O QUE
É FAMÍLIA?
A família é um núcleo de convivência,
unido por laços afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto.
É a definição que conhecemos. Entretanto, esta convivência
pode ser feliz ou insuportável, pois seus laços afetivos
podem experimentar o encanto do amor e a tristeza do ódio. E a
morada sobre o mesmo teto? Dependendo dessas fases contrastantes, ela
pode ser um centro de referência, onde se busca e se vivencia o
amor, ou... um mero alojamento.
A família não é
algo que nos é dado de uma vez por todas, mas nos é dada
como uma semente que necessita de cuidados constantes para crescer e desenvolver-se.
Quando casamos, sabemos que, entre outras coisas, temos essa semente que
pode germinar e um dia dar fruto: ser uma família de verdade. Devemos,
portanto, estar conscientes de que é preciso trabalhá-la
e cultivá-la sempre, constantemente, e com muito amor.
TEMPOS
DESCONCERTANTES
A família parece estar à deriva, sem referência,
impotente e desprotegida diante dos embates do consumismo, bombardeada
pelos meios de comunicação e incapaz de dar uma resposta
a esses ataques.
Ela fica na defensiva. A impressão que se tem
é a de que ela se conserva como um reduto afetivo, baseado principalmente
na segurança do amor dos pais pelos filhos, e que se ressente,
cada vez mais, da indeterminação dos papéis masculino
e feminino.
É possível ouvir hoje
arautos que falam da família em tom triunfal, enquanto que, em
outros contextos, se escutam depoimentos de verdadeiras catástrofes.
Para alguns, a família é um conceito conservador, só
defendido pelos retrógrados.
FAMÍLIA:
AMOR REPARTIDO
A família foi e ficará sempre o fundamento
da sociedade. Ela transcende a qualquer partido político, sociedade,
associação ou a qualquer outro gênero de agrupamento
humano: ela é constituída por relações de
amor! Na origem de tudo, há um amor conjugal que chama a vida a
participar desse amor.
A família vem de uma opção.
De fato, ela existirá a partir do momento em que um homem e uma
mulher decidirem viver juntos, criar um mundo novo, um mundo diferente:
uma família. Nesse mundo novo e distinto, nascerão os filhos,
que se incorporarão ao projeto de vida idealizado por seus pais.
É na família que os filhos desenvolverão
sua personalidade. Nela crescerão, encontrarão o sentido
de sua existência e amadurecerão na segurança, até
que um dia também eles partirão para realizar seu próprio
projeto.
O
NOSSO MUNDO MUDOU
Não
podemos viver de modo aventureiro. De nada serve estarmos repletos de
boas intenções, se não planejarmos bem as coisas.
Nosso mundo tem mudado muito e rapidamente. Há hoje muitas coisas
que não estão fixadas de antemão. Em nossa sociedade,
os papéis tradicionais da mulher e do homem, antes assumidos como
destino inexorável, não são mais simplesmente aceitos.
Hoje, o casal deve sentar-se para dialogar sobre o que
realmente desejam, o que buscam, para enfim elaborar, com bastante criatividade,
um projeto novo e distinto que possibilite a realização
de um amor pleno. É neste projeto, em constante realização,
que os filhos devem poder ter a alegria de nascer e crescer até
a plena maturidade.
UMA
REALIDADE DINÂMICA
Ao definirmos a família como uma instituição,
como a célula mãe da sociedade, quando a analisamos ou defendemos
os seus direitos, queremos nos referir a uma realidade bem definida, que
está aí presente, no dia-a-dia, que desempenha um papel
concreto na vida das pessoas e da sociedade.
Entretanto, quando adentramos no interior
desta ou daquela família, deixando de lado as teorias e descendo
ao palco da própria vida, observamos que a família é
uma realidade dinâmica, em evolução permanente, nunca
a mesma. Percebemos que cada família é um mundo à
parte, com propostas e jeitos próprios e que não se repetem.
É neste contexto que os planos
de Deus tomam forma e são dados ao homem e à mulher em forma
de semente. Deus nos criou à sua imagem, criou-nos no amor para
o amor. Criou-nos para que levássemos a semente à plenitude.
Deus, aquele que nos criou, pôs em nossas mãos a criação.
Isso é maravilhoso, mas quanta responsabilidade
isso pede daqueles e daquelas que Deus chamou a multiplicar as suas pequenas
famílias nesta terra onde o mal, muitas das vezes, parece prevalecer
sobre o bem.
Nessa luta diária, não
é o caso de se espantar, mas é extremamente necessário
continuar acreditando naquele que prometeu: “Eu estarei sempre convosco...”
(Mt 28,20)
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