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O
texto que segue trata de uma experiência diretamente relacionada às
outras experiências passadas que tive recentemente e para compreendê-la
melhor e mais adequadamente é necessário entender os acontecimentos
anteriores que culminaram na presente. A leitura cronológica dos textos
logo abaixo disponibilizará os elementos necessários para a compreensão
deste relato. Após relutar por considerável tempo resolvi voltar a um
ritual xamânico. Mesmo eu não sendo parte disto, o xamanismo foi pra mim
uma experiência a mais que tive em meu processo de busca interior. O
processo de conhecimento interno vem pela busca, pelo ir atrás e pelas
experiências. A iluminação não bate à porta. Seguem os textos de
introdução: Eu fui o faraó Tutankhamon, Relato de contato com o arcanjo Auriel, Eu fui o deus Osíris e Minha vida após a morte como o faraó Tutankhamon.
Ao
chegar no local onde seria realizado o ritual xamânico, organizado com
todos sentados em círculo em volta de uma fogueira ao ar livre em uma
noite de lua vistosa, tratei de sentar-me. À medida que se aproximava a
hora do início do ritual comecei a perceber a atuação dos espíritos
xamânicos pelo lado de fora da roda (conduta típica de mentores
espirituais, que ficam em volta guardando o ritual) e de imediato notei
que havia alguém espiritual atrás de mim. O ritual xamânico segue um
processo de intensidade em marcha que acelera e desacelera, alcançando
um ponto culminante de comunhão entre os participantes e a atuação dos
xamãs. Até o clímax do ritual eu estava perfeitamente bem, inclusive ao
chegar no local comentei com uma amiga que estava comigo que o local
trazia muita paz, semelhante ao que as igrejas trazem quando estão
vazias, que é o momento mais harmonioso para estar em uma.
Chegando
no clímax do ritual comecei a me sentir muito mal, como me senti na
outra vez que fui. Não era um simples mal-estar ou uma dor física usual,
mas uma dor que vem de dentro, cuja sensação mais próxima possível que
posso evocar como analogia é a opressão, como se uma mão estivesse
apertando o meu Eu todo; corpo, alma e espírito. Durante todo o ritual,
assim como faço sempre em minha vida, procurei estar consciente, aberto
às sensações e atento às percepções e nisto, em razão da opressão que
sentia, tomei a única conduta que me veio que poderia tirar de mim
aquela sensação ruim: deitei-me no chão com a barriga para baixo e
imediatamente a minha relação com os espíritos xamãs passou a ser
exposta claramente para mim. Eles estavam ali em pé na minha frente e eu
deitado na frente deles, com o rosto colado no chão e era exatamente
isto que eu precisava fazer.
A
experiência toda foi bem objetiva e direta, tudo tinha relação com o
Antigo Egito e à minha existência como faraó, principalmente como o
faraó Tutankhamon. Eu estava deitado com a testa no chão. Não digo que
se trata de uma “maldição” ou uma “praga”, mas estava determinado pelas
entidades xamânicas que um dia eu, que como faraó me achava o Deus todo
poderoso, que chegou à Terra sem respeitar a autoridade espiritual deles
e que tinha ido contra o princípio da igualdade entre todos os seres ao
assumir a posição de faraó daquela forma como era ser um faraó, teria
que me prostrar diante deles e foi o que eu tive que fazer para me
libertar. E fiz. Os espíritos indígenas tinham determinado com sua
Vontade que isso aconteceria e a Providência Divina e a minha própria
egrégora espiritual, dos que vieram e fundaram o Antigo Egito,
permitiram que assim fosse. Isso tinha que acontecer, daquela forma,
naquele lugar deles.
Ali
me foi passado que a pior humilhação e submissão que existe não é se
ajoelhar diante de alguém, mas deitar com o corpo inteiro, de barriga
pra baixo e ainda por cima estender as mãos para frente. É uma posição
de humilhação que representava muito nos tempos antigos e representa
ainda no plano espiritual. Passei o clímax do ritual e um pouco depois
disto nesta posição, deitado com a barriga pra baixo, com os espíritos
indígenas na minha frente e isto demonstrava o poder deles e que eu
tinha que respeitar sua autoridade espiritual na Terra. Em vários
momentos eu tentava me levantar, apoiando-me com os cotovelos no chão,
mas uma força maior me derrubava. Aquela posição de humilhação,
entretanto, me fazia me sentir bem. Toda aquela sensação de opressão,
aquela dor que vinha de dentro para fora, deixava de existir enquanto eu
estava deitado. A humilhação pra mim foi a libertação da minha postura
que tinha como faraó.
A
voz dos xamãs era como o som trovões, séria e mostrando muito poder.
Uma voz que me expunha, não com condenação ou julgamento, por mais que
parecesse, mas uma forma de expor o que estava errado. Não fiquei com
raiva ou senti qualquer sentimento negativo e de combate, mas adotei uma
postura receptiva e de reconhecimento. Enquanto eu estava ali deitado
muitas coisas me vieram sobre o Antigo Egito e minha vida como faraó.
Não se trata apenas da vida terrena como Tutankhamon, mas também da
minha vida no plano espiritual; tudo aquilo que ajudei a construir, o
Antigo Egito, ainda estava muito forte dentro de mim e tudo era motivo
de muito orgulho e vaidade. Toda a beleza e grandiosidade do Antigo
Egito, da minha posição e do meu Ego ainda me prendiam e isso interferia
ainda hoje em minha vida, pois era uma forma de apego que me prendia ao
passado e me impedia de viver coisas novas, inclusive com novas
pessoas.
Quando
dizem que os faraós eram deuses na Terra as pessoas não têm noção do
que isso representava e o quanto isso era verdade para todos. Todos
recebem tal informação como um conhecimento intelectual e apenas
raciocinam como algo equivalendo a respeito ou devoção, mas não sabem o
que aquilo representava no plano emocional e mental da humanidade.
Aquilo era algo impactante demais e não haveria a possibilidade de
alguém imaginar como um faraó poderia se prostrar diante de alguém,
ainda mais da forma mais humilhante possível e era exatamente isto que
eu precisava fazer. Eu precisava fazer aquilo, me humilhar perante as
entidades xamânicas, os espíritos da verdadeira religião de Gaia, antes
de poder sair deste planeta e inclusive esta foi uma lição que vim para a
Terra aprender, subindo para depois cair, construindo o Antigo Egito
para depois me prostrar diante dos xamãs.
Durante
a experiência percebi que havia uma mulher participante do grupo que
também tinha sido egípcia e eu a reconheci de lá, mas ela havia deixado o
Egito que estava dentro de si e abraçado uma nova vida aqui na Terra,
como humana, com Gaia; o que eu não tinha feito. Após passar a parte
mais intensa do trabalho relacionado à prostração, ainda deitado, os
xamãs começaram a me falar sobre isso, o quanto eu deveria deixar o
Egito, que isso já passou, para eu abraçar algo novo e amavelmente até
me ofereceram o que era deles, o xamanismo, caso eu quisesse. Quando
pequeno já me sentia muito apegado ao Antigo Egito e sei que nesta vida
vim, também, para me desapegar de muita coisa relacionada a aquilo. Para
algumas pessoas isso pode parecer fácil, mas são pessoas que obviamente
não têm a mínima idéia do que foi tudo aquilo. Para quem vê de fora
sempre é fácil.
Na
outra vez que fui ao ritual xamânico, na qual passei muito mal o tempo
todo do clímax, eu não me deitei e não reconheci coisa alguma; mas isto
era algo que eu precisava fazer. Os espíritos do Antigo Egito que estão
comigo, reptilianos, já haviam me passado que eu deveria voltar ao
ritual xamânico, mesmo que eu lhes dissesse o quanto aquilo tinha sido
ruim para mim. Eles me passaram que isto iria me revelar coisas sobre o
Antigo Egito e eu e estavam completamente certos. Eles não querem o meu
mal e não iriam me sugerir ir a algum lugar que me fizesse mal, assim
como os espíritos xamãs que fazem parte do ritual não estão ali para
fazer o mal. A experiência foi muito importante pra mim, me trouxe paz,
alívio e um sentimento de “missão cumprida”. Um amigo meu logo após a
cerimônia comentou como eu já parecia melhor e realmente estava; até
mesmo feliz por ter superado algo.
Nesta
vez que fui deixei a postura altiva, pedi permissões, pedi perdão às
entidades xamânicas por tudo que fiz e pedi inclusive que me ajudassem
com aquilo e me ajudaram. Uma das piores posturas que se pode ter na
espiritualidade é ver alguém como inimigo. Tudo é Deus e tudo vem de
Deus, inclusive aqueles que nos fazem mal e em momento algum os vi como
inimigos, por mais que aquilo estivesse me fazendo muito mal, parti para
o outro lado, de tentar desvendar o que estava errado com aquilo, pois
todo mal é apenas um desajuste, uma desarmonia. Por mais que fossem
espíritos xamânicos ali postos para fazer o bem, percebi o quanto a
postura de faraó os indignava, o quanto eles repreendiam a postura
arrogante e soberba e no final tudo acabou sendo uma lição pra mim, de
algo que eu tinha que mudar e que já estava em mim antes de vir à Terra,
esta que por um breve momento nesta experiência eu beijei.
Quando
cheguei à Terra com os reptilianos e participei da construção do Antigo
Egito não me importei com a autoridade das entidades xamânicas neste
planeta. Cheguei sem me importar com o que estivesse na frente,
simplesmente dominando tudo aqui e no mundo espiritual, mas mesmo
aqueles que fazem as coisas pelo lado do bem também têm seu espaço e
exigem respeito por certas coisas. Para as entidades xamânicas o Antigo
Egito foi uma afronta. É como um pai de família que cuida do seu lar com
todo o Amor que possui e é expropriado de seu cargo por outra pessoa
que chega mudando tudo conforme quer e sem amar tanto esta família como
ele. Esta parte minha, de chegar sem se importar com o domínio
espiritual do local, estava comigo antes de vir à Terra e precisava ser
trabalhado e foi através de milênios, desde a glória do Egito até a
humilhação e submissão aos xamãs espirituais.
Alguns
poderiam achar que os espíritos fundadores do Antigo Egito, os
reptilianos, aqueles de quem tanto falam mal, não iriam permitir que
algo assim ocorresse, de eu ter que me humilhar para outras entidades
espirituais, pois iriam querer agir para defender um potencial orgulho.
Poderiam também achar que os reptilianos iriam entrar em embate
espiritual contra as entidades xamânicas para demonstrar força e poder,
mas nada disto ocorreu. Eles não só permitiram que isto acontecesse
comigo como de certas formas me levaram a passar por isso. Eu sabia que
algo aconteceria ali, mas eu precisava transcender isso. Eu precisava ir
até os índios, no terreno deles e me deitar em frente aos seus pés.
Tinha que ser desta forma, aconteceu nesta vida e não me arrependo do
que fiz. Vejo que a grandeza maior, que faz um espírito ser
verdadeiramente grande, não está em ter alguém se prostrando diante de
si, mas em se prostrar. Aho.
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