Crítica,
heroína ou vilã?
Crítica -
"Mas se chegar à conclusão de que aquilo realmente não se aplica a
você, se de verdade não encontrar verdade no que lhe foi dito, apenas
desconsidere. Não há necessidade de uma reação emocional, se aquilo
realmente não lhe pertence, certo? Muitas vezes uma pessoa enxerga em nós
algo que na verdade lhe pertence, ou joga sobre nós algo que sente com
relação a outro alguém. Como se fizesse a entrega ao destinatário
errado"
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Algumas
perguntas para aquecer este artigo:
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Você acredita em “crítica construtiva” ? Nessa crítica positiva, que pode
ajudar alguém a se dar conta de algo? Que pode servir para seu crescimento
e melhoria?
- Será que sabemos fazer isso? Será que sabemos criticar?
- Sabemos ser criticados?
Penso que na maioria das vezes nos perdemos e acabamos agindo de forma
destrutiva, ao fazer e receber críticas. Não sabemos criticar. Tampouco
sabemos o que fazer quando somos criticados.
Com
relação a quem critica
Se você acredita que tem algo a dizer a alguém, antes procure prestar
atenção às suas papilas gustativas. Se sentir um gosto amargo de fel na sua
língua, acredite, talvez você ainda não esteja pronto para exteriorizar a
sua crítica. Criticar não é envenenar o mundo!
Quando estamos tomados pela emoção, a crítica se torna nociva. Uma coisa é
ter o desejo lícito e genuíno de ajudar alguém a trazer à consciência algo
que aquela pessoa não parece perceber. Outra coisa é sentir um desejo,
mesmo que secreto ou camuflado, de expor a pessoa, ou fazer com que se
sinta mal. Uma crítica nociva vem envolta em um certo prazer, o prazer de
provar a sua superioridade ao apontar o erro alheio.
Crítica saudável, no meu entendimento, é aquela que brota da sabedoria
pacífica da mente, e que venha, de preferência, envolta na suavidade do
coração. Antes de dizer algo a alguém cheque de onde vem as suas palavras.
Se elas vierem do calor de suas entranhas, segure-as um pouco dentro de
você, até que o fogo se acalme, até que ganhem paz.
Uma crítica saudável deve ser calma, pacífica e amorosa. Fundamentada em
argumentos racionais, isenta do fogo das emoções. Deve brotar do desejo
genuíno de fazer bem ao outro.
Saiba ser criticado
Agora, se você está do outro lado, se você é o criticado, tente em um
primeiro momento apenas ouvir. Como todos nós fomos programados a defender
nosso ego a qualquer custo, é natural que brote em você um desejo de reagir
defensivamente. Tente conter-se. Apenas ouça o que a outra pessoa tem a
dizer. Lembre-se de que você terá, depois, o livre-arbítrio para escolher o
que fará com aquelas informações, assim não precisa se adiantar. Escute,
pergunte, tente compreender como aquela pessoa formou aquela opinião sobre
você ou suas atitudes.
Depois, dê a si mesmo um tempo para processar o assunto. Será preciso
acalmar as defesas, tranquilizar-se e reafirmar a si mesmo que você está
seguro. Aquelas palavras não têm poder algum sobre você, são apenas palavras.
Afaste-se da reação emocional condicionada que o levará a rebater ou negar
o que lhe foi dito. Se necessário não responda nada à pessoa no momento em
que ela lhe faz uma crítica. Dê a si mesmo um tempo para pensar no assunto.
Quando estiver se sentindo mais centrado, menos emocional, procure então de
fato avaliar o que lhe foi dito.
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Existe alguma verdade naquilo? Existe algo que você possa aprender com
aquelas colocações?
Seja honesto consigo mesmo.
Se existir algo a aprender com o que lhe foi dito, aprenda! Compreenda que
todas as pessoas cometem erros. Não há mal algum em perceber que você
poderia ter feito algo melhor do que fez. Se uma pessoa nos aponta um erro
que cometíamos sem perceber, a atitude mais coerente seria que lhe
agradecêssemos. Não há por que reagir ou ofender-se. Aja com maturidade e
serenidade. Agradeça a oportunidade e cresça! Essa decisão com certeza o
levará adiante.
Mas se chegar à conclusão de que aquilo realmente não se aplica a você, se
de verdade não encontrar verdade no que lhe foi dito, apenas desconsidere.
Não há necessidade de uma reação emocional, se aquilo realmente não lhe
pertence, certo? Muitas vezes uma pessoa enxerga em nós algo que na verdade
lhe pertence, ou joga sobre nós algo que sente com relação a outro alguém.
Como se fizesse a entrega ao destinatário errado. Nesse caso, apenas
devolva a encomenda. Não há necessidade de se alterar ou agredir a pessoa.
Ouça... Uma reação exagerada da sua parte a uma crítica que você diz ser
infundada talvez seja um sinal de que não é tão infundada assim. Pense...
se aquilo não tiver nada a ver com você, por quê se incomodar? Você se
incomodaria se eu lhe dissesse agora mesmo que você foi absolutamente
irresponsável por ter deixado uma zebra amarrada no portão da minha casa?
Provavelmente você riria, ou me consideraria um tanto insana e seguiria seu
dia.
Assim, preste atenção ao criticar e ser criticado. Se a crítica será a
heroína ou a vilã, vai depender exclusivamente de você!
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