem que as pessoas escolham o que é bom e, assim, obtenham mérito moral. A visão judaica não é a que as pessoas estão indefesas diante do equívoco moral e dependem de terceiros para serem salvas. O judaísmo entende que os seres humanos foram dotados de recursos para que sejam capazes de optar pelo bem quando se deparam com uma situação em que há inclinações para o bem e para o mal. Assim, têm a possiblidade de aprender com os próprios erros e evoluir moralmente.
Para o cristianismo a idéia do pecado original assume que as pessoas trazem consigo a mácula do mal desde o nascimento e que não podem remover seus pecados sozinhas, mas somente pela graça que lhes foi oferecida pela morte sob sacrifício de Jesus como expiação por todos os pecados da humanidade. Para os cristãos não há outra forma de salvação a não ser através de Jesus.
Em contrapartida, para os judeus não há a idéia de pecado original. A visão judaica é que os seres humanos não nascem naturalmente bons ou maus. Todo indivíduo tem inclinações boas e más, mas tem também o livre-arbítrio moral para escolher o bem, e esse livre-arbítrio moral para o bem pode ser mais poderoso do que a inclinação para o mal. Na verdade, a ética judaica traz consigo a idéia de que os seres humanos decidem por si mesmos como agir. Isso é assim porque a inclinação para o mal e a possibilidade de pecado inerente à mesma permitem que as pessoas escolham o que é bom e, assim, obtenham mérito moral. A visão judaica não é a que as pessoas estão indefesas diante do equívoco moral e dependem de terceiros para serem salvas. O judaísmo entende que os seres humanos foram dotados de recursos para que sejam capazes de optar pelo bem quando se deparam com uma situação em que há inclinações para o bem e para o mal. Assim, têm a possiblidade de aprender com os próprios erros e evoluir moralmente.
MORTE, CÉU E INFERNO
Em geral os pensadores judeus sempre se concentraram nas maneiras que poderiam levar a uma vida boa na Terra e ao Ticun Olám, ou seja, ao aperfeiçoamento do mundo, deixando as preocupações a respeito da morte e do que vem após a morte para um momento mais apropriado. O judaísmo encara a morte como um fato natural e enfatiza o seu papel de dar um sentido à vida. É claro que as questões relativas à morte são inevitavelmente importantes. O medo da morte, do que irá acontecer com a nossa alma e com as almas das pessoas que nos são queridas, as questões éticas que emergem quando alguém morre injustamente e vários outros temas são discutidos na literatura judaica. Uma vez que D’us é visto como absolutamente justo, as aparentes injustiças no mundo têm levado muitos judeus tradicionais a verem a vida após a morte como uma maneira de refletir sobre a justiça final aplicada à existência humana.
Muitos pensadores judeus tradicionais teceram considerações sobre o modo como os indivíduos seriam recompensados ou punidos após suas mortes. Há poucas e raras descrições da vida após a morte. Os tradicionalistas deram o nome de “Guehenôm” para o local onde as almas são punidas. Muitos pensadores judeus notaram que uma vez que D’us é, essencialmente, pleno de misericórdia e amor, não se deve considerar que a punição será eterna; longe disso - muitas vezes considera-se que esse período, para a maioria das pessoas, dura menos de um ano.
Ao mesmo tempo, há muitos conceitos diferentes de Paraíso: um deles defende que o Paraíso é o local onde nós finalmente entenderemos o verdadeiro sentido de D’us. Ademais, melhor do que pensar em céu e inferno separados é imaginar que há somente uma distância maior ou menor de D’us após da morte. Além disso, a punição poderá ser auto-determinada, ou seja, o indivíduo receberá um sofrimento equivalente àquele que proporcionou enquanto estava vivo. Portanto, o judaísmo não tem uma noção de céu e inferno, com diferentes lugares no inferno para diferentes punições. Em vez disso, prevalece a idéia de que D’us usa a vida após a morte para conceder a justiça definitiva e como uma última oportunidade para que as pessoas predominantemente más busquem algum tipo de redenção final.
O judaísmo não acredita que as pessoas não-judias irão automaticamente para o inferno ou que os judeus irão automaticamente para o céu somente por pertencerem a uma ou outra religião (2). Em vez disso, o que realmente conta é a conduta ética individual. Muitos judeus tradicionais acreditam que o judaísmo fornece o melhor guia para conduzir essa vida ética.
Em geral os pensadores judeus sempre se concentraram nas maneiras que poderiam levar a uma vida boa na Terra e ao Ticun Olám, ou seja, ao aperfeiçoamento do mundo, deixando as preocupações a respeito da morte e do que vem após a morte para um momento mais apropriado. O judaísmo encara a morte como um fato natural e enfatiza o seu papel de dar um sentido à vida. É claro que as questões relativas à morte são inevitavelmente importantes. O medo da morte, do que irá acontecer com a nossa alma e com as almas das pessoas que nos são queridas, as questões éticas que emergem quando alguém morre injustamente e vários outros temas são discutidos na literatura judaica. Uma vez que D’us é visto como absolutamente justo, as aparentes injustiças no mundo têm levado muitos judeus tradicionais a verem a vida após a morte como uma maneira de refletir sobre a justiça final aplicada à existência humana.
Muitos pensadores judeus tradicionais teceram considerações sobre o modo como os indivíduos seriam recompensados ou punidos após suas mortes. Há poucas e raras descrições da vida após a morte. Os tradicionalistas deram o nome de “Guehenôm” para o local onde as almas são punidas. Muitos pensadores judeus notaram que uma vez que D’us é, essencialmente, pleno de misericórdia e amor, não se deve considerar que a punição será eterna; longe disso - muitas vezes considera-se que esse período, para a maioria das pessoas, dura menos de um ano.
Ao mesmo tempo, há muitos conceitos diferentes de Paraíso: um deles defende que o Paraíso é o local onde nós finalmente entenderemos o verdadeiro sentido de D’us. Ademais, melhor do que pensar em céu e inferno separados é imaginar que há somente uma distância maior ou menor de D’us após da morte. Além disso, a punição poderá ser auto-determinada, ou seja, o indivíduo receberá um sofrimento equivalente àquele que proporcionou enquanto estava vivo. Portanto, o judaísmo não tem uma noção de céu e inferno, com diferentes lugares no inferno para diferentes punições. Em vez disso, prevalece a idéia de que D’us usa a vida após a morte para conceder a justiça definitiva e como uma última oportunidade para que as pessoas predominantemente más busquem algum tipo de redenção final.
O judaísmo não acredita que as pessoas não-judias irão automaticamente para o inferno ou que os judeus irão automaticamente para o céu somente por pertencerem a uma ou outra religião (2). Em vez disso, o que realmente conta é a conduta ética individual. Muitos judeus tradicionais acreditam que o judaísmo fornece o melhor guia para conduzir essa vida ética.
Notas do tradutor
(1) Para os cristãos, arrepender-se do pecado e pedir perdão a Jesus é suficiente para a sua absolvição. Para os judeus, além do sincero arrependimento, é necessário pedir perdão a D’us, à pessoa que sofreu com o erro, reparar o dano causado e comprometer-se a não cometer este erro novamente no futuro, ao viver de acordo com os mandamentos da Lei judaica.
(2) Ou seja, somente o fato de ser judeu não é passaporte para o Paraíso no Mundo Vindouro (após a morte), ou o fato de se ter outra religião não significa que se irá para o inferno.
(1) Para os cristãos, arrepender-se do pecado e pedir perdão a Jesus é suficiente para a sua absolvição. Para os judeus, além do sincero arrependimento, é necessário pedir perdão a D’us, à pessoa que sofreu com o erro, reparar o dano causado e comprometer-se a não cometer este erro novamente no futuro, ao viver de acordo com os mandamentos da Lei judaica.
(2) Ou seja, somente o fato de ser judeu não é passaporte para o Paraíso no Mundo Vindouro (após a morte), ou o fato de se ter outra religião não significa que se irá para o inferno.
Texto adaptado do site em inglês www.convert.org com a permissão de Barbara Shair
Tradução: Fábio Lacerda
Edição: Adriana Lacerda e Uri Lam
Adaptação para o judaísmo brasileiro: Uri Lam
Nenhum comentário:
Postar um comentário